tag:blogger.com,1999:blog-81844600549804645952024-03-13T01:14:21.884-03:00.:: Arte por Parte ::.Site do artista Eduardo Cambuí Junior com as suas obras, descrevendo o processo de produção, motivações, influências, história da arte, dicas e etc.Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.comBlogger171125tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-39976892931631260952024-03-04T13:29:00.000-03:002024-03-04T13:29:16.487-03:00- Mar de Palavras -<p style="text-align: center;"><b><span style="color: #6aa84f;">Acrílico sobre tela - 50 x 70 cm - 2023</span></b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmKLriZG8_1OOqFH22K6ihcG5-YBOOAWx6M48UUpHZIItplbIalCMC9CYdO6SdAk-bj94DHrthT-6vVIbTl3pigNP8RS0HVehYJ0sQ2F_L0KWbzLiNv6b-ARdfcChyphenhyphenLim88YSCpOIklLvOIWPOUlC2G6l9UPBOoLU5CLFhzOlTwnujl3fXMRgl0MZ7PTo/s1335/Mar%20de%20Palavras.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="950" data-original-width="1335" height="456" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmKLriZG8_1OOqFH22K6ihcG5-YBOOAWx6M48UUpHZIItplbIalCMC9CYdO6SdAk-bj94DHrthT-6vVIbTl3pigNP8RS0HVehYJ0sQ2F_L0KWbzLiNv6b-ARdfcChyphenhyphenLim88YSCpOIklLvOIWPOUlC2G6l9UPBOoLU5CLFhzOlTwnujl3fXMRgl0MZ7PTo/w640-h456/Mar%20de%20Palavras.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Clique na imagem para ampliá-la</span></i></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;">Esta arte foi o resultado da minha participação durante o <b><span style="color: red;"><i>4o Simpósio Internacional Virtual de Escultura e Pintura 2023 "Diversidarte"</i></span></b>, que contou com a participação de artistas da <b><span style="color: #f1c232;">Argentina, Peru, Chile, El Salvador, Cuba, México, Espanha e Brasil</span></b>. A ideia da arte foi tratar imageticamente (e simbolicamente) sobre o quanto nós, enquanto indivíduos, <b><span style="color: #cc0000;">parecemos estar à deriva num mar de palavras</span></b> (discursos, ideologias, crenças, etc.) que permeiam o nosso cotidiano através de muitos meios. </div><span><a name='more'></a></span><p></p><p style="text-align: justify;"><b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b></p><p style="text-align: justify;">Esta foi minha terceira participação no Simpósio promovido pelo pessoal do <b><span style="color: #cc0000;"><i>grupo ArtEnVivo</i></span></b> e, como nas demais edições, a ideia é produzir uma arte inédita em uma semana e registrar suas etapas em vídeo e publicá-las na <b><a href="https://www.facebook.com/groups/729680697549459/" target="_blank">página do grupo</a></b>. Os temas costumam ser livres e eu sempre busco algo que não se resuma apenas a uma imagem aleatória, mas que tenham algum sentido ou mensagem para quem veja, principalmente se tiver alguma relação com o nosso cotidiano. Nesta edição eu busquei <b><span style="color: #cc0000;">experimentar um pouco mais</span></b> com a utilização de outros materiais e isto acaba sendo um desafio à parte porque saímos de uma certa zona de segurança. E sempre ficamos em dúvida se o resultado final vai ser da maneira como esperamos que seja.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxiHQ4QZZTctpkOwFntQyd9fSDgOC757MvFMeSxAqn9xZT5Fld82Mys2oonrkMDM7gR0IeffvISHrMgbTXjBg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuzrUHKQFfCg7PR9cEisaaMxLuLA_VTdUwQyRvNuv99T9_e_o4YzsxB23XtEQBLVsnk3B9ABkL_DargaV77Xr7nKP6ZOi2VoMvbNFuCO2Tv9_O4CFA_l6I0zDgLr3SVlQkrmtYoENuXHZrZpKezD8s-Z86D_am1CyLRXsXfCkzK6H2bsUFRdbJt74R4kM/s1280/Mar%20de%20Palavras%20-%20Desenvolvimento%20(1).jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1280" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuzrUHKQFfCg7PR9cEisaaMxLuLA_VTdUwQyRvNuv99T9_e_o4YzsxB23XtEQBLVsnk3B9ABkL_DargaV77Xr7nKP6ZOi2VoMvbNFuCO2Tv9_O4CFA_l6I0zDgLr3SVlQkrmtYoENuXHZrZpKezD8s-Z86D_am1CyLRXsXfCkzK6H2bsUFRdbJt74R4kM/s320/Mar%20de%20Palavras%20-%20Desenvolvimento%20(1).jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Como o título da obra sugere, é um mar de palavras que precisaria necessariamente ser composto por elementos que tivessem alguma ligação com este título e escolhi que seriam <b><span style="color: #cc0000;">diversas letras soltas</span></b>. E é aqui que surgiu a ideia de utilizar algo além de tintas e pincéis. Como pintar letras e frases não é algo que eu goste de fazer, tive a ideia de <b><span style="color: #cc0000;">carimbar estas letras</span></b>, até para ganhar tempo na produção... apesar de 7 dias parecer um tempo longo para a produção de uma pintura, pela complexidade do tema que me propus a fazer eu corria o risco de não ter tempo suficiente, principalmente se eu fizesse letra por letra manualmente (ou se escolhesse fazer frases aleatórias, o que não funcionaria, quebrando o caráter universal que eu queria dar para a obra, por conta da língua).</div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8wxhDSm-vnmLAyzDiLq8vNHp0hpJ4K0Zw-G4YrShcM-IL7vC-O6jXIsB3FjpswRaJ4xopwJX9ED97MSpNl4TqLa167fR2XXE1gkW7sbwwjqtYSSrLSoxhrnHaaQxVhrj4rv4xrNtcDSVfRWCcaXgkd8zuw8kZZNK1k1ueMZSIyPjktkSnBAOZGIFFwiI/s1280/Mar%20de%20Palavras%20-%20Desenvolvimento%20(2).jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1280" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8wxhDSm-vnmLAyzDiLq8vNHp0hpJ4K0Zw-G4YrShcM-IL7vC-O6jXIsB3FjpswRaJ4xopwJX9ED97MSpNl4TqLa167fR2XXE1gkW7sbwwjqtYSSrLSoxhrnHaaQxVhrj4rv4xrNtcDSVfRWCcaXgkd8zuw8kZZNK1k1ueMZSIyPjktkSnBAOZGIFFwiI/w320-h250/Mar%20de%20Palavras%20-%20Desenvolvimento%20(2).jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">E carimbar estas letras acabou sendo bem mais desafiador do que eu tinha em mente. Arrumei dois tamanhos de carimbos de letras e as distribuí pela tela de forma aleatória, em 2 cores com as letras maiores e com 3 cores diferentes para as letras menores, buscando preencher ao máximo toda a área do mar, que foi <b><span style="color: #cc0000;">pintado como base</span></b>, anteriormente. Este processo repetitivo se torna um tanto cansativo, principalmente considerando que seria preciso gravar uma parte do processo, editar como um vídeo curto e publicá-lo.</div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaw7MRXddZ2uHQh2ppErTV33rHjZvHwKtHUXOvI3vtJYNzUX5U-0SUPezqIcXcOBLOL29CmatfjPxLklb2H2rj1_mvV7H2-CkFBVJBD_yCyRZk0ffcpL6bohBqPb8pkTdftOTfI-jwkTEwx0riLoZcz1Ss07P_Wudffjjg5Dw_Ok3W6iaLNrg0PYPdUzA/s1202/Mar%20de%20Palavras%20-%20detalhe%20(1).jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1202" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaw7MRXddZ2uHQh2ppErTV33rHjZvHwKtHUXOvI3vtJYNzUX5U-0SUPezqIcXcOBLOL29CmatfjPxLklb2H2rj1_mvV7H2-CkFBVJBD_yCyRZk0ffcpL6bohBqPb8pkTdftOTfI-jwkTEwx0riLoZcz1Ss07P_Wudffjjg5Dw_Ok3W6iaLNrg0PYPdUzA/s320/Mar%20de%20Palavras%20-%20detalhe%20(1).jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">A etapa final veio sobrepondo <b><span style="color: #cc0000;">várias camadas de tinta no mar</span></b>, entre cores mais escuras e mais claras, dando mais profundidade e buscando um aspecto mais próximo do real. A <b><span style="color: #cc0000;">inserção do personagem</span></b> foi a última etapa, dando mais sentido e dramaticidade à cena. A intenção era mostrar um personagem que nada com afinco, sem direção, <b><span style="color: #cc0000;">como uma tarefa árdua e exaustiva</span></b>, fazendo um paralelo simbólico com o que nos deparamos no cotidiano, com tantas narrativas vigentes, versões enviesadas da realidade, crenças, ideologias, entre tantas outras que podemos observar em conversas, notícias, mídias sociais, etc. Apenas para citar um exemplo como forma de demonstrar como isso ocorre hoje em dia, a ascensão da extrema direita em diversas partes do mundo, faz com que a luta pelo domínio da tão falada narrativa se mostre cada vez mais disputada e divulgada, não importando muito se trata de fatos ou não. E este é apenas um espectro.</div><p></p><p style="text-align: justify;"><b><span style="color: #f1c232;">Referências Artísticas</span></b></p><p style="text-align: justify;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyFqediRjfAyLspXdr-WpYqnReUoFSd4hJUNXCS3SvSgm_S4Ns6CKANJk6GJmCxvokaC6L9jFzvji6rFQaJY-yzbQPKmsLCi74tCxEsZ9eqhpAF_lQe-Svyl8mU047FcisgaQ8W0nOOwD33JtNFxMrty6xEDqmWShF7zspPgboC6-igVHO8bGY57S8aCc/s1042/Picasso%20-%20Natureza%20Morta%20com%20Cadeira%20Empalhada.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="796" data-original-width="1042" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyFqediRjfAyLspXdr-WpYqnReUoFSd4hJUNXCS3SvSgm_S4Ns6CKANJk6GJmCxvokaC6L9jFzvji6rFQaJY-yzbQPKmsLCi74tCxEsZ9eqhpAF_lQe-Svyl8mU047FcisgaQ8W0nOOwD33JtNFxMrty6xEDqmWShF7zspPgboC6-igVHO8bGY57S8aCc/s320/Picasso%20-%20Natureza%20Morta%20com%20Cadeira%20Empalhada.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">Picasso - "Natureza-morta com <br />cadeira empalhada"</span></i></td></tr></tbody></table><p></p><div style="text-align: justify;">Desde o princípio, quando tive a ideia da pintura e de buscar uma forma alternativa de fazer as letras, eu tive em mente uma característica do <b><span style="color: #cc0000;">cubismo</span></b>, que era a colagem e a utilização de materiais diversos que espalhou para outros movimentos mais tarde. Artistas como <b><span style="color: #f1c232;">Picasso, Braque, Juan Gris e Max Ernst</span></b> (entre tantos outros) recorreram por um tempo ao processo de incorporar a colagem de diversos materiais junto à pintura, que foi nomeado de <i><b><span style="color: #cc0000;">“papiers collés”</span></b></i>. Principalmente <b><span style="color: #f1c232;">Braque e Picasso</span></b>, que consideravam que seu estúdio deveria ser um lugar inteiramente dedicado às experiências e nesta forma de inventar um novo tipo de pintura, foram incorporando materiais da vida cotidiana como tecidos, recortes de jornal, tiras de papel de parede, gaze, pedaços de assento de palha, papelão, lâminas de barbear, entre outros tantos materiais. </div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrmr0J8CQaX__vi2ljWl4m94ed8a-PvRiMnrAv-IrZ5EPoc98icTcjlXnQQXDgxiJ4wxTDJwIGiMzXWSnHtLsZwKcvwgpplXZJMhTN7LTrHI_whZyeXE1fjtzVYWGK31CAWsyOYV3RIqhzie3fK_d4nXiN-PgU8mR-ktx0bpqrnZaexWjjvJnj6GIf-UY/s1024/Alexander%20Archipenko%20-%20Mulher%20com%20Chap%C3%A9u.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="792" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrmr0J8CQaX__vi2ljWl4m94ed8a-PvRiMnrAv-IrZ5EPoc98icTcjlXnQQXDgxiJ4wxTDJwIGiMzXWSnHtLsZwKcvwgpplXZJMhTN7LTrHI_whZyeXE1fjtzVYWGK31CAWsyOYV3RIqhzie3fK_d4nXiN-PgU8mR-ktx0bpqrnZaexWjjvJnj6GIf-UY/s320/Alexander%20Archipenko%20-%20Mulher%20com%20Chap%C3%A9u.jpg" width="248" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">Alexander Archipenko - "Mulher<br />com chapéu"</span></i></td></tr></tbody></table><p></p><div style="text-align: justify;">Em 1912, a relação de troca de ideias entre Picasso e Braque eram bem intensas. Picasso considerava Braque como um igual. Inclusive a ideia inicial da introdução destes materiais estranhos à prática artística veio de Braque e, para Picasso, estas inovações eram um pretexto perfeito para alargar o sistema da iconologia cubista. Ainda em maio de 1912 Picasso produz a obra <b><i><span style="color: #cc0000;">“Natureza-morta com cadeira empalhada”</span></i></b>, feita com um pedaço de tela encerada colada sobre uma tela em que o artista pintou com tinta a óleo e rodeou a borda da obra com corda, como se fosse uma espécie de moldura, deixando ainda mais evidente a utilização de materiais normalmente alheios à produção artística tradicional.</div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivE6WGs6Up9otvy8Kaccokbxtl3YUbJ1LSYyMNAvPXGkPFxIMN2nHf4IFy1jSGNPSdc0mUJRkQNF3oAeKa5YZOyTSs7KsjC_xYOPzey2BjgmlVlGHlMVqYgy-6jVd_YDmhoLSCBLjREaKEF3TTuhP7GAwj5xztFD36HBillUvS8RMmdf_706DZiZqAloI/s1280/Max%20Ernst%20-%20Os%20Cormor%C3%B5es.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1028" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivE6WGs6Up9otvy8Kaccokbxtl3YUbJ1LSYyMNAvPXGkPFxIMN2nHf4IFy1jSGNPSdc0mUJRkQNF3oAeKa5YZOyTSs7KsjC_xYOPzey2BjgmlVlGHlMVqYgy-6jVd_YDmhoLSCBLjREaKEF3TTuhP7GAwj5xztFD36HBillUvS8RMmdf_706DZiZqAloI/s320/Max%20Ernst%20-%20Os%20Cormor%C3%B5es.jpg" width="257" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">Max Ernst - "Os Cormorões"</span></i></td></tr></tbody></table><p></p><div style="text-align: justify;">Muitos artistas beberam desta fonte, como também foi com o ucraniano <b><span style="color: #f1c232;">Alexander Archipenko</span></b>, que utilizava a técnica do <i>papier collé</i> para criar uma interpenetração entre pintura e escultura, fazendo a diferenciação dos materiais através das cores, como em sua obra <i><b><span style="color: #cc0000;">“Mulher com chapéu”</span></b></i>, em que utiliza a tinta à óleo em papel marchê e gaze sobre madeira. A técnica também se fez presente na obra de <b><span style="color: #f1c232;">Max Ernst</span></b>, que estava mais estreitamente ligado aos dadaístas e surrealistas do que aos cubistas, mas que utilizou com frequência a mesma técnica, como na obra <i><b><span style="color: #cc0000;">“Os Cormorões”</span></b></i>. Na obra de Ernst, foi feita uma colagem de fotografias e tinta nanquim sobre papel, num tamanho relativamente pequeno (15,5 x 13 cm).</div><p></p><p style="text-align: justify;"><b><span style="color: #f1c232;">A Obra</span></b></p><p style="text-align: justify;">É claro que para a produção de <b><i><span style="color: #f1c232;">“Mar de Palavras”</span></i></b> eu não buscava inserir materiais tão diversos usados no <i>papier collé</i> como fizeram os cubistas, mas apenas navegar superficialmente utilizando coisas que normalmente não faço uso. No final, a arte se mostrou como uma série de <b><span style="color: #cc0000;">camadas sobre camadas</span></b>, até chegar no ponto em que eu pretendia, onde o crucial era deixar a mensagem bem clara, ainda que simbolicamente. Acho que em todas as edições do Simpósio Internacional Virtual de Escultura e Pintura que participei, com exceção da terceira edição, a conclusão da obra sempre foi em cima do prazo, mas felizmente sempre acabou saindo tudo como planejado. </p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM_m9oZ-5ipmBYO-qkBwjP5U811bmAVnqQRdAwhUmC7QICaV7T7AQ_toOMDmyzxC7L9zVshBJHC8RzNedp8hTTTjwr07lKTflLGiQ7Q9nM4KKyHBuczY8Y6Dph4EGLhF3xFEQfZPrHjVsigU6Toz0RSvmAhIb7NFtHuXm7577dYaaSWR_O0r1bnJLZTiQ/s1280/Mar%20de%20Palavras%20-%20Desenvolvimento%20(3).