quarta-feira, 28 de outubro de 2009

- Velocidade -

Óleo sobre tela – 40x100 cm - 2005
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A idéia desta pintura surgiu em 2005 através de uma conversa com uma amiga virtual de Campina Grande / PB, que no seu blog colocou uma foto de uma estrada que pareceu ter sido tirada de um carro em alta velocidade. Ao ver a foto, quase instantaneamente me lembrei de um trecho da estrada que passa pela Serra da Cantareira em São Paulo e não demorou muito para que eu pensasse o quanto ficaria legal uma cena do tipo pintada numa tela, por causa do apelo visual que é bem interessante. Depois de analisar muito a fotografia, pedi permissão a ela para pintar algo baseado naquela foto.



A tela é uma estrada asfaltada que é cercada por árvores altas, quase não dando pra ver o céu. A perspectiva é um dos pontos fortes da cena. A sensação da velocidade também é um outro ponto de destaque e que ficou bem forte, resultado conseguido através da tinta que foi levemente borrada e ficou muito legal. Com estes tipos de pintura fui observando mais claramente que as pessoas comuns de hoje em dia, bombardeadas constantemente de informações, imagens e sons, se impressionam muito pouco com as pinturas feitas da forma tradicional, até mesmo quando produzimos imagens bem próximas do real... de fato, por algumas vezes parece que é justamente isto que elas procuram numa exposição: se impressionar com alguma coisa. Uma saída que conclui para isto naquela época, era passar para a tela algumas sensações e ilusões de ótica que temos, o que faz com que o resultado seja muito interessante e, por consequência, prende a atenção das pessoas. Daí chegamos num outro ponto... a interação da obra com o observador aumenta, pois a pessoa se aproxima da tela, se afasta, observa, volta algum tempo depois, enfim, é algo bem legal.

Coloquei esta tela na III Semana de Artes de Macaúbas e o resultado foi também muito bom com o público. A situação da arte em Macaúbas neste período, tanto em consumo como em interesse, eram ainda bem modestas (e ainda são) e muitos dos artistas iniciantes de então ainda não tinham prestado atenção para a importância da arte e o que ela significa, parecendo até que a encaravam simplesmente como uma alternativa comercial, e estas exposições foram muito boas como formas de ‘educar’ o povo a perceber que não se tratava apenas da venda de pinturas (que na verdade estava num segundo plano), mas, de uma forma bem simplificada de explicar, da transmissão de mensagens, emoções e até sensações. Muitas vezes nós fazemos coisas que parecem não dar muito resultado, mas depois vamos notando que ela fez sim alguma diferença e serviu para orientar outros para uma mudança de rumos, como aconteceu conosco com estas exposições.


Licença Creative Commons
Velocidade de Eduardo Cambuí Junior é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Vedada a criação de obras derivativas 3.0 Unported.

4 comentários:

  1. Oi, Edú!
    Passando para ver as novidades. Já vi e percebi que tenho que voltar outra dia para comentá-lo.
    Beijos e beijos,

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  2. Olá Edu, por andas, caro pintor? Estás "sumido",
    não quiseste mais dar-me o prazer de tua visita...!?
    Essa estrada ladeada pela mata verde fechada, nos dá uma sensação de mistério, de algo insperado, principalmente porque, o plano de fundo é preto. Ficou muito bom teu trabalho.
    Será que estás em "alta velocidade"? Sem tempo pra nada? A vida é curta, mas o tempo é eterno...rrrsss
    Bjão

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  3. Voltei no tempo, Edu. Pode crer!
    Já viajei muito por esses brasis e sua tela fez-me "viajar" outra vez...
    Beijinhos!!!

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  4. Oi Edu, que estrada sinuosa! Transmitiu-me uma certa paz, uma vontade de andar por ela...! Ficou muito legal, tanto verde!!
    Olha, gostei de teu comentário lá no blog. Achei bem espontâneo o teu jeito de falar. Por falar nisso, escreves muito bem. TAMBÉM!
    Abs

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