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1280" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM_m9oZ-5ipmBYO-qkBwjP5U811bmAVnqQRdAwhUmC7QICaV7T7AQ_toOMDmyzxC7L9zVshBJHC8RzNedp8hTTTjwr07lKTflLGiQ7Q9nM4KKyHBuczY8Y6Dph4EGLhF3xFEQfZPrHjVsigU6Toz0RSvmAhIb7NFtHuXm7577dYaaSWR_O0r1bnJLZTiQ/w400-h313/Mar%20de%20Palavras%20-%20Desenvolvimento%20(3).jpg" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Sobre a <b><span style="color: #cc0000;">mensagem da obra</span></b>, a torre de Babel que vivemos hoje parece impor dificuldades maiores do que apenas línguas diferentes, mas interpretações de realidades tão diversas e convenientes à confirmações de discursos pasteurizados que é difícil reconhecer onde está realmente a realidade, ainda mais se considerarmos que a inteligência artificial está cada dia mais presente e que muito mais cedo do que imaginamos, até os nossos próprios sentidos vão ser questionados por nós mesmos. Logicamente não sei como será o futuro e nem se ainda fazer arte da mesma forma como tantos outros antes de mim ainda vai fazer alguma diferença para alguém, mas seguimos em frente, porque, como costumo dizer, eu faço arte para desocupar o lugar onde estão armazenadas dentro de mim e não para atender expectativas.</div><p></p><p><b><span style="color: #f1c232;">Imagens utilizadas:</span></b> <b>Arquivo pessoal</b> e <b><a href="http://images.google.com.br/" target="_blank">Google Imagens</a></b></p><p>------------------------------------------ / / ------------------------------------------</p><p><b><span style="color: #f1c232;">Referências bibliográficas:</span></b></p><p><br /></p><p>APOLLINAIRE, Guillaume, 1880-1918. <b>“Cubismo”</b> / Guillaume Apollinaire, Dorothea Eimert, Anatoli Podoksik; [tradução: Gil Reyes]. – São Paulo : Folha de S. Paulo, 2017.</p><p>GIMFERRER, Pere. <b>“Max Ernst”</b>; [tradução: Francisco Castro de Azevedo]. – Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico S/A, 1983.</p><p>WARNCKE, Carsten-Peter. <b>“Picasso”</b>; [tradução: Fernando Tomaz]. – Lisboa: Taschen, 2006.</p><div><br /></div><div><br /></div>
<p xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/"><a href="https://www.arteporparte.com/2024/03/mar-de-palavras.html" property="dct:title" rel="cc:attributionURL">"Mar de Palavras"</a> by <a href="https://linktr.ee/ecambuijr" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL dct:creator">Eduardo Cambuí Junior</a> is licensed under <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/?ref=chooser-v1" rel="license noopener noreferrer" style="display: inline-block;" target="_blank">Attribution-NoDerivatives 4.0 International<img src="https://mirrors.creativecommons.org/presskit/icons/cc.svg?ref=chooser-v1" style="height: 22px; margin-left: 3px; vertical-align: text-bottom;" /><img src="https://mirrors.creativecommons.org/presskit/icons/by.svg?ref=chooser-v1" style="height: 22px; margin-left: 3px; vertical-align: text-bottom;" /><img src="https://mirrors.creativecommons.org/presskit/icons/nd.svg?ref=chooser-v1" style="height: 22px; margin-left: 3px; vertical-align: text-bottom;" /></a></p>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-23905594060317913172023-11-29T15:55:00.003-03:002023-11-29T15:56:44.772-03:004º Simpósio Internacional Virtual de Escultura e Pintura 2023 "Diversidarte"<p> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ-B-fSsd7_-4YH9KGkwnOF2VKcuQwddxem6E43tCZwT79Hb9g0R7Z3kRtz7YHQv9tQ4GW4KaNF3Wym2KwdgVFsXOQW7yROt3w-KVPaGoy8Nbz6hOztd9M7MxOqAON7AX_rDqTiBcIKxXZIkD61TcBSymBcxo0WG70HtpRxCkkRv1JZ7wXZIcXDndCmFI/s720/4o%20Simposio%20Internacional%20Virtual%20de%20Escultura%20y%20Pintura%202023.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="718" data-original-width="720" height="638" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ-B-fSsd7_-4YH9KGkwnOF2VKcuQwddxem6E43tCZwT79Hb9g0R7Z3kRtz7YHQv9tQ4GW4KaNF3Wym2KwdgVFsXOQW7yROt3w-KVPaGoy8Nbz6hOztd9M7MxOqAON7AX_rDqTiBcIKxXZIkD61TcBSymBcxo0WG70HtpRxCkkRv1JZ7wXZIcXDndCmFI/w640-h638/4o%20Simposio%20Internacional%20Virtual%20de%20Escultura%20y%20Pintura%202023.jpg" width="640" /></a></p><br /><p></p><p style="text-align: justify;">Teve início no último sábado (25 de novembro) o <b><span style="color: red;">4º Simpósio Internacional Virtual de Escultura e Pintura 2023 "Diversidarte"</span></b>, organizada pelo grupo <b><span style="color: #cc0000;">Art en Vivo Internacional</span></b>, de <b>Buenos Aires, Argentina</b>. O evento, que acontece do dia <b><span style="color: #f1c232;">25/11 ao dia 02/12</span></b>, reúne nesta edição artistas de <b><span style="color: #cc0000;">8 países</span></b> (<b><span style="color: #f1c232;">Argentina, Brasil, Peru, Chile, El Salvador, Cuba, México e Espanha</span></b>).</p><span><a name='more'></a></span><p style="text-align: justify;">O Simpósio é um evento virtual onde, durante o período de uma semana, cada artista se propõe a fazer uma obra original (escultura ou pintura), registrando o desenvolvimento da obra dia-a-dia e apresentando o trabalho pronto ao final, via grupo no <b><a href="https://www.facebook.com/groups/729680697549459" target="_blank">Facebook</a></b>. </p><p style="text-align: justify;">O intercâmbio cultural e o contato entre os artistas de diferentes nacionalidades, sobretudo conhecendo o processo artístico de cada um, são pontos valiosos deste evento que desde 2020 vem criando uma tradição artística intercontinental, considerando que há participantes de fora da América Latina, como ocorre nesta e em outras edições.</p><p style="text-align: justify;">Neste 4º Simpósio (já é minha terceira participação), entrei com a produção da obra <b><span style="color: #f1c232;">"Mar de Palavras"</span></b>, simbolizando por meio da pintura a forma como estamos sempre imersos num meio de retóricas, crenças, ideologias e argumentos no nosso cotidiano, independente do lugar onde focamos.</p>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-28777717810729414672022-11-13T15:54:00.002-03:002022-11-13T16:05:44.013-03:003º Simpósio Internacional Virtual de Escultura e Pintura 2022 "Arte por la Paz"<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiptRx85iOzd49Q7-OJWBH68mZSdq_UKOJOlq-1HnBeMwAvDs_7T5_EAKQu_1H70G_fMjZ8OhVZUpQpGxubkyPynqIQcjBEXUVUCt9F9lFwxR3GREFpMXspqc7m3ASd6GU5vqtV5iCWRzmnOqRXY2UC8x9NQesDvZnPHMJE7HCli9eXrLZYnJ61IZnt/s656/Cartaz%20-%203o%20Simposio%20Internacional%20Virtual%20de%20Escultura%20y%20Pintura%202022.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="656" data-original-width="651" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiptRx85iOzd49Q7-OJWBH68mZSdq_UKOJOlq-1HnBeMwAvDs_7T5_EAKQu_1H70G_fMjZ8OhVZUpQpGxubkyPynqIQcjBEXUVUCt9F9lFwxR3GREFpMXspqc7m3ASd6GU5vqtV5iCWRzmnOqRXY2UC8x9NQesDvZnPHMJE7HCli9eXrLZYnJ61IZnt/w636-h640/Cartaz%20-%203o%20Simposio%20Internacional%20Virtual%20de%20Escultura%20y%20Pintura%202022.jpg" width="636" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Terminou ontem o <b><span style="color: red;">3º Simpósio Internacional Virtual de Escultura e Pintura 2022 "Arte por la Paz"</span></b>, organizada pelo grupo <b><span style="color: #cc0000;">Art en Vivo Internacional</span></b>, de <b><span style="color: #cc0000;">Buenos Aires, Argentina</span></b>. O evento foi do dia <b><span style="color: #f1c232;">05 à 12 de novembro</span></b> e contou com a participação de <b><span style="color: #cc0000;">23 artistas de 5 países</span></b>, entre <b><span style="color: #f1c232;">Argentina, México, Cuba, Chile e eu pelo Brasil</span></b>. Eu já tinha participado da <b><a href="https://www.arteporparte.com/2021/11/exposicao-2-simposio-internacional.html">2ª edição</a></b> e não poderia ficar de fora desta.</div><p></p><span><a name='more'></a></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFAV8_050INz9jcQb6Zbb3ELgApPdUXdL926F8PxGRPMv6XIezNvB4MXH7BzxUcqacoQEVdgWdQbwaHGSNiKXtTlMYJLtmFRTHm7Xu_6v4GKQ_CARH42zXrIohzYlHgDOfeQ-n2HoM7ukv4NDGt42AXzO-6jSowmyOdSyzjoOTm_x4KkfsXOiDbU8X/s1280/O%20Renascimento%20da%20F%C3%AAnix.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="917" data-original-width="1280" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFAV8_050INz9jcQb6Zbb3ELgApPdUXdL926F8PxGRPMv6XIezNvB4MXH7BzxUcqacoQEVdgWdQbwaHGSNiKXtTlMYJLtmFRTHm7Xu_6v4GKQ_CARH42zXrIohzYlHgDOfeQ-n2HoM7ukv4NDGt42AXzO-6jSowmyOdSyzjoOTm_x4KkfsXOiDbU8X/w400-h286/O%20Renascimento%20da%20F%C3%AAnix.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">"O Renascimento da Fênix", obra realizada durante o evento</span></i></b></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Neste evento registrei em <b><a href="https://www.facebook.com/100015803010905/videos/864089907940416/" target="_blank">vídeo</a></b> o desenvolvimento da pintura <b><span style="color: #f1c232;">"O Renascimento da Fênix"</span></b>, onde a ave mitológica de fogo que renasce das próprias cinzas surge no meio de um vale, como se fosse um fenômeno da natureza, uma combustão espontânea.</p>
<p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">O Simpósio é um evento onde, durante uma semana, cada artista se propõe a fazer uma obra (escultura ou pintura), documentando seu desenvolvimento e apresentando o trabalho pronto ao final. É um trabalho valioso considerando que cada um dos artistas terá contato com o processo artístico de cada um, o que estimula o enriquecimento do próprio processo, tanto dos participantes quanto de quem vê cada um dos vídeos que são publicados no grupo de <b><a href="https://www.facebook.com/groups/729680697549459" target="_blank">Facebook</a></b> dos organizadores, como em outras redes sociais.</p>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-65598523565650783512022-11-10T19:05:00.002-03:002022-11-12T16:40:59.135-03:00Exposição Coletiva Presencial EURART<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7W3jFQp0Jymc4c2yYfXf8uFl42zBBog_c8qGzYbvvGFy-y6QOmeSdX9z1OmyGgp5py5K6g86vgqcbuY3Zv-jO9M6t31VtMHFVDaVZXsfGaVY1rEk0d9bjSZ2TvqImoAUWhQ8SdYIR9L87ibXn9VO5r7L_CZP1C_3KOLRLwWtOaakgy_lQfPkmkSEz/s1273/1%20(42).jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1273" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7W3jFQp0Jymc4c2yYfXf8uFl42zBBog_c8qGzYbvvGFy-y6QOmeSdX9z1OmyGgp5py5K6g86vgqcbuY3Zv-jO9M6t31VtMHFVDaVZXsfGaVY1rEk0d9bjSZ2TvqImoAUWhQ8SdYIR9L87ibXn9VO5r7L_CZP1C_3KOLRLwWtOaakgy_lQfPkmkSEz/w502-h640/1%20(42).jpeg" width="502" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Começou ontem a <b><span style="color: red;">Exposição Coletiva Presencial EURART</span></b> em <b><span style="color: #cc0000;">Leiria, Portugal</span></b> na <b><a href="https://www.instagram.com/galleryspt/" target="_blank">Galeria Galleryspt</a></b> da qual tenho a honra de participar. A exposição acontece de <b><span style="color: #f1c232;">09 à 19/11</span></b>, com funcionamento de segunda à domingo, das <b>10h às 18h</b> e a visitação é gratuita, via agendamento prévio por e-mail (<a href="mailto:curadoriaexpo@outlook.com">curadoriaexpo@outlook.com</a>). </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><span><a name='more'></a></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOj_36QA8XkjWhzk0usK03OvQYzKSjw0iy0mm9FleQH3wZ3TYICMxJZ9cnE1bDHD_ZBLBa33gLOUw6IJcoD9qiGIujkA7CZxXHaG7WT3NOcw7O4YNzXvy2dxFwMWdxm7VZ9Lje6jiMsEHnYrrHadNn9xOhruGb6YqdXBgzOuFfH6bybmru4mnVz6nN/s1080/Exposi%C3%A7%C3%A3o%20Eurart%20(2).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOj_36QA8XkjWhzk0usK03OvQYzKSjw0iy0mm9FleQH3wZ3TYICMxJZ9cnE1bDHD_ZBLBa33gLOUw6IJcoD9qiGIujkA7CZxXHaG7WT3NOcw7O4YNzXvy2dxFwMWdxm7VZ9Lje6jiMsEHnYrrHadNn9xOhruGb6YqdXBgzOuFfH6bybmru4mnVz6nN/w400-h400/Exposi%C3%A7%C3%A3o%20Eurart%20(2).jpg" width="400" /></a></div>Nesta exposição estou participando com a obra <b><i><span style="color: #cc0000;">"Um Jantar Comovido"</span></i></b> que em breve estará publicada por aqui também. Para esta exposição foram selecionados pela curadoria <b><span style="color: #f1c232;">26 artistas brasileiros</span></b> para mostrar seu trabalho na Galeria. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh90FsjZ1VzrPcpDCbKe2kYumrC6tuZfHnkPkK5zkIVogAv_CX5Bjr_tlFEGVBB4-teg3J0a_TaG0QrBYBJH_dH2aHXqpAD2OeyMHw-4X1k-sXax-1f64HEjf89sDXymnWn-JakqvKZN8whHX5UsCOtIwOoN4wPjwggOP9Y3pQU0Vyyqa1JYHz68wf8/s2768/Exposi%C3%A7%C3%A3o%20Eurart%20-%20side.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="2768" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh90FsjZ1VzrPcpDCbKe2kYumrC6tuZfHnkPkK5zkIVogAv_CX5Bjr_tlFEGVBB4-teg3J0a_TaG0QrBYBJH_dH2aHXqpAD2OeyMHw-4X1k-sXax-1f64HEjf89sDXymnWn-JakqvKZN8whHX5UsCOtIwOoN4wPjwggOP9Y3pQU0Vyyqa1JYHz68wf8/w640-h208/Exposi%C3%A7%C3%A3o%20Eurart%20-%20side.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">Imagens da Exposição Eurart na Galeria Galleryspt em Leiria / Portugal</span></b></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxLMiEsWULWsL3G3o9i4Sh2Lj8dis0NsqUnQB2rt4WCLU6XtovNP0M1vJgf_K2TXI8g2kb-fFknUi5xUMVqqIks9FtDlRKewvda9yEe18petBDzJB6CNtyd34yeK2TG-8ut9eFxaougAteiWMMvX_YxCCIQQtwvTW_zRIWjPQ3y7P6LxnJGAt7wmrS/s1080/1%20(29).jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxLMiEsWULWsL3G3o9i4Sh2Lj8dis0NsqUnQB2rt4WCLU6XtovNP0M1vJgf_K2TXI8g2kb-fFknUi5xUMVqqIks9FtDlRKewvda9yEe18petBDzJB6CNtyd34yeK2TG-8ut9eFxaougAteiWMMvX_YxCCIQQtwvTW_zRIWjPQ3y7P6LxnJGAt7wmrS/s320/1%20(29).jpeg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">A <b><a href="http://eurarts.com/" target="_blank">EURART</a></b> tem como objetivo mostrar artistas com qualidade e diversidade cultural, atingindo diferentes públicos, seja de forma presencial e/ou virtual. O fundamento principal deles é a disseminação da arte e dos artistas brasileiros em todo o mundo, com exposições em galerias, museus e etc. É possível ainda acompanhar a exposição através do Instagram pelo perfil da <b><a href="https://www.instagram.com/artttzs/" target="_blank">Eurart</a></b> e de sua parceira <b><a href="https://www.instagram.com/eurarts/" target="_blank">Artttz</a></b>.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A exposição acontece no endereço:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><b><i><span style="color: #cc0000;">Rua Ponto da Boavista, 1, Loja 2, Marinha Grande, Leiria, Portugal</span></i></b></div><div><div><br /></div><div><br /></div></div></div><br />Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0Leiria, Portugal39.749533100000008 -8.80768299999999911.439299263821162 -43.963933 68.059766936178846 26.348567000000003tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-54667708657243915462022-11-05T21:43:00.003-03:002022-11-06T15:11:28.664-03:00- O Crítico de Arte -<div style="text-align: center;"><b><span style="color: #6aa84f;">Acrílico sobre tela - 100 x 120 cm - 2022</span></b></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiST1d42QueMSVzDQG5D5DwIbMnZ5tkq6ercVT47xXJ88SeU1AvF0qrcUQUzts4jZPAqVXpCcOcWXxttygFoqX16-g2id37jT2pfLAAR20oy31jpFMw2tFvVZzzD6wC7Uy2HPW5LNixVFmcdnalc7U_BhFsHbVq2ReULkh1xznWiXAm_HhdmEYPuP68/s1300/O%20Cr%C3%ADtico%20de%20Arte.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1300" height="532" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiST1d42QueMSVzDQG5D5DwIbMnZ5tkq6ercVT47xXJ88SeU1AvF0qrcUQUzts4jZPAqVXpCcOcWXxttygFoqX16-g2id37jT2pfLAAR20oy31jpFMw2tFvVZzzD6wC7Uy2HPW5LNixVFmcdnalc7U_BhFsHbVq2ReULkh1xznWiXAm_HhdmEYPuP68/w640-h532/O%20Cr%C3%ADtico%20de%20Arte.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">Clique na imagem para ampliá-la</span></b></i></td></tr></tbody></table><br /><div><div style="text-align: justify;">Algumas vezes, o contexto da produção de uma obra de arte é um capítulo à parte, seja pelo conteúdo que tem muito a dizer ou por tudo o que acontece durante a sua produção. A pintura de hoje é um destes casos singulares, tanto no que diz respeito ao que o tema trata e tenta destacar como em toda a história de bastidores até que estivesse pronta (o que vou abordar mais abaixo). Basicamente, a obra tenta retratar a <b><span style="color: #cc0000;">dificuldade que muitas pessoas têm de compreender uma obra de arte</span></b> moderna e/ou contemporânea e todo o preconceito e estereótipos que as pessoas acabam alimentando com obras, temas e artistas, fruto maior da desatenção que é dada ao <b><u><span style="color: #f1c232;">ensino de arte nas escolas</span></u></b> do Brasil.</div><span><a name='more'></a></span> <br /><b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-V4CnQyNPTd2ZQI_EbN4IEzJJqPk6AEpM7KbK68zhkj3opyPRiTtckZ7kBFumhcGFXb9YVQW7nXpf399_ROembIAmSAJGAmfd9WS1vb3OlnSmY8YUpub9zD2r2jI7vOIu9C6k1PeaO83vg6Q4Q5EQ3F4rkEBXVGFCzYOZ7bnaet7K8_sTr89PvssD/s975/O%20Cr%C3%ADtico%20de%20Arte%20-%20detalhe%20(1).jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="975" data-original-width="725" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-V4CnQyNPTd2ZQI_EbN4IEzJJqPk6AEpM7KbK68zhkj3opyPRiTtckZ7kBFumhcGFXb9YVQW7nXpf399_ROembIAmSAJGAmfd9WS1vb3OlnSmY8YUpub9zD2r2jI7vOIu9C6k1PeaO83vg6Q4Q5EQ3F4rkEBXVGFCzYOZ7bnaet7K8_sTr89PvssD/w238-h320/O%20Cr%C3%ADtico%20de%20Arte%20-%20detalhe%20(1).jpg" width="238" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"O Crítico de Arte" (detalhe)</span></b></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Provavelmente esta é a tela que eu levei mais tempo para terminar, nem tanto pela dificuldade na produção dos detalhes, mas por uma série de coisas que aconteceram no decorrer desta pintura que eu nem sequer imaginava. A ideia desta tela é bem antiga e eu iniciei os primeiros rascunhos da pintura no final de 2012, ou seja, muita gente entrou e saiu da minha vida do início ao fim desta pintura. O foco principal da tela é na obra <b><i><span style="color: red;">“A Fonte”</span></i></b> de <b><span style="color: #f1c232;">Marcel Duchamp</span></b>, considerado como a primeira instalação da história da arte e praticamente que abriu as portas para a arte conceitual. Mas a ideia não era focar exclusivamente nesta obra, até para não dar margem para que pudessem entender como uma crítica direcionada à obra de Duchamp, então busquei inserir outras obras de artistas como <b><span style="color: #f1c232;">Mark Rothko</span></b>, <b><span style="color: #f1c232;">Jackson Pollock</span></b>, <b><span style="color: #f1c232;">Piet Mondrian</span></b> e <b><span style="color: #f1c232;">Alberto Giacometti</span></b>, compondo o cenário de uma exposição.</div></div><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgisqbTUaqeiGw35U-vVWrw_6_JUHSav6G35h5iDzVnY7AxzdMffaxRXwG9nGyKCGhCqRfJulYDFq9rQ4r3FSZ_uYGimy18KIsZnqTiDMoyU4zhggGGwY6rMyt-Do8w2MmUnwf9uzV8jIvzXQNXW77IW8vo9idIxM1wCcpstVNfAyrBkZHPEPvvG6ll/s900/O%20Cr%C3%ADtico%20de%20Arte%20-%20detalhe%20(2).jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="702" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgisqbTUaqeiGw35U-vVWrw_6_JUHSav6G35h5iDzVnY7AxzdMffaxRXwG9nGyKCGhCqRfJulYDFq9rQ4r3FSZ_uYGimy18KIsZnqTiDMoyU4zhggGGwY6rMyt-Do8w2MmUnwf9uzV8jIvzXQNXW77IW8vo9idIxM1wCcpstVNfAyrBkZHPEPvvG6ll/s320/O%20Cr%C3%ADtico%20de%20Arte%20-%20detalhe%20(2).jpg" width="250" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"O Crítico de Arte" (detalhe)</span></b></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">O início desta pintura não teve grandes novidades, iniciando como de costume pela pesquisa das referências de cada um dos elementos da obra, como o posicionamento das pessoas, o ambiente da exposição, as obras que figurariam na imagem da mostra, o efeito das sombras no piso, coisas assim. A parte um pouco mais trabalhosa neste início foi tentar reproduzir uma obra de Pollock, já que é praticamente impossível criar uma cópia, mas busquei alguma semelhança na forma como pintar, na disposição do gotejamento da tinta, nas formas mais amplas, etc. Tudo foi indo num processo normal, até que em 2013 nasceu meu filho e com isto, fui obrigado a fazer uma pausa. Passado algum tempo, retomei a pintura, fui completando outras partes até que em 2014, outra eventualidade me obrigou a parar novamente: no trajeto até o trabalho da minha esposa, ela sofreu um acidente de carro e faleceu, assunto que tratei por aqui na época. Por motivos óbvios, foi um período bem difícil e esta pintura ficou parada um bom tempo. Quando decidi retomar a pintura, percebi um erro no posicionamento do personagem principal que já estava pronto (uma perna estava mais curta e numa posição irreal) e que era preciso corrigir, então isto também acabou interrompendo o processo. Em situações assim, durante uma produção artística, em que ocorrem tantos intervalos grandes como os que aconteceram aqui, a motivação acaba não sendo a mesma e o processo se torna cada vez mais arrastado.</div><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzjArNPq5UCZtj2MJIUwguWQfCKIg_qVx2IfZjABCaCYRKD2TGHlXwnBd7x1FNLriCXaWflahGL76BDW5A8toGafURAbA6lN2zTMlkxEJpxbl0ZQmPnMFKFfcC_7zyht4BM2bnSqjH0eA9qh1NouZ_460fREeNaQHxPOLY-1UAX21ch1S0L9EyOWfq/s1265/Santander%20Cultural%20(2).jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="760" data-original-width="1265" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzjArNPq5UCZtj2MJIUwguWQfCKIg_qVx2IfZjABCaCYRKD2TGHlXwnBd7x1FNLriCXaWflahGL76BDW5A8toGafURAbA6lN2zTMlkxEJpxbl0ZQmPnMFKFfcC_7zyht4BM2bnSqjH0eA9qh1NouZ_460fREeNaQHxPOLY-1UAX21ch1S0L9EyOWfq/s320/Santander%20Cultural%20(2).jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">Protesto na frente do Santander Cultural, <br />em 2017.</span></b></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Com tantos intervalos grandes durante o processo artístico, muitas coisas foram acontecendo e que me serviram para refletir melhor e dar mais embasamento ao que tratava a pintura, sobretudo os fatos ocorridos em 2017, às vésperas da eleição de Jair Bolsonaro à presidência do Brasil. Naquele período, a extrema direita com o seu discurso moralista vinha crescendo e arrebanhou muitos adeptos, que logo voltaram suas atenções para o meio artístico. Os casos mais famosos daquele período foram os ocorridos na exposição <b><i><span style="color: red;">“Queermuseu”</span></i></b> do <b><span style="color: #f1c232;">Santander Cultural</span></b>, a exposição <b><i><span style="color: red;">“Cadafalso”</span></i></b> da artista <b><span style="color: #f1c232;">Alessandra Cunha</span></b> e a performance <b><i><span style="color: red;">“La Bête”</span></i></b> no <b><span style="color: #f1c232;">MAM-SP</span></b> do artista <b><span style="color: #f1c232;">Wagner Schwartz</span></b>, que geraram grande repercussão, censuras, protestos, criminalizações e até agressões. Exemplos mais que didáticos para o que eu estava tratando nesta pintura… a ignorância das pessoas que avaliavam de forma rasa e tendenciosa o tema das obras e os meios utilizados, sem sequer buscar conhecer os conceitos e contextos das obras em questão.</div><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgquo7BjqjI19yAiaPN9zaK_PECFIkRqTc0nN6k0vQow-VdQ6ZRVZJMfUpeNeiLfEOhYOKbZjyvEbF_GHxXmOabSWjYZZPdVD-QUBQIQBMV0AQ3yYsiJt4FkX7iL2oBqD2MNufJWZ6WrxnB4x2MWk_Q3H4DGu_J7bVEqcNtHF_Tzv4kGw-NgRoJgO4w/s840/MAM%20SP%202017%20(2).jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="560" data-original-width="840" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgquo7BjqjI19yAiaPN9zaK_PECFIkRqTc0nN6k0vQow-VdQ6ZRVZJMfUpeNeiLfEOhYOKbZjyvEbF_GHxXmOabSWjYZZPdVD-QUBQIQBMV0AQ3yYsiJt4FkX7iL2oBqD2MNufJWZ6WrxnB4x2MWk_Q3H4DGu_J7bVEqcNtHF_Tzv4kGw-NgRoJgO4w/s320/MAM%20SP%202017%20(2).jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Protesto na frente do MAM/SP em 2017.</span></i></b></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Claro que houve uma apropriação política de grupos interessados sob o pretexto da defesa da moralidade e de pautas conservadoras. Estes levaram as discussões para a internet, sem explicar muito o contexto, potencializando as reações de um público que não teve uma formação adequada em arte. Nas polêmicas que se desenrolaram, ficou claro o que o senso comum acreditava ser a <u>“boa arte”</u>, com estereótipos bem enraizados de como a arte deve, idealmente, abordar o seu conteúdo, de preferência meramente contemplativa, naturalista ou reproduzindo ideais de beleza, excluindo qualquer abordagem conceitual ou que fuja destas ideias pré-concebidas. No final das contas, todo o atraso que ocorreu nesta produção foi essencial para que estes todos acontecimentos mostrassem claramente que o que é abordado nesta arte é bem coerente, assim como grupos que se apropriam de pautas moralistas usam esse preconceito baseado em desconhecimento e estereótipos para manipular opiniões.</div><br /><b><span style="color: #f1c232;">Referências Artísticas </span></b><br /><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoaJr6Dcu3MNc7Gx5yhk5A4uDaoUXM7vNPTGI0z7DMwm7Nvi0eFE1EZfR-t_HHvR2B19Y4kDo-K8FCJNZJIVFbP6LuW3CY5FXP4gO0QJrKin1aifwgQkmHppByOXJYLhGJnEjTES3O6h0kWVLhCw1YWlCw68rKd4QtlEwpfS6AlesxcfcPLfV20sWJ/s1126/Macke%20-%20Before%20The%20Hat%20Shop.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1126" data-original-width="862" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoaJr6Dcu3MNc7Gx5yhk5A4uDaoUXM7vNPTGI0z7DMwm7Nvi0eFE1EZfR-t_HHvR2B19Y4kDo-K8FCJNZJIVFbP6LuW3CY5FXP4gO0QJrKin1aifwgQkmHppByOXJYLhGJnEjTES3O6h0kWVLhCw1YWlCw68rKd4QtlEwpfS6AlesxcfcPLfV20sWJ/s320/Macke%20-%20Before%20The%20Hat%20Shop.jpg" width="245" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"A Chapelaria" de Auguste Macke</span></b></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Naturalmente, quem vê esta obra imagina que as referências imediatas para ela sejam os trabalhos de Duchamp, Pollock, Mondrian, Rothko e Giacometti, que eu realmente busquei me aprofundar um pouco mais. Em algumas delas, não segui exatamente como deveriam ser no que se refere ao tamanho proporcional, como no caso da obra de Pollock, que deveria ser maior do que eu fiz nesta pintura. Mas quando eu faço o recorte de “referências artísticas” aqui, me refiro ao trabalho de artistas que imediatamente acabam servindo como norte no momento que estou produzindo o trabalho e, neste caso, foram dos artistas <b><span style="color: #f1c232;">Norman Rockwell</span></b> e <b><span style="color: #f1c232;">Edward Hooper</span></b>, que sempre foram grandes influências no meu trabalho, mas também de <b><span style="color: #f1c232;">August Macke</span></b>. A ideia de retratar uma cena da pintura como se fosse uma foto, um flagrante de uma cena corriqueira, é algo que está muito presente nos trabalhos de Rockwell e Hooper e que norteiam um pouco o que eu busco no meu próprio trabalho também. A ideia é que a pintura atue como se fosse o ponto de vista de alguém que estivesse ali presente.</div><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwzrn6283QWBl-DHXvQbiM50o0QGaCkBCXwvmMRV8eClhmmWnmVE5G0UJuQSDX_uQZ7k_0mJYn5vbiFXc4SWII4c_QP7yJ131_HuRSjzS4HMtlombTuD4_hWYOuBrHSiy7jo3y5ymjDIc5WeReYSwrTGnE0s60BHcI2wsciH4BwCFoWe9nLUOFgQgO/s736/Macke%20-%20Passeio.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="574" data-original-width="736" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwzrn6283QWBl-DHXvQbiM50o0QGaCkBCXwvmMRV8eClhmmWnmVE5G0UJuQSDX_uQZ7k_0mJYn5vbiFXc4SWII4c_QP7yJ131_HuRSjzS4HMtlombTuD4_hWYOuBrHSiy7jo3y5ymjDIc5WeReYSwrTGnE0s60BHcI2wsciH4BwCFoWe9nLUOFgQgO/s320/Macke%20-%20Passeio.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">"Passeio" de August Macke</span></i></b></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Quanto ao trabalho de August Macke, artista alemão do início do séc XX e que aos 27 anos morreu em combate na 1ª Guerra Mundial, veio mais na forma da expressão no rosto dos personagens. Na obra de Macke as pessoas são como meros elementos de um todo e muitos personagens não possuem fisionomia, como se estivessem inacabados, principalmente na sua fase mais madura de produção. Esta característica específica me passou uma ideia de como ressignificar as expressões, usando esta forma de pintar para transmitir pelas faces indefinidas dos personagens o quanto não conhecemos as pessoas, como são, o que pensam e o que sentem. A partir de então, comecei a explorar mais esta forma de produzir.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><b><span style="color: #f1c232;">A Obra </span></b><br /><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1l0lbwuLvmU6W-p81y7J0qBOu4aM2nXR8rFLa5YL_iaIcUVIe5cy2Dcx5GXSQ7kuaLykoyiSNyGusRBv3OkBHw7FNhJpWuBZiYAR05eWKagCIWr_CiyvLNWDVc1savKaeWKEcyPnrbT99lkbFYCSxepkZcuJSTfkPjYIG8yo4m1PTpn5cDBISiYDy/s3072/Duchamp%20-%20Pesquisa%20Urinol%20(9).jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3072" data-original-width="2304" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1l0lbwuLvmU6W-p81y7J0qBOu4aM2nXR8rFLa5YL_iaIcUVIe5cy2Dcx5GXSQ7kuaLykoyiSNyGusRBv3OkBHw7FNhJpWuBZiYAR05eWKagCIWr_CiyvLNWDVc1savKaeWKEcyPnrbT99lkbFYCSxepkZcuJSTfkPjYIG8yo4m1PTpn5cDBISiYDy/s320/Duchamp%20-%20Pesquisa%20Urinol%20(9).jpg" width="240" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"A Fonte" de Marcel Duchamp</span></b></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Além da mensagem da ação extrema de ignorância de um espectador num museu sobre a obra, dando ali de sua forma peculiar e primal o veredito do que ele pensa da obra, há uma inversão de valores de algo que já havia sido invertido originalmente. Quando Duchamp deu sua explicação para <i><b>“A Fonte”</b></i>, ele argumentou que tinha retirado o urinol de sua função de utilidade, que era receber urina, e dado a ela uma nova função, estética, ao mudar sua posição e transformá-la em arte (e de certa forma, transformando o útil em inútil). Duchamp era um gozador… escolheu um mictório por sua falta de beleza e por seu caráter erótico. Naturalmente, quando “A Fonte” foi apresentada na <b><span style="color: red;">Exposição de Artistas Independentes de 1917</span></b>, era um confronto ao puritanismo, uma clara provocação ao júri do evento (do qual ele próprio fazia parte), que tinha estabelecido que sendo artista e pagando a taxa de inscrição, teria seu trabalho exposto. Causou enorme repercussão, sofreu ataques e a peça que vemos hoje exposta pelo mundo nem sequer é a peça original de 1917, que já foi destruída, mas substituída por outro exemplar pelo próprio Duchamp. A obra de arte tinha deixado ali de ser o produto de um meio para se tornar uma ideia.</div><br /><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgje6svkovvJEb9H9xDo3pL_KZ8Fc-faHBJL0_5XG0cvshUul6Sh1-cyVSO03SRodoXy0tlVtD6jdpp_wQ77X8yh8xI9rqba56NOyTIL0rokPyELJ8Uvyk4_fWqlP45hZ2-hEQIRHtIIGSF-LQ3YbSbd9x_T06pmyhF-q5pq3Jh_1La_EzLzC-21Lqm/s900/O%20Cr%C3%ADtico%20de%20Arte%20-%20detalhe%20(3).jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="793" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgje6svkovvJEb9H9xDo3pL_KZ8Fc-faHBJL0_5XG0cvshUul6Sh1-cyVSO03SRodoXy0tlVtD6jdpp_wQ77X8yh8xI9rqba56NOyTIL0rokPyELJ8Uvyk4_fWqlP45hZ2-hEQIRHtIIGSF-LQ3YbSbd9x_T06pmyhF-q5pq3Jh_1La_EzLzC-21Lqm/s320/O%20Cr%C3%ADtico%20de%20Arte%20-%20detalhe%20(3).jpg" width="282" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"O Crítico de Arte" (detalhe)</span></b></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Ao fazer uma pintura num estilo mais realista onde uma pessoa utiliza <i>“A Fonte”</i> como um urinol, de certa forma eu faço uma brincadeira, retornando a peça para sua função original, para a qual foi pensada, usando de uma arte tradicional para subverter uma arte conceitual. Ao mesmo tempo, questiona também a necessidade que muitas pessoas têm de encontrar uma utilidade para tudo (e todos, até), para que só assim possa ser validada. Depois de concluída a obra, é que descobri que em 1993 um homem já tinha realmente urinado na peça, assim como fiz nesta pintura.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não sei se a mensagem deste trabalho consegue ser tão clara, afinal, como o próprio trabalho denuncia, não são muitos (como deveria ser) que sabem o contexto e o significado da obra, mas acredito que com esta obra eu provoco, ao menos, o espectador para que busque conhecer o significado do que é retratado, se houver curiosidade, naturalmente.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><b><span style="color: #f1c232;">Imagens:</span></b> <b><i><a href="http://images.google.com.br/" target="_blank">Google</a></i></b><div><br /></div><b><div style="text-align: center;"><b>------------------------------------------ / / ------------------------------------------</b></div></b><br /><b><span style="color: #f1c232;">Referências bibliográficas: </span></b><br /><br /><div style="text-align: justify;">GOMPERTZ, Will. "Isso é Arte?: 150 anos de arte moderna do impressionismo até hoje"; tradução Maria Luiza X. de A. Borges; [revisão técnica: Bruno Moreschi]. - 1ª Ed. - Rio de Janeiro: Zahar, 2013.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">MESEURE, Anna. "Macke"; tradução Luísa Rodrigues. Lisboa: Taschen, 2000.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">______. "Após protesto, mostra com temática LGBT em Porto Alegre é cancelada". Folha de S. Paulo. São Paulo, 10 setembro 2017. Artes plásticas. Ilustrada. Disponível em: <<a href="https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/09/1917269-apos-protesto-mostra-com-tematica-lgbt-em-porto-alegre-e-cancelada.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/09/1917269-apos-protesto-mostra-com-tematica-lgbt-em-porto-alegre-e-cancelada.shtml</a>>. Acesso em: 05 novembro 2022.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">BRUM, Eliane. "Wagner Schwartz, 'La Bête': 'Fui morto na internet como se fosse um zumbi da série The Walking Dead'”. El País. São Paulo, 12 fevereiro 2018. Opinião. Disponível em: <<a href="https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html">https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/12/opinion/1518444964_080093.html</a>>. Acesso em: 05 novembro 2022.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">______. "Museu em SP é acusado de pedofilia após performance com nudez". Folha de S. Paulo. São Paulo, 28 setembro 2017. Artes plásticas. Ilustrada. Disponível em: <<a href="https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/09/1922810-na-internet-museu-e-acusado-de-pedofilia-apos-performance-com-nudez.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/09/1922810-na-internet-museu-e-acusado-de-pedofilia-apos-performance-com-nudez.shtml</a>>. Acesso em: 05 novembro 2022.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">RECH, Alessandra Paula; SCHUTZ, Danielle. "Episódio Queermuseu: reflexos do despreparo social em torno da Arte". Palíndromo, v.9, n.19, p.13-30, setembro-dezembro 2017. Disponível em: <a href="https://www.revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/11051">https://www.revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/11051</a> </div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;">VALENTE, Rubens. "Deputados pressionam, e polícia apreende quadro em exposição no MS". Folha de S. Paulo. Brasília, 15 setembro 2017. Artes plásticas. Ilustrada. Disponível em: <<a href="https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/09/1918799-deputados-pressionam-e-policia-apreende-quadro-em-exposicao-no-ms.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/09/1918799-deputados-pressionam-e-policia-apreende-quadro-em-exposicao-no-ms.shtml</a>>. Acesso em: 05 novembro 2022.</div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br /></span></div><div><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br /></span></div><div><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br /></span></div><div><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br /></span></div><br /></div><span><!--more--></span><span><!--more--></span><span><!--more--></span>
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0px;" /></a><br /><span href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">"O Crítico de Arte"</span> de <a href="https://www.arteporparte.com/2022/11/o-critico-de-arte.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="https://www.arteporparte.com/p/contato.html" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">https://www.arteporparte.com/p/contato.html</a>.Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-83072660254972673442022-10-03T17:47:00.001-03:002022-10-03T17:47:35.344-03:005ª Exposição Virtual Internacional "Dia Mundial da Paz"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4BpLYFk995y1PlBT9Vx3lHhLdtGMNplEzC7ZZrzDpiChQjkJAzriqmC9vINzPtDw514TM38iESqAz6S_5oRvAZ5oHA97I9_BGChUyzEwaH-bGmPNHk82TDAZOjRaQr8DMg6iSVXViz4zzDeEKJ_ns0D1hmlxLGFCljxOHy_JqtgrX6eVSvwoLN3Hk/s1527/Cartaz%20-%205%C2%AA%20Exposici%C3%B3n%20Virtual%20Internacional%20D%C3%ADa%20Mundial%20de%20la%20Paz.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1527" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4BpLYFk995y1PlBT9Vx3lHhLdtGMNplEzC7ZZrzDpiChQjkJAzriqmC9vINzPtDw514TM38iESqAz6S_5oRvAZ5oHA97I9_BGChUyzEwaH-bGmPNHk82TDAZOjRaQr8DMg6iSVXViz4zzDeEKJ_ns0D1hmlxLGFCljxOHy_JqtgrX6eVSvwoLN3Hk/w452-h640/Cartaz%20-%205%C2%AA%20Exposici%C3%B3n%20Virtual%20Internacional%20D%C3%ADa%20Mundial%20de%20la%20Paz.jpg" width="452" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">Teve início ontem (02/10) a <b><span style="color: red;">5a Exposição Virtual Internacional "Dia Mundial da Paz"</span></b>, promovida pela <b><span style="color: #cc0000;">Galeria Áries</span></b>, de Maracaibo, Venezuela. Nesta exposição estou participando com a obra <i><b><span style="color: #cc0000;">"Paz de Espírito"</span></b></i>.</p><span><a name='more'></a></span><p style="text-align: justify;">A <b>Áries Galeria de Arte</b> tem como princípio apoiar, promover e difundir os artistas através das plataformas virtuais. O paralelo entre a astrologia e seus mistérios com as artes é, segundo definição da própria galeria, pela percepção que a arte afeta as pessoas em muitos e diferentes níveis, assim como os símbolos da astrologia, creiam neles ou não. </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKe8JUCQ14-_F_kXbr9yYQZ68qKOusrlfheUeQeuHLrIYdcpC1YYBurfDnZZHjA5jaYRavsMKIuXuaVkz0-saM3wkGFcBprMHkAdq9iMsNz2EtGVFcQ0Flhrb_3pto4rI1mHII5rO4jX9KsFw6a3wQ233tbFtlWrWWJqoUMvaOf1VH0FVqe59SDJmv/s1349/Galer%C3%ADa%20%C3%81ries%20-%205a%20Exposicion%20Virtual%20Internacional%20Dia%20de%20la%20Paz%20(3).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1349" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKe8JUCQ14-_F_kXbr9yYQZ68qKOusrlfheUeQeuHLrIYdcpC1YYBurfDnZZHjA5jaYRavsMKIuXuaVkz0-saM3wkGFcBprMHkAdq9iMsNz2EtGVFcQ0Flhrb_3pto4rI1mHII5rO4jX9KsFw6a3wQ233tbFtlWrWWJqoUMvaOf1VH0FVqe59SDJmv/w320-h400/Galer%C3%ADa%20%C3%81ries%20-%205a%20Exposicion%20Virtual%20Internacional%20Dia%20de%20la%20Paz%20(3).jpg" width="320" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">Esta mostra conta com a participação de <b><span style="color: #cc0000;">172 artistas de 46 países</span></b> (<i>Albania, Alemanha, Argélia, Argentina, Áustria, Azerbaijão, Bolívia, Brasil, Chile, Colombia, Costa Rica, Cuba, Equador, Egito, Emirados Árabes, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, França, Guatemala, Hungria, India, Irã, Itália, Cazaquistão, Líbano, Líbia, Malásia, Marrocos, México, Nepal, Nova Zelanda, Paquistão, Panamá, Paraguai, Perú, Portugal, República Dominicana, Romênia, Russia, Singapura, Síria, Tailândia, Taiwan, Uruguay e Venezuela</i>), unidos pela arte em comemoração ao Dia Internacional da Paz.</p><p></p><div style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">Vídeo da exposição com as obras participantes:</span></b></div><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/0dVMa6S0YXg" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div>
<p></p><p style="text-align: justify;">A exposição é online e pode ser acessada no perfil da Galeria Áries no <b><a href="https://www.instagram.com/galeria.aries/" target="_blank">Instagram</a></b>, <b><a href="https://www.facebook.com/Aries-Galería-de-Arte-113479158019598/" target="_blank">Facebook</a></b> e <b><a href="https://youtu.be/0dVMa6S0YXg" target="_blank">Youtube</a></b>.</p>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0Maracaibo, Zulia, Venezuela10.642707 -71.6125366-17.667526836178844 -106.7687866 38.952940836178847 -36.4562866tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-7251425183948226792022-09-15T23:38:00.001-03:002022-09-15T23:38:14.833-03:002ª Exposição Internacional Online "Cartografias do Corpo"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk4a9x-TehV8MDxitGvvBvpjzHOXqhZlrHor9yO9h8_LDY-CFBp7g48RLDLTfWlW8HsEeRi2XaUZak7xNhfGs5kFmim22nSHB1jpBBem1CsR9pWUDLgl0S3YrQS-lDLDyPATwmhjAZrDHh2NS_q53deWiRMCbolTjyboAi6BYiwdSgFAjwtHvZFwaH/s1920/cc2022.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1442" data-original-width="1920" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk4a9x-TehV8MDxitGvvBvpjzHOXqhZlrHor9yO9h8_LDY-CFBp7g48RLDLTfWlW8HsEeRi2XaUZak7xNhfGs5kFmim22nSHB1jpBBem1CsR9pWUDLgl0S3YrQS-lDLDyPATwmhjAZrDHh2NS_q53deWiRMCbolTjyboAi6BYiwdSgFAjwtHvZFwaH/w640-h480/cc2022.JPG" width="640" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="text-align: left;">Teve início hoje a <b><span style="color: red;">2ª Exposição Internacional Online "Cartografias do Corpo"</span></b> promovida pelo <b><span style="color: #cc0000;">Centro Cultural Digital Yila'ob</span></b> e que tenho a honra de participar com a obra <b><span style="color: #cc0000;"><i>"O Início de Todos Nós"</i></span></b> (que em breve será publicada aqui no <i>Arte por Parte</i>). Como o nome sugere, o tema principal da exposição é o corpo humano nas mais diversas atividades, passando pelo nu artístico, dança, esportes, trabalho físico, etc.</span></div><span><a name='more'></a></span><p style="text-align: justify;">O Yila'ob é um espaço digital mexicano que prega que a experiência em arte deve ser compartilhada e com isto, eles buscam difundir o trabalho artístico de vários artistas de diferentes vertentes de atuação através do meio digital.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Nesta exposição serão <b>26 obras</b> de <b><span style="color: #cc0000;">14 artistas</span></b> de 9 países (México, Bolívia, Colômbia, Porto Rico, Chile, Argentina, Cuba, Azerbaijão e eu pelo Brasil) e a mostra vai de <b><span style="color: #f1c232;">15 à 30 de setembro de 2022 </span></b>no <b><a href="https://yilaob.taexvi.org/Galeria/" target="_blank">site</a></b> do Centro Cultural Digital Yila'ob e em seus perfis nas redes sociais.</p>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com2Cidade do México, Distrito Federal, México19.4326077 -99.133208-12.185376459223249 -134.289458 51.050591859223246 -63.976957999999996tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-1709066375355001302022-03-11T18:27:00.002-03:002022-03-11T18:27:39.775-03:00- Para Além das Bolhas -<p style="text-align: center;"><b><span style="color: #6aa84f;"> Acrílico sobre tela - 40 x 50 cm - 2021</span></b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhMvOyWSNanPHJnLnuw78YxDf41_cv9it_yJW9lEODm3MhjffSPUkhxZbl1asf0p8cbS8ncdRgbeA5-jJZ9SBi3AHwIZJxdB2oTAcwvUfy4hgEjDX_v2IQvSd0lkvWHMhXBKYC-5dYq3t2CYJFRJngnk48MLI4OMMldM6mLmuhSg3LsMsY3T5SLvkh0=s1129" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1129" height="510" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhMvOyWSNanPHJnLnuw78YxDf41_cv9it_yJW9lEODm3MhjffSPUkhxZbl1asf0p8cbS8ncdRgbeA5-jJZ9SBi3AHwIZJxdB2oTAcwvUfy4hgEjDX_v2IQvSd0lkvWHMhXBKYC-5dYq3t2CYJFRJngnk48MLI4OMMldM6mLmuhSg3LsMsY3T5SLvkh0=w640-h510" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Clique na imagem para ampliá-la</span></i></b></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;">Na produção de uma obra de arte, sempre tenho em vista o propósito de abordar temas que tem um caráter mais complexo, ainda que fazê-lo apenas visualmente seja um desafio que muitas vezes não é nada simples. Este tipo de desafio que me proponho cada vez que decido fazer algo do tipo é realmente um grande motivador pessoal, diferente do que acontece com temas que não tem tanta capacidade de gerar algum desconforto no espectador ou que, ao menos, estimule alguma reflexão sobre o que a pintura trata. Esta pintura específica, que tem como inspiração a obra <b><i><span style="color: red;">“A Criação de Adão”</span></i></b> de <b><span style="color: #f1c232;">Michelangelo Buonarroti</span></b>, trata sobre uma realidade contemporânea que são as <b><u><span style="color: #cc0000;">bolhas virtuais</span></u></b>, que são bolhas de informações ideológicas potencializadas pelos algoritmos das redes sociais na internet e que muitos de nós estamos imersos, mas que muitos de nós ainda não sabemos muito bem como lidar com elas.</p><span><a name='more'></a></span><p><b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b></p><p style="text-align: justify;">Sempre que possível, busco estar bem informado do que está acontecendo no Brasil e no mundo, com os olhos atentos para algumas nuances, para os comportamentos das pessoas na mídia, na internet, no meu próprio meio, busco analisar as coisas por um cenário mais amplo, tento até ver por um olhar mais distante para encontrar alguma visão mais lateral do que se passa e assim vou chegando às minhas próprias conclusões, naturalmente filtrando o que chega até mim. A atualidade, por si só, já é um riquíssimo campo para explorar tudo o que eu posso abordar no que produzo e de algum tempo para cá, acho que seria preciso uns três tempos de vida para dar conta de tudo o que vem surgindo. Seja pelo ineditismo ou pelo absurdo, a realidade vem sempre produzindo algum espanto novo.</p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgujAf-ucssc0tAE02F2YTfuoXlBAAIvtNeKHl5qsDsrSAH6koPniVJCRAq1DAUx5-1ZvWQxPfUvhZlyoYmRq1uuWZ3v8oz4PEQ5F4BnbgO9b0ShICYu4tlAWLEqfd0MbZgMib4pzyAZLHtD5rqwoE7rbi4bozc1hOupBUS-ab6BhpADCT4Ig6yNmH5=s1000" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="898" data-original-width="1000" height="359" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgujAf-ucssc0tAE02F2YTfuoXlBAAIvtNeKHl5qsDsrSAH6koPniVJCRAq1DAUx5-1ZvWQxPfUvhZlyoYmRq1uuWZ3v8oz4PEQ5F4BnbgO9b0ShICYu4tlAWLEqfd0MbZgMib4pzyAZLHtD5rqwoE7rbi4bozc1hOupBUS-ab6BhpADCT4Ig6yNmH5=w400-h359" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"Para Além das Bolhas" (detalhe)</span></b></i></td></tr></tbody></table></div><br />A ideia principal desta arte é tratar sobre como tem sido o comportamento das pessoas pautadas pelas <b><span style="color: #cc0000;">bolhas ideológicas</span></b> que as mídias digitais potencializam através dos algoritmos e como, apesar da internet já ter algum tempo em nosso dia a dia, ainda é uma novidade que não estamos sabendo como lidar adequadamente, levando em conta tudo o que vem acontecendo conosco, como o crescimento das <i>Fake News</i>, o poder que as chamadas big techs exercem sobre o nosso comportamento e que geram sérios efeitos, o fortalecimento de movimentos de cunho fascista pelo mundo, negacionismos de várias ordens, entre tantas outras coisas que direta ou indiretamente estão ligadas à forma como a informação passou a nos alcançar e como, através dos algoritmos, somos enclausurados em bolhas de opiniões.</div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEji0Tc1YBeBfKvtstAO2TtS0aIpzIVowXI1CAyjX84TzUvUHYR8JqbXgWZ6au_sRrgmBzgzp3lKnRAB1YybarWeWADMBXch8-QPRQVdjzQZtgEQ-ZEU8XRNQsX_aqxV-R9Is8IdqQipV4opQWkFO315x7fbae5UqQXaO5hq-r-UXavFhnwNiv_1P7jV=s1000" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="555" data-original-width="1000" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEji0Tc1YBeBfKvtstAO2TtS0aIpzIVowXI1CAyjX84TzUvUHYR8JqbXgWZ6au_sRrgmBzgzp3lKnRAB1YybarWeWADMBXch8-QPRQVdjzQZtgEQ-ZEU8XRNQsX_aqxV-R9Is8IdqQipV4opQWkFO315x7fbae5UqQXaO5hq-r-UXavFhnwNiv_1P7jV=s320" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">No período de eleições é que este fenômeno fica ainda mais em evidência, principalmente no Brasil. Posicionamentos políticos passaram por mudanças significativas e muitas pessoas que têm uma opinião política passaram a se comportar ainda mais como uma espécie de <b><span style="color: #cc0000;">“torcida de futebol”</span></b>, por suas defesas apaixonadas e muitas vezes cegas para o que é externo de sua opinião e, mesmo que diferentes pesquisas indiquem como será o resultado ao final, ainda assim o resultado passa a ser como uma grande surpresa para alguns quando ocorre, simplesmente porque a informação a que têm acesso é apenas as que estão em consonância com a sua preferência, com o seu algoritmo de acesso, excluindo do alcance o que não condiz com o seu perfil.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Esta limitação que muitos são submetidos por conta de suas bolhas de opiniões de certa forma ajudam a <b><span style="color: #cc0000;">estereotipar comportamentos e pessoas</span></b>, algo que eu já tinha abordado na arte <b><a href="https://www.arteporparte.com/2020/04/sem-rotulos.html" target="_blank">“Sem Rótulos”</a></b> e que também acontece quando se trata das tais bolhas. De certa forma, este assunto tem rondado algumas artes que produzi recentemente, ainda que não falado diretamente antes. Na obra <b><a href="https://www.arteporparte.com/2021/12/ponto-de-vista.html" target="_blank">“Ponto de Vista”</a></b> o assunto são as diversas possibilidades de encarar uma mesma realidade sob perspectivas diferentes e que também é afetada diretamente por esta manipulação do que é recebido pela internet, assim como o assunto resvala também no tema da obra <b><a href="https://www.arteporparte.com/2021/12/narciso-moderno.html" target="_blank">“Narciso moderno”</a></b> que trata do fenômeno das selfies e como as redes sociais estão afetando o comportamento das pessoas. Sem dúvida nenhuma esse é um assunto bem complexo e que transita por várias esferas.</p><p><b><span style="color: #f1c232;">Referências Artísticas</span></b></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjEqmlf-AF3WSx4Be0w-JVwClbZ7otFnJUUuZ0XDhmznhY0hFTaEN2AVFyHFAnlQjcS5-h_T0qcbvnKgyOeP4s7ZttPSxzxqXEVLanKL180FbjHDZulQvpiclTx2x5OMxZRIZxoy7xQjTY4d7V3wdF-fn0crYT6woCXQSTF8oyanBX6EAQjyyLpQs2t=s1024" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="766" data-original-width="1024" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjEqmlf-AF3WSx4Be0w-JVwClbZ7otFnJUUuZ0XDhmznhY0hFTaEN2AVFyHFAnlQjcS5-h_T0qcbvnKgyOeP4s7ZttPSxzxqXEVLanKL180FbjHDZulQvpiclTx2x5OMxZRIZxoy7xQjTY4d7V3wdF-fn0crYT6woCXQSTF8oyanBX6EAQjyyLpQs2t=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"A Criação de Adão" por Michelangelo (detalhe)</span></b></i></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;">Desde que surgiu a ideia para esta obra, eu já tinha em mente abordar este tema explorando a obra de Michelangelo <b><span style="color: red;"><i>“A Criação de Adão”</i></span></b>, o sexto das nove cenas do Antigo Testamento pintadas na parte central da abóboda da Capela Sistina. A ideia era explorar, principalmente, o icônico gestual das mãos dos personagens de Adão e de Deus, que mutuamente buscam o contato e que, ao meu ver, me serviria bem para evidenciar o <b><span style="color: #cc0000;">isolamento das bolhas</span></b> e a busca cega daqueles que querem outras informações para além das bolhas, para enxergar além, como o próprio nome da obra já sugere. Sobre o toque das mãos produzido por Michelangelo, o historiador <b>Gombrich</b> em seu icônico livro comenta:</div><p></p><p style="text-align: left;"><i></i></p><blockquote style="text-align: justify;"><i>“É um dos maiores milagres da arte o modo como Michelangelo logrou fazer do toque da mão divina o centro e o foco do quadro, e como revelou a ideia de onipotência com a desenvoltura e a força desse gesto de criação”.</i> (GOMBRICH, 2015, p. 312)</blockquote><p></p><p style="text-align: justify;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiGffKfuAGqks8espgxepE51TxQvyro3h0pn9ELhV6Fz9yduWFLwP-fQIMqpr22vryIbXjNy-0RpVpmbWFKl5fTIriKSfK_N8GFFAO2xxia44TbYriam8dDSg8k1zPbBNNv5bh7zHlCueBAa618KP6HkCh5H4qinWfqa9vjcb0-jYumjt5dW2qRBejl=s900" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="777" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiGffKfuAGqks8espgxepE51TxQvyro3h0pn9ELhV6Fz9yduWFLwP-fQIMqpr22vryIbXjNy-0RpVpmbWFKl5fTIriKSfK_N8GFFAO2xxia44TbYriam8dDSg8k1zPbBNNv5bh7zHlCueBAa618KP6HkCh5H4qinWfqa9vjcb0-jYumjt5dW2qRBejl=w173-h200" width="173" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"Retrato de Michelangelo"<br />por Daniele da Volterra</span></b></i></td></tr></tbody></table><p></p><div style="text-align: justify;">Dos artistas que são considerados a santíssima trindade do renascimento italiano (<b><span style="color: #cc0000;">Leonardo da Vinci</span></b>, <b><span style="color: #cc0000;">Michelangelo</span></b> e <b><span style="color: #cc0000;">Rafael</span></b>, que foram contemporâneos em seu tempo), eu sempre me identifiquei mais com o trabalho de Leonardo e seus ensinamentos, através das tantas observações que ele deixou em seu tratado de pintura, como a percepção das cores, os preceitos da pintura e a representação da natureza, mas é importante considerar que eles eram personalidades bem diferentes e que Michelangelo não tinha o mesmo ímpeto de escrever como Leonardo tinha, além do fato de, perto de sua morte, Michelangelo ter queimado todos os esboços, projetos e papéis que o acompanhavam nos seus últimos dias. </div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg4F60Ncf3Saj2obDg4O61yOco2X7pW4LhElfAg5lydUE-koqPXWyVBPIMGI9HMCGR5ULG0Q5FILSIwWAykcNcu9dHFVe2hk1C8hTpJI3aekpJzR1STvi2JNHuvy2gkVub1sFvigPthloiyXnyJB4x_c4MBP4M2Lnbt_J2H3oI0dz1f3Kb__qxdq-HJ=s1024" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="465" data-original-width="1024" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg4F60Ncf3Saj2obDg4O61yOco2X7pW4LhElfAg5lydUE-koqPXWyVBPIMGI9HMCGR5ULG0Q5FILSIwWAykcNcu9dHFVe2hk1C8hTpJI3aekpJzR1STvi2JNHuvy2gkVub1sFvigPthloiyXnyJB4x_c4MBP4M2Lnbt_J2H3oI0dz1f3Kb__qxdq-HJ=w640-h290" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">"A Criação de Adão" por Michelangelo</span></i></b></td></tr></tbody></table><br /><p></p><div style="text-align: justify;">Ainda sobre a <i><b>“Criação de Adão”</b></i>, trabalhei com muita atenção também para o cenário de fundo, que guarda uma curiosidade que muita gente não percebe. Michelangelo estudou muito de <b><span style="color: #cc0000;">anatomia humana</span></b> dissecando corpos, como Leonardo também o fez, e na época em que Michelangelo produziu a pintura da Capela Sistina, ele estava especialmente debruçado no tema. Ao observar a composição do fundo, percebemos que o tecido rebuscado que envolve Deus e os anjos tem o formato de um <b><span style="color: #cc0000;">cérebro humano</span></b>, o que sugere que não se tratou de um mero acaso. Michelangelo, apesar de absolutamente genial em sua obra, era também um homem de temperamento forte, solitário de hábitos anti-sociais e que vivia para o trabalho. Segundo registros de um amigo seu num período doentio do artista por volta dos seus 50 anos, ele comentava que Michelangelo trabalhava muito, comia pouco e mal, além de também não dormir e relatava ainda que já fazia alguns meses que o artista sofria com dores de cabeça e vertigens. Apesar de, neste período, darem como certo que o artista não viveria muito tempo, Michelangelo morreu aos 88 anos, a poucos dias de completar seu 89º ano de vida.</div><p></p><p style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;"><span style="color: #f1c232;">A Obra</span></b></p><p style="text-align: justify;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgV_9XzltlP7H_FOqZvnGQhfgUOWLTeqoVX5HwUQ0I4sVSbjzdCaOPU8f6gGtKAuJrCbf7xe95TvNvbIdehCOVrSX_iDDeyO7ya4isSX7YOlf5VQ2XayANaWuIpRQxkY8X7cp0q2fGQH4pp39Yvu528C5rpz5Io3TgOyFYSrgVxtYccjK6GdY0FWisc=s996" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="933" data-original-width="996" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgV_9XzltlP7H_FOqZvnGQhfgUOWLTeqoVX5HwUQ0I4sVSbjzdCaOPU8f6gGtKAuJrCbf7xe95TvNvbIdehCOVrSX_iDDeyO7ya4isSX7YOlf5VQ2XayANaWuIpRQxkY8X7cp0q2fGQH4pp39Yvu528C5rpz5Io3TgOyFYSrgVxtYccjK6GdY0FWisc=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"Para Além das Bolhas" (detalhe)</span></b></i></td></tr></tbody></table><p></p><div style="text-align: justify;">Nesta obra eu busquei fazer as bolhas de forma bem realista, mas além de simbolizar o sentido de isolamento ideológico, a ideia também era tratar como se cada uma delas fosse uma espécie de um <b><span style="color: #cc0000;">mundo independente</span></b> e cada mão que aparece, habita cada um destes “mundos” que se orbitam, evidenciando assim o sentimento de isolamento delas. Centralizado na tela, repliquei as mãos principais mais ou menos na mesma posição onde estão as mãos dos personagens na obra de Michelangelo, mas as fiz monocromáticas, mais claras nas extremidades enquanto em suas bases, elas estão translúcidas, como se fossem feitas do mesmo material da bolha. </div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg3Y96SB9aUr2Gz9yZ4X4hTCyOzXVzay_FqNHY1Pr6j_9Ix2P-bT7Udd2Q3PLQfxJJfPEu5zJZCmNndNzKkutOuzh7Ari6iK25CvsgaJotPNSQYDWjzyeQEgae_WPC0_vr1BJbfPN0kapL8L_8oAcJxW5vP6iw7b1rNKbdCrN0xqH4pmMYwHCFXsjOm=s1000" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="898" data-original-width="1000" height="287" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg3Y96SB9aUr2Gz9yZ4X4hTCyOzXVzay_FqNHY1Pr6j_9Ix2P-bT7Udd2Q3PLQfxJJfPEu5zJZCmNndNzKkutOuzh7Ari6iK25CvsgaJotPNSQYDWjzyeQEgae_WPC0_vr1BJbfPN0kapL8L_8oAcJxW5vP6iw7b1rNKbdCrN0xqH4pmMYwHCFXsjOm=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"Para Além das Bolhas" (detalhe)</span></b></i></td></tr></tbody></table><p></p><div style="text-align: justify;">Quanto ao fundo, eu segui de forma livre o padrão de formatos, mas não o fiz de forma detalhada, uma vez que não caberia aqui um tecido rebuscado como no original. Como eu tinha a ideia de fazer uma relação entre as bolhas como se fossem planetas, busquei fazer o fundo de forma mais abstrata, um pouco mais escura que o da obra do mestre italiano até para deixar mais em evidência as mãos e as próprias bolhas, além de deixar as próprias formas como se fossem efeitos de gases, compondo uma espécie de <b><span style="color: #cc0000;">malha espacial</span></b> que abriga estas bolhas. Para a produção das bolhas, tive que recorrer às usuais referências fotográficas para reproduzir com a melhor fidelidade possível, até para gerar um destaque visual maior para a obra. No final, o trabalho acabou atendendo as minhas expectativas e acredito que a mensagem consegue expressar para o espectador em algum grau o que eu pretendia a princípio, ainda que mensurar como uma arte chega aos olhos do outro seja algo bem imprevisível e difícil de avaliar.</div><p></p><p><br /></p><p><b><span style="color: #f1c232;">Imagens:</span></b> <i><b><a href="http://images.google.com.br/" target="_blank">Google</a></b></i></p><p><br /></p><p style="text-align: center;">------------------------------------------ / / ------------------------------------------</p><p><b><span style="color: #f1c232;">Referências bibliográficas:</span></b></p><p style="text-align: justify;">GOMBRICH, E.H. (Ernst Hans). "A História da Arte"; tradução Álvaro Cabral. - [Reimpr.] 16ª ed. - Rio de Janeiro: LTC, 2015.</p><p style="text-align: justify;">MICHELANGELO / Abril Coleções: tradução de Carla Luzzati e Elke Silvério. São Paulo: Abril, 2011 [Coleção Grandes Mestres; v. 4]</p><p style="text-align: justify;">MICHELANGELO / [coordenação e organização Folha de S. Paulo; tradução Martín Ernesto Russo], - Barueri, SP: Editorial Sol 90, 2007 [Coleção Folha Grandes Mestres da Pintura; 9]</p><p style="text-align: justify;">GRINBERG, Victor. "BOLHA IDEOLÓGICA". Revista FAAP edição 292. São Paulo. Disponível em: <<a href="http://revista.faap.br/colunas/bolha-ideologica-coluna-victor-grinberg-e-professor-do-curso-de-relacoes-internacionais/">http://revista.faap.br/colunas/bolha-ideologica-coluna-victor-grinberg-e-professor-do-curso-de-relacoes-internacionais/</a>>. Acesso em: 11 março 2022.</p><p><br /></p><p><br /></p>
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0px;" /></a><br /><span href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">"Para Além das Bolhas"</span> de <a href="https://www.arteporparte.com/2022/03/para-alem-das-bolhas.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="https://www.arteporparte.com/p/contato.html" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">https://www.arteporparte.com/p/contato.html</a>.Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-75863417320912854102022-03-06T16:53:00.000-03:002022-03-06T16:53:21.353-03:00- Exposição virtual 11a Coletiva Contemporânea EueArte 2022 -<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjHpxCoysudInQF097VZ23AIXMz6_NTenl6xVyzed0t_hjOn3M4ntiKSV55DOZnEn2zR5vH4tF6coOqlBShSiMrDp4QsT57EjVf2d55lMveuLG78o43FKiXCKthDkGSDmjnsNg7Mmu29JHcHkjwmtL_8KgJGOQaZJAUeFi9VoRPTEzkxjvpGdISiFP8=s1080" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjHpxCoysudInQF097VZ23AIXMz6_NTenl6xVyzed0t_hjOn3M4ntiKSV55DOZnEn2zR5vH4tF6coOqlBShSiMrDp4QsT57EjVf2d55lMveuLG78o43FKiXCKthDkGSDmjnsNg7Mmu29JHcHkjwmtL_8KgJGOQaZJAUeFi9VoRPTEzkxjvpGdISiFP8=w640-h640" width="640" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">Teve início ontem a exposição virtual <b><span style="color: red;">11ª Coletiva Contemporânea EueArte 2022</span></b> que conta com a participação de 23 artistas, contando também com a participação do artista <i><b><span style="color: #cc0000;">Deca Torres</span></b></i>, que em 2015 foi premiado entre os dez melhores Artistas Contemporâneos na Europa. Além desta, ele também obteve premiação na Bienal Europeia e Latino Americana.</p><span><a name='more'></a></span><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiR9M5oHPjQY7WgHv_hTp1K27WtKcNWRk37Z51xdWQQ55i7d17X4uvE-kcYJ4JDgoi5LKcEhCDpj7FknCinkBQwGxhfVu3qrYWKVugfWOhCCs-Z7__5lKSFDn8u9IlGZyrWjAs2ot0_yMpy5lXTfSVCXbtlY3lXDeXLV4Jzi3tSBbch17JL60joExMi=s1280" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1280" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiR9M5oHPjQY7WgHv_hTp1K27WtKcNWRk37Z51xdWQQ55i7d17X4uvE-kcYJ4JDgoi5LKcEhCDpj7FknCinkBQwGxhfVu3qrYWKVugfWOhCCs-Z7__5lKSFDn8u9IlGZyrWjAs2ot0_yMpy5lXTfSVCXbtlY3lXDeXLV4Jzi3tSBbch17JL60joExMi=w400-h400" width="400" /></a></div></div><p style="text-align: justify;">Neste evento, que vai de <b><u><span style="color: #f1c232;">05 de março à 01 de abril de 2022</span></u></b>, estão sendo expostas várias obras de diferentes técnicas e estilos. Nesta exposição estou participando com as obras <b><span style="color: #cc0000;">"Para Além das Bolhas"</span></b> (obra que em breve vou abordar por aqui também), <b><a href="https://www.arteporparte.com/2021/12/ponto-de-vista.html" target="_blank">"Ponto de Vista"</a></b> e <b><a href="https://www.arteporparte.com/2020/04/sem-rotulos.html" target="_blank">"Sem Rótulos"</a></b>. A exposição virtual pode ser acessada pelo <b><a href="https://euearte.com.br/11a-coletiva-contemporanea-euearte-2022/" target="_blank">site da galeria</a></b> e através das redes sociais da mesma. Confiram lá que está muito boa!</p><p><br /></p><p style="text-align: justify;">A <b><a href="https://euearte.com.br/" target="_blank">EUeARTE</a></b> é uma Galeria de Arte Online que tem como objetivo aproximar milhares de compradores do mercado de Arte Primário através de uma plataforma inclusiva, facilitando esta conexão, sempre levando em conta a responsabilidade cultural e uma experiência agradável, direta e única.</p>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-36033621602161393392021-12-23T21:17:00.000-03:002021-12-23T21:17:17.118-03:00- O Ensaio da Filarmônica -<p style="text-align: center;"><b><span style="color: #93c47d;"> Acrílico sobre tela - 50 x 70 cm - 2021</span></b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhIBzikbMf-U4voMAngU5_5ssHbE1kcprWafINaGqdywS0Oh-lRsYYfBy7Tdk12_t4LpPlrWc656qeKv-APXd9joPOCnI1P3BzDwQFPu4ZQI6h-0JFE9fpFqsN-HjyQLzr1212KRN7Ux4lwe1nEDednG8XlXt5QCNnoJU7P2WYg1dD7LfNpgh28xidG=s1403" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1403" height="456" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhIBzikbMf-U4voMAngU5_5ssHbE1kcprWafINaGqdywS0Oh-lRsYYfBy7Tdk12_t4LpPlrWc656qeKv-APXd9joPOCnI1P3BzDwQFPu4ZQI6h-0JFE9fpFqsN-HjyQLzr1212KRN7Ux4lwe1nEDednG8XlXt5QCNnoJU7P2WYg1dD7LfNpgh28xidG=w640-h456" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">Clique na imagem para ampliá-la</span></b></i></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">A música faz parte predominante em minha vida e ainda que eu não saiba tocar nenhum instrumento, são raros os meus dias em que não haja nenhuma música como trilha sonora de fundo, mesmo que por vezes seja um repertório repetido que passa por muitos estilos musicais. Esse gosto pela música foi uma <b>herança do meu pai</b> que, assim como eu, também não sabia tocar nada, mas que era um colecionador de um gosto bem eclético e que me influenciou a levar este hobby adiante. Em Macaúbas, a instituição cultural mais resistente, que mais gerou frutos e que até hoje segue sua insistente jornada é a <b><span style="color: red;">Filarmônica Nossa Senhora da Imaculada Conceição</span></b>, fundada em <b>1946</b> e que, pelas inúmeras dificuldades que enfrentou, sempre se manteve em caráter de resistência cultural, seja pelas mãos do seu maestro-patrono, o professor <b><i><span style="color: #f1c232;">José Benedito do Amaral</span></i></b>, ou pelas mãos dos seus ex-alunos que seguiram adiante com o legado. O tema da Filarmônica já foi abordado por mim em <b>2010</b>, mas tinha sido numa tela pequena, rápida e que, portanto, merecia um tratamento melhor e por muito tempo a execução desta pintura foi adiada, até que 2021 me trouxe a disposição para colocá-la em prática, da forma mais representativa e que os moradores de Macaúbas estão acostumados a presenciar: através dos seus <b><span style="color: #cc0000;">ensaios</span></b>. </p><span><a name='more'></a></span><p><b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b></p><p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEimB61mSHMEm57SI4NbQ24t-nu-elJO4fTbiuRw4jdDdA0MsAFpVO7ZxayHBRaL_4YQFawu3PzM6hzTW1P6r6wQWoJHEM69COJqt1reXWcaoh8nsmxb5d5sBMzm_AsUsvHSr4UTuSJ5_pJDpbFIomNC9S1kgdzQvrK6KNjKjrEzAf3ZzPu29v5nVqTW=s1024" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="1024" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEimB61mSHMEm57SI4NbQ24t-nu-elJO4fTbiuRw4jdDdA0MsAFpVO7ZxayHBRaL_4YQFawu3PzM6hzTW1P6r6wQWoJHEM69COJqt1reXWcaoh8nsmxb5d5sBMzm_AsUsvHSr4UTuSJ5_pJDpbFIomNC9S1kgdzQvrK6KNjKjrEzAf3ZzPu29v5nVqTW=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Fonte: arquivo do artista</span></i></b></td></tr></tbody></table></p><div style="text-align: justify;">Quando fiz a pintura <b><a href="https://www.arteporparte.com/2010/11/filarmonica-n-sra-imaculada-conceicao.html" target="_blank">Filarmônica N. Sra. Imaculada Conceição</a></b>, em 2010, a ideia era muito mais no sentido de <b><span style="color: #f1c232;">documentar o patrimônio histórico do imóvel</span></b> que além da importância de ser a sede da instituição, já serviu até como delegacia da cidade em tempos mais antigos. Naquele momento me parecia bastante claro que o conjunto arquitetônico daquele trecho sofreria uma mudança significativa em pouco tempo, levando em conta a falta de consciência da população na preservação do patrimônio histórico, como realmente aconteceu pouco tempo depois. Mas a pintura não retratava a Filarmônica em si, que em certos momentos me parece como uma espécie de <b><span style="color: #cc0000;">“janela no tempo”</span></b>, dada a singularidade da atividade. Desde então, sempre que possível, tirava fotos pontuais da atuação da Filarmônica e algumas delas figuravam como boas candidatas à uma pintura, ainda que não atendessem exatamente o que eu tinha em mente. A filarmônica ocupa um lugar muito importante na cultura macaubense, ainda que nem todos tenham consciência do quão presente ela está no cotidiano da cidade… tenho a impressão, inclusive, que é quase como um artigo de luxo que não é percebido muito bem pelos macaubenses por estar tão próximo e corriqueiro no seu dia a dia.</div><p></p><p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEisPxNxPmSQzXJ0e9FHfunTJH-oldVB8u6ESeX9G3Rmq0vLNNeeiLhnKZJ6jQ_OujNwiN7wfVXDMYjojumf8Keua1a6BDYo2nVeQAk7RnG9DuS88KjdDRqvelPBzVNRG6CIrH5iFCUFux6h2dS4JjzqT1aWnlULb5jkYv0hvkKQruZSubzW0RzXuaFU=s1600" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="750" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEisPxNxPmSQzXJ0e9FHfunTJH-oldVB8u6ESeX9G3Rmq0vLNNeeiLhnKZJ6jQ_OujNwiN7wfVXDMYjojumf8Keua1a6BDYo2nVeQAk7RnG9DuS88KjdDRqvelPBzVNRG6CIrH5iFCUFux6h2dS4JjzqT1aWnlULb5jkYv0hvkKQruZSubzW0RzXuaFU=w188-h400" width="188" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">A evolução da pintura</span></b></i></td></tr></tbody></table></p><div style="text-align: justify;">Quando a vontade de pintar este tema chegou mais forte, recorri ao meu <b><span style="color: #cc0000;">arquivo fotográfico</span></b> (que já comentei por aqui em outras oportunidades) para encontrar o melhor cenário, para achar alguma imagem que pudesse me ajudar a contar uma história. Das fotos que eu tinha a disposição, três delas tinham partes muito boas, mas que por conta de um detalhe ou outro, não correspondiam ao que eu tinha em mente na totalidade. A saída que encontrei foi <b><span style="color: #cc0000;">usar as melhores partes de cada foto</span></b>, montando de acordo com o que eu tinha em mente, incluindo até alguns detalhes que não estavam lá realmente, até porque reproduzir uma foto em pintura da mesma forma como foi originalmente feita, não faz muito sentido para mim… é preciso que haja a intervenção do artista, que o foco da cena seja mudado, que haja mais coisa do que a mera reprodução de uma fotografia.</div><p></p><p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi6ZauZu6IY0CImXC4NHMcrhqANZjeiX79ursMsNSdCouO0cH_07XmkPQDQW8TFFlDy9JKI1M2bKZlJWJP5aCKafX-dc9hgDAVtgbMfxlFCL-2sEaND_YxaYDEvHWPmkOBG6HpTQd_HKcXDCuodI1TtCjCRznHGvi82boe5fJzUris2IrHg-tmPzS_W=s1529" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="799" data-original-width="1529" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi6ZauZu6IY0CImXC4NHMcrhqANZjeiX79ursMsNSdCouO0cH_07XmkPQDQW8TFFlDy9JKI1M2bKZlJWJP5aCKafX-dc9hgDAVtgbMfxlFCL-2sEaND_YxaYDEvHWPmkOBG6HpTQd_HKcXDCuodI1TtCjCRznHGvi82boe5fJzUris2IrHg-tmPzS_W=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">Detalhe do calçamento</span></b></i></td></tr></tbody></table></p><div style="text-align: justify;">A própria produção da pintura, de certa forma aconteceu quase literalmente como uma espécie de colagem também… pintei a cena principal, a rua, a calçada e as casas e depois, aos poucos, fui <b><span style="color: #cc0000;">inserindo mais elementos</span></b> como o carro estacionado na rua e as pessoas que não estão dentro da Filarmônica. Fazer o processo desta forma foi um jeito de facilitar a produção, refletir melhor onde colocar cada coisa e observar se a escala do objeto ou pessoa em relação ao imóvel estava condizente com a realidade. Na verdade, foi uma pintura bem trabalhosa, num processo longo de camada sobre camada sobre camada. Um exemplo bem claro deste processo todo de sobreposição foi <b><span style="color: #cc0000;">a pintura do calçamento da rua</span></b>, pensando na variação de cores de cada pedra, nos efeitos de luzes e sombras do ambiente, nos preenchimentos para causar o efeito de profundidade, enfim, foi talvez a parte mais árdua e demorada deste trabalho, sem dúvida.</div><p></p><p><br /></p><p><b><span style="color: #f1c232;">Referências</span></b></p><p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjGQx-J27zhUy9h6RPzxidRxQqZzD8prYfNu99IjwCpUy-Oz8v1RYdgYX8ipc1FVvEDPOxIgYw2Kh1-m6bIvO19SGBYo3ajp_MYoHX8Df0X5aMv-TiAeAxcZM4N7nwGBfBSfkTT3uZUh8Y8wZBiWFAo3MkGsoqps7zxAHc3tby0QHGVXBZamI7Ji_j7=s1024" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="850" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjGQx-J27zhUy9h6RPzxidRxQqZzD8prYfNu99IjwCpUy-Oz8v1RYdgYX8ipc1FVvEDPOxIgYw2Kh1-m6bIvO19SGBYo3ajp_MYoHX8Df0X5aMv-TiAeAxcZM4N7nwGBfBSfkTT3uZUh8Y8wZBiWFAo3MkGsoqps7zxAHc3tby0QHGVXBZamI7Ji_j7=s320" width="266" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"A Orquestra da Ópera" <br />de Edgard Degas</span></b></i></td></tr></tbody></table></p><div style="text-align: justify;">Quando entro nesta parte de <b><u>“referências”</u></b> das publicações, a ideia é deixar mais claro através dela como as grandes referências de artistas renomados, grandes mestres da história da pintura e de trabalhos reconhecidos influenciam o meu próprio trabalho ou especificamente o trabalho que apresento aqui. Muitas vezes nem é exatamente uma obra de arte tradicional, mas pode ser um ícone da cultura popular, ou algo do tipo. Neste caso, a referência evidente é a própria Filarmônica, mas sempre há alguma influência maior de um artista na forma como eu componho a minha pintura, seja pelo tema escolhido, pelo posicionamento dos personagens na tela ou pela forma como são trabalhados ou retratados e enquanto fazia esta, não pude evitar pensar bastante no trabalho de um artista que eu já citei diversas vezes aqui antes que é a do francês <b><span style="color: red;">Edgard Degas</span></b> e especialmente, do seu trabalho <i><b><span style="color: #f1c232;">“A Orquestra da Ópera”</span></b></i>, ainda que haja mais obras em que a música e a atuação dos músicos esteja presente, como na obra <i><b><span style="color: #f1c232;">“Músicos de Orquestra”</span></b></i>.</div><p></p><p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj5bIpgfGB2xs78NiX5qw51fJKA9otT0pgML2UWjqE2E3AVX9ytSmo8TMF9b7arv4IjM9eu0QpkihWWjK-KuEUiGNsEivJW71exXPnBy2oqHPAn1-cyD_C0lgfL8rZmajOGZkX3t9LkisR-bVMHO3LsjOxyot_cZ_Tlbc6xzJ2GgU_oKmFJr69WpU9f=s1024" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="771" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj5bIpgfGB2xs78NiX5qw51fJKA9otT0pgML2UWjqE2E3AVX9ytSmo8TMF9b7arv4IjM9eu0QpkihWWjK-KuEUiGNsEivJW71exXPnBy2oqHPAn1-cyD_C0lgfL8rZmajOGZkX3t9LkisR-bVMHO3LsjOxyot_cZ_Tlbc6xzJ2GgU_oKmFJr69WpU9f=s320" width="241" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">"Músicos de Orquestra" <br />de Edgard Degas</span></b></i></td></tr></tbody></table></p><div style="text-align: justify;">Na obra <i><b>“Orquestra da Ópera”</b></i>, o personagem que mais chama a atenção é o fagotista <i><b><span style="color: #cc0000;">Désiré Dihau</span></b></i> que era amigo de Degas (que foi o primeiro proprietário desta obra e que também aparece de costas na obra <i><b>“Músicos de Orquestra”</b></i>) e mostra em primeiro plano o trabalho dos músicos no fosso da orquestra, numa região obscura, enquanto no palco iluminado do espetáculo, num plano superior, estão as bailarinas num cenário artificialmente claro e de fantasia. Eu não entendo muito de instrumentos musicais, mas sei que na Filarmônica N. Sra. Imaculada Conceição não possui um <b><span style="color: #f1c232;">fagote</span></b> e pesquisando sobre o instrumento para esta publicação, descobri que é bem complicado para tocar, algo que já imaginava por sua semelhança com o <b>oboé</b>, que já ouvi dizer que é um dos instrumentos mais difíceis de tocar. </div><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEifhxZF7KYld1rmGZiXhwJAtudbOXzXgI8tSnnQTdZkRQQjpdagPg2Ol9v-jZjFmc75VRWnDtz2hJcdHZdm1zk1BIVcvCNusVUTGjUEew4GZYQ0FMu9qTXn8XWQoW7yxpBElMap2Z62NSvLIVtysDiPTDNSBucPSTqberlBJzYVFdBGiwy9Eqv_W5Mi=s1101" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1101" data-original-width="723" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEifhxZF7KYld1rmGZiXhwJAtudbOXzXgI8tSnnQTdZkRQQjpdagPg2Ol9v-jZjFmc75VRWnDtz2hJcdHZdm1zk1BIVcvCNusVUTGjUEew4GZYQ0FMu9qTXn8XWQoW7yxpBElMap2Z62NSvLIVtysDiPTDNSBucPSTqberlBJzYVFdBGiwy9Eqv_W5Mi=s320" width="210" /></a></div><div style="text-align: justify;">Desta forma, decidi colocar um músico tocando <b><span style="color: #cc0000;">um instrumento em destaque no interior do local</span></b>, mas bem visível, até porque os demais estão quase todos ocultos pelas paredes e aparecem parcialmente pelas janelas. Tendo a obra de Degas em mente e considerando as características dos instrumentos que a Filarmônica possui, decidi colocar um músico na porta bem destacado, tocando uma <b><span style="color: #f1c232;">tuba</span></b> em formato <i>sousafone</i>, ainda que normalmente quem toca a tuba não costuma ficar naquele local da sede quando o grupo ensaia.</div><p></p><p><br /></p><p><b><span style="color: #f1c232;">A Obra</span></b></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi0AhM0DTsgCr7V3uSin4FMGFRgc3wOWjAFMDzdqmRGQC5GTI6ZZdb-zOyMyzVF9MEUGHNTmY70rgNoL-DL8cjkxXIty_61kXDd9augDb_z_2GsY1kqgmu0P001_C8tK9oO-ryrTEgQZYeThMlYy-Vx6saiXjQ-bi5IOPlPab0iT2CdFkf4NfVtjwLT=s1280" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1280" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi0AhM0DTsgCr7V3uSin4FMGFRgc3wOWjAFMDzdqmRGQC5GTI6ZZdb-zOyMyzVF9MEUGHNTmY70rgNoL-DL8cjkxXIty_61kXDd9augDb_z_2GsY1kqgmu0P001_C8tK9oO-ryrTEgQZYeThMlYy-Vx6saiXjQ-bi5IOPlPab0iT2CdFkf4NfVtjwLT=s320" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Apesar do tema “Filarmônica” ser o mesmo entre as obras de 2010 e a de 2021, são duas pinturas completamente diferentes, incluindo na forma de execução. Enquanto uma dá destaque para a parte estrutural da edificação, a outra tem como destaque a própria atuação da Filarmônica e as duas pinturas de certa forma evidenciam uma <b><span style="color: #cc0000;">transformação ocorrida no local neste intervalo</span></b> de tempo, ainda que modesta naquela altura (apenas a casa verde ao lado – casa do professor José Benedito do Amaral – incorporou um isolamento com grades), considerando que as fotos que utilizei como referência para esta pintura foram feitas em 2012. Hoje as mudanças já são mais drásticas, ainda que a sede da Filarmônica e a casa do professor José Benedito se mantenham da mesma forma, a casa amarela mais na extremidade já não existe mais e algumas construções mais altas já cercam os imóveis e muito provavelmente, em pouco tempo o cenário continuará a se transformar para um cenário mais comercial do que residencial.</div><p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh6ik7qtVEQ1kXmUsvKoqwx3NqTtToQ1S0Lqyn2h7_pBBg6eyyubny0pIsVakFRwBDKAItCKgw3mr6_fGoBeobmDG3v_y9_gT_nfvUDxVetOrlCewkFa1Edh4HPHolppt3LOiK4Nmo62hGLQKA1byacX90neFxQGEePDJ97uK-966YrOR4Hti3fFo_w=s1280" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1108" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh6ik7qtVEQ1kXmUsvKoqwx3NqTtToQ1S0Lqyn2h7_pBBg6eyyubny0pIsVakFRwBDKAItCKgw3mr6_fGoBeobmDG3v_y9_gT_nfvUDxVetOrlCewkFa1Edh4HPHolppt3LOiK4Nmo62hGLQKA1byacX90neFxQGEePDJ97uK-966YrOR4Hti3fFo_w=s320" width="277" /></a></div><div style="text-align: justify;">Na parte do céu noturno, resolvi fazer um tipo de pintura mais expressionista, próximo do que já tinha realizado em <b><a href="https://www.arteporparte.com/2018/01/esquina-da-rua-vermelha.html" target="_blank">“Esquina da Rua Vermelha”</a></b>, buscando uma ilusão visual como representação da iluminação do poste da rua, que não aparece na cena, mas que se mostra mais claro conforme mais à esquerda da tela. Na rua, achei que criaria uma ambientação mais atrativa se mostrasse a iluminação da sede da Filarmônica clareando a penumbra da rua pelas aberturas das janelas. O ambiente iluminado e circundado de vida e música também tem uma <b><span style="color: #cc0000;">força simbólica na cena</span></b>, sugerindo o astral que o ambiente pode proporcionar naquele trecho, com um espectador assistindo o ensaio da rua e das portas do local, em contraste com a rua um tanto deserta e mal iluminada. A tela me agradou bastante, acho que neste formato e da forma como fiz eu consegui tratar de forma mais adequada o tema “Filarmônica de Macaúbas” e provavelmente ainda vou retornar a este mesmo tema no futuro, ainda que buscando um outro viés que já tenho em mente e que faz relação indireta com a atuação desta instituição cultural tão importante nesta cidade.</div><p></p><p><br /></p><p><b><span style="color: #f1c232;">Imagens:</span></b> <i><b><a href="http://images.google.com.br/" target="_blank">Google</a></b></i></p><p style="text-align: center;">------------------------------------------ / / ------------------------------------------</p><div><br /></div><div><div><b><span style="color: #f1c232;">Referências bibliográficas:</span></b></div><div><br /></div><div>DEGAS / Abril Coleções: tradução de José Ruy Gandra. São Paulo: Abril, 2011 [Coleção Grandes Mestres; v. 11]</div><div><br /></div><div>GROWE, Bernd. “Degas”. Tradução de Alice Milheiro. Lisboa: Taschen GmbH, 2006.</div><div><br /></div><div>FAGOTE. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2020. Disponível em: <<a href="https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fagote&oldid=59349805">https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fagote&oldid=59349805</a>>. Acesso em: 23 dez. 2021.</div></div><div><br /></div><div>TUBA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2021. Disponível em: <<a href="https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tuba&oldid=61205068">https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tuba&oldid=61205068</a>>. Acesso em: 23 dez. 2021.</div><div><br /></div><div><br /></div>
<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" /></a><br /><span xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/" href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type">"O Ensaio da Filarmônica"</span> de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="https://www.arteporparte.com/2021/12/o-ensaio-da-filarmonica.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="https://www.arteporparte.com/p/contato.html" rel="cc:morePermissions">https://www.arteporparte.com/p/contato.html</a>.Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0Macaúbas, BA, 46500-000, Brasil-13.0174655 -42.6867502-41.327699336178846 -77.8430002 15.292768336178845 -7.5305001999999988tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-326371952626346752021-12-19T17:34:00.000-03:002021-12-19T17:34:05.349-03:00- Exposição Virtual "Salón Anual de Pintura" - <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhX0QJAR-9eVGLf_UlzEEPoZUAORTsZznJBgvR6470xf_9XrMiCsObe401vs0gkPpfMT5jDGOWSSIHxHiQ8JUJ5ufJPqjcHy-eKnQ5FhSTt9F8jX42iUHIYBbz8lNuq1wi_RgM5McqZJ1gUbLEgLlM_PBakopaL2GHcNZlA0carMwaxNHHKYiS4inUK=s1920" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhX0QJAR-9eVGLf_UlzEEPoZUAORTsZznJBgvR6470xf_9XrMiCsObe401vs0gkPpfMT5jDGOWSSIHxHiQ8JUJ5ufJPqjcHy-eKnQ5FhSTt9F8jX42iUHIYBbz8lNuq1wi_RgM5McqZJ1gUbLEgLlM_PBakopaL2GHcNZlA0carMwaxNHHKYiS4inUK=w534-h640" width="534" /></a></div><br /></div><div style="text-align: justify;">Na última sexta-feira, dia 17 de dezembro, teve início a exposição <b><span style="color: red;">"Salón Anual de Pintura Online"</span></b> com a organização da <i><b><span style="color: #cc0000;">Galeria Goya</span></b></i>, vinculado ao <i><b><span style="color: #cc0000;">Foro Cultural Goya</span></b></i>, na <b><span style="color: #f1c232;">Cidade do México (México)</span></b>, da qual estou tendo a enorme honra de participar. Nesta exposição, estão <b><span style="color: #cc0000;">29 artistas</span></b> de várias nacionalidades e todos eles detentores de enorme qualidade técnica. Além dos mexicanos que participam, também há artistas de <i><span style="color: #f1c232;">Peru, Bolívia, Colômbia, Itália, Cuba, Venezuela, Alemanha, Rússia</span></i> e eu representando o Brasil. A exposição vai <b><span style="color: #f1c232;"><u>de 17 de dezembro à 15 de janeiro</u></span></b> e pode ser acessada no <b><a href="https://www.foroculturalgoya.com/exposiciones" target="_blank">site da Galeria Goya</a></b> e através de suas redes sociais, como <b><a href="https://www.facebook.com/GaleriaFCGoya/" target="_blank">Facebook</a></b> e <b><a href="https://www.instagram.com/galeriagoya/" target="_blank">Instagram</a></b>.</div><span><a name='more'></a></span><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhwK3_xBhCsAoGTDkNFcHM8Zsa7hXuysA1vXNtOYqY7dTRzteNe-XsVFMFiUGITjvyrBxWi6NIF6WuH4JXlC3Pzqqu1kuIYf4e6Nzm9tiXFyqi0awzK8tl_KX_j2hK2umGDwPdvDuALb9FxlgoVc5M9fDkEvRQg5xBvVapHe_jA33jF6kVAa1Ajjk1Z=s1280" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1280" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhwK3_xBhCsAoGTDkNFcHM8Zsa7hXuysA1vXNtOYqY7dTRzteNe-XsVFMFiUGITjvyrBxWi6NIF6WuH4JXlC3Pzqqu1kuIYf4e6Nzm9tiXFyqi0awzK8tl_KX_j2hK2umGDwPdvDuALb9FxlgoVc5M9fDkEvRQg5xBvVapHe_jA33jF6kVAa1Ajjk1Z=w400-h400" width="400" /></a></div><p style="text-align: justify;">Nesta exposição eu estou participando com duas obras: <b><a href="https://www.arteporparte.com/2021/12/ponto-de-vista.html" target="_blank">"Ponto de Vista"</a></b> e <b><a href="https://www.arteporparte.com/2013/05/borboleta-na-citronela.html" target="_blank">"Borboleta na Citronela"</a></b>, telas que já foram abordadas por aqui. A qualidade dos trabalhos apresentados nesta exposição realmente chama a atenção, principalmente pelo apuro técnico dos artistas participantes em técnicas muito variadas.</p><p></p><div style="text-align: center;"><b><i>Vídeo de inauguração do evento:</i></b></div>
<div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/KIpTbgnuxT0?start=5452" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><p></p><p style="text-align: justify;">O <i><b>Foro Cultural Goya</b></i> está desde maio de 2012 em atividade na <i>Cidade do México</i>, tendo como meta ser uma opção profissional de aprendizagem das artes plásticas, com foco em desenho e pintura. Eles contam com oficinas permanentes durante o ano e oficinas intensivas com datas programadas, além de outros eventos que sempre apresentam.</p></div>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0Av Chapultepec 151, Juárez, Cuauhtémoc, 06600 Juárez, CDMX, México19.4253893 -99.1568801-12.192594859223249 -134.3131301 51.043373459223247 -64.0006301tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-81766838179922405032021-12-16T16:58:00.004-03:002022-04-08T15:13:33.086-03:00- Ponto de Vista -<p style="text-align: center;"><b><span style="color: #6aa84f;">Acrílico sobre tela - 40 x 50 cm - 2021</span></b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiQNev9CMhdeti3dgnqPzFtElR4OA9Kez2Ht9_osduVUFE6t7JIIY63dUrnGVfstPBqr25Wl2oBgbClkbiB3A6OxPsn_XALKD-YwJxJn9tcGrzkZJWLxUr4jW1RcEQjzR1mGLYBlRuGUaaoEHphNW8q3TtYcPGIZZYLilL68S1LUqHlIYLybCgD5tlZ=s1400" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1400" data-original-width="1109" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiQNev9CMhdeti3dgnqPzFtElR4OA9Kez2Ht9_osduVUFE6t7JIIY63dUrnGVfstPBqr25Wl2oBgbClkbiB3A6OxPsn_XALKD-YwJxJn9tcGrzkZJWLxUr4jW1RcEQjzR1mGLYBlRuGUaaoEHphNW8q3TtYcPGIZZYLilL68S1LUqHlIYLybCgD5tlZ=w506-h640" width="506" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">Clique na imagem para ampliá-la</span></b></i></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">No começo de 2020, quando concluí a tela <b><a href="https://www.arteporparte.com/2020/04/sem-rotulos.html" target="_blank">“Sem Rótulos”</a></b>, que tratava da prática que muitos têm de rotular tudo, não demorou quase nada para vir à minha mente uma outra ideia de pintura e que era uma espécie de <b><span style="color: #cc0000;">variação do tema</span></b>, também partindo para uma abordagem mais ampla utilizando um objeto comum. Como já comentei por aqui em outras oportunidades, sempre que ideias para pinturas surgem eu escrevo elas da forma mais minuciosa possível para que depois, conforme surja a oportunidade e disposição para isso, eu consiga me lembrar de como a ideia chegou para mim quando anotei. É claro que algumas vezes a ideia se modifica, ideias melhores chegam na mente, mas em alguns casos permanecem da mesma forma. E agora neste fim de ano, finalmente veio a disposição para produzi-la e materializá-la em forma de arte. E afinal, <b><span style="color: red;">o copo está meio cheio ou meio vazio?</span></b></p><span><a name='more'></a></span><p><b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjsHibskr7aAR4H0f6xzeA6FdbNOD5LcFCsqdCjCOxEGqhLzE5NA_MqKpHkPspf2e1obxWvk_06kAjAs98dERhyHcVvLR2onJHBcyt1ngYF-wgO9_ZIVXzgbkZaLU59IVR_iNn_ZyUSiMpQGqpI5IFOTazRj3i4pYZ6XCJIBIFJ-ra-plrz_-5cI80P=s1217" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1217" data-original-width="1217" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjsHibskr7aAR4H0f6xzeA6FdbNOD5LcFCsqdCjCOxEGqhLzE5NA_MqKpHkPspf2e1obxWvk_06kAjAs98dERhyHcVvLR2onJHBcyt1ngYF-wgO9_ZIVXzgbkZaLU59IVR_iNn_ZyUSiMpQGqpI5IFOTazRj3i4pYZ6XCJIBIFJ-ra-plrz_-5cI80P=s320" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">A ideia primordial por trás dessa pintura é a de <b><span style="color: #cc0000;">provocar no espectador uma interpretação pessoal</span></b> do que ele está vendo, analisando conforme sua própria perspectiva de mundo, o que é justificado pelo título que dei para a obra. Fiz questão de medir o volume do líquido no copo para que estivesse precisamente na metade dele… teoricamente, haverá algumas pessoas que ao observar a imagem vão interpretar que o copo está meio cheio de líquido (conforme um enfoque <b>otimista</b>), assim como haverá outras pessoas que interpretarão que este mesmo copo está meio vazio, conforme uma visão mais <b>negativa</b>. </div><p><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEitVotTomGghShFdbtLEWWLqeA63AxyTtKim8z0tZFAGHrdneJTwVv79yK5YDgHvxl58EwidzMEdehqz0i2eRVSNfGojSXuPYkk0POnBRg0EigvbZjWRAt0rKhXmZrQdMqvF1UvpG4bYONn9BD0KXqNs4z-N785QO-tn6FWrDYUVeZwH9w5HdgnGsKy=s670" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="670" height="201" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEitVotTomGghShFdbtLEWWLqeA63AxyTtKim8z0tZFAGHrdneJTwVv79yK5YDgHvxl58EwidzMEdehqz0i2eRVSNfGojSXuPYkk0POnBRg0EigvbZjWRAt0rKhXmZrQdMqvF1UvpG4bYONn9BD0KXqNs4z-N785QO-tn6FWrDYUVeZwH9w5HdgnGsKy=s320" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Fazendo um recorte para o momento atual em que vivemos, globalmente falando, acredito que estamos num <b><span style="color: #f1c232;">período de transição importante</span></b>, num ponto em que não sabemos ao certo até onde vai o otimismo e até onde vai o pessimismo, que é basicamente o que a arte tenta explicitar através de sua simbologia. E isso passa por diversos campos: de um lado temos uma crescente onda de <b><span style="color: #cc0000;">negacionismo</span></b> apaixonado mundo afora (os <i><span style="color: #f1c232;">anti-vacina</span></i>, <i><span style="color: #f1c232;">anti-aquecimento</span></i>, <i><span style="color: #f1c232;">terraplanistas</span></i>, etc.), ressuscitando temas que parecem ter sido sepultados há muito tempo, versus os tantos avanços tecnológicos que temos à nossa disposição. Podemos também refletir sobre as próprias facilidades da modernidade tecnológica, internet, inteligência artificial versus a dependência que perigosamente vamos nos submetendo com tudo isso, como manipulações dos algoritmos das redes, fake news, etc. Até em termos de pandemia, hoje não está tão claro se já estamos num pós-pandemia ou se estamos apenas passando por uma fase mais branda, até que as variantes da covid-19 não se apresentem mais graves do que até então. O tema tem um grande potencial de complexidade, que muito provavelmente irá além do que eu posso supor aqui, o que sempre é mais interessante de ver se desdobrando.</div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgzlk1RbFWfF6BAnefzlYnTtzPW1R3iga5T00EHEzc2VaaSt8fu6FgKdMFWu6cF5BjoPpBpAVLttBaN3u640Iqar6ANlvTD4lrKBQJIpZo8XcawCbZBE2V95TALAddKM5iv7JrkpiMAMHmEp-IJnoluvuLxB0txAe_lZlfgDK21X60Y2xn1IAm7M6pB=s630" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="420" data-original-width="630" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgzlk1RbFWfF6BAnefzlYnTtzPW1R3iga5T00EHEzc2VaaSt8fu6FgKdMFWu6cF5BjoPpBpAVLttBaN3u640Iqar6ANlvTD4lrKBQJIpZo8XcawCbZBE2V95TALAddKM5iv7JrkpiMAMHmEp-IJnoluvuLxB0txAe_lZlfgDK21X60Y2xn1IAm7M6pB=s320" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Usando a mesma reflexão da arte especialmente para o Brasil, tanto neste momento atual como provavelmente ainda será no decorrer de 2022, é um período ainda mais crítico no que se refere a incerteza de como ver o cenário pelo qual passamos. Temos aqui diversos fatores para contribuir nessa dificuldade em avaliar o cenário… Um governo caótico de extrema direita, em franca campanha política pela reeleição e que definitivamente não trabalha para lidar com os problemas que deveria enfrentar, há também a possibilidade real de uma virada política no horizonte, temos a desigualdade social mais agravada com a crise econômica e que não parece que cederá tão fácil, o histórico forte de adesão às campanhas de vacinação e que, apesar de todos os esforços contrários de uma parcela de poderosos alinhados ao governo, tem índices bem altos de vacinação contra a covid-19, enfim, é um momento de total incerteza do que virá pela frente. No atual momento, a escolha entre otimismo e pessimismo parece ser uma linha bem tênue e o título da pintura parece muito bem adequado a tudo isso.</div><p></p><p style="text-align: justify;"><b style="text-align: left;"><span style="color: #f1c232;">Referências</span></b></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhx9m6n53fJ6h-ASFtApcX-qz1a8xlv5WbPEw7Fhw_m-pxsEwyDpiPJXkISqd0er1exODVcGNJ5pMreiaZj_ucbHZBiYTI8pOKEpFW-5Jw-LWIuBthYsdb-vlhLLUlqFuZCC_fejwwk5-kX-BId5CwJK005PPuUm0QTzC8MTu75926FLIlm5PN_kNr8=s938" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="938" data-original-width="938" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhx9m6n53fJ6h-ASFtApcX-qz1a8xlv5WbPEw7Fhw_m-pxsEwyDpiPJXkISqd0er1exODVcGNJ5pMreiaZj_ucbHZBiYTI8pOKEpFW-5Jw-LWIuBthYsdb-vlhLLUlqFuZCC_fejwwk5-kX-BId5CwJK005PPuUm0QTzC8MTu75926FLIlm5PN_kNr8=s320" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Assim como ocorreu na obra <i><b>“Sem Rótulos”</b></i>, não há como escapar da referência do<b><span style="color: #cc0000;"> neorrealismo</span></b> que hoje tem diversas vertentes, inclusive de alguns artistas conhecidos meus que atuam nesse ramo. Eu até gosto da ideia de ludibriar o olhar do público, colocando-o em dúvida se a imagem que eles estão observando trata-se de uma foto ou de uma pintura, mas de fato não tenho muita disposição (e paciência) para chegar até este ponto, até porque acho interessante que haja algum rastro na obra que deixe claro que é mesmo uma pintura, o que foi algo que acabei buscando nesta aqui… não buscar tanto a confusão entre foto e pintura. </div><p style="text-align: justify;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEigBHZYkj-McuXaQBNV88OZ8aopbOUH1VwlvIrg0dVXsjmy8eeH7oB8J1HoKUd1aq6OeIRSJtSE7pDh5eSX-Uw4Uuk27D7Oxs-RtHZhePO4ewT-CEsiboOly4zYA4jaq-J5JmBLptuI7tNLKaz3X0D7NfjTAqDaHYyS2USkboetKz7ZgxE8YhlXVmMI=s1080" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="771" data-original-width="1080" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEigBHZYkj-McuXaQBNV88OZ8aopbOUH1VwlvIrg0dVXsjmy8eeH7oB8J1HoKUd1aq6OeIRSJtSE7pDh5eSX-Uw4Uuk27D7Oxs-RtHZhePO4ewT-CEsiboOly4zYA4jaq-J5JmBLptuI7tNLKaz3X0D7NfjTAqDaHYyS2USkboetKz7ZgxE8YhlXVmMI=s320" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">Pieter Claesz - "Natureza Morta com <br />copo de vinho e tigela de prata"</span></b></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Por se tratar de uma espécie de <b><span style="color: #f1c232;">natureza morta</span></b>, acabei me lembrando bastante enquanto fazia esta pintura do período que ficou conhecido como <b><span style="color: #cc0000;">idade de ouro holandesa do período barroco</span></b> e que teve grandes nomes que poderiam muito bem fazer parte hoje do neorrealismo, sem quaisquer dúvidas. Já tinha comentado sobre eles <b>aqui</b> no Arte por Parte anteriormente na pintura <b><a href="https://www.arteporparte.com/2015/04/natureza-morta-com-frutas-e-um.html" target="_blank">“Natureza Morta com Frutas e um Observador”</a></b>, onde citei o artista <b><span style="color: red;">Willem Heda</span></b>, mas o trabalho de um outro artista que me chama muito a atenção é o de <b><span style="color: red;">Pieter Claesz</span></b>, artista super virtuoso e que pintava muitos temas do cotidiano, excelente nessa prática de iludir o olhar do observador, sempre usando do simbolismo em suas obras através dos objetos que eram representados. É interessante observar que a Holanda do século XVII (na verdade, a região dos países baixos) por ter uma orientação religiosa protestante, os artistas seguiam o oposto do que orientava a igreja católica, evitando pintar os temas religiosos e/ou mitológicos e desta forma, eles tinham bastante liberdade para retratar paisagens e cenas cotidianas, muito apreciadas pelas pessoas da época, inclusive. </div><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEicYSTrHKQU9tCJZ3_9hwOLTGuU_Z1G2Pluly6KsMy92VN7GzUrPYMFLD-apRnlTmAyNzYG0uWL780Wim8OI15qNMfIW0tyOz0GMahASpX8DGr9LPNI6oYf2rEI0U2OnNKUY3YiND-AkTbcn_-QVeltweuvL3uNOth0GXQGxcomXMUJ8Bn_u5vZNGF-=s1080" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="663" data-original-width="1080" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEicYSTrHKQU9tCJZ3_9hwOLTGuU_Z1G2Pluly6KsMy92VN7GzUrPYMFLD-apRnlTmAyNzYG0uWL780Wim8OI15qNMfIW0tyOz0GMahASpX8DGr9LPNI6oYf2rEI0U2OnNKUY3YiND-AkTbcn_-QVeltweuvL3uNOth0GXQGxcomXMUJ8Bn_u5vZNGF-=w400-h245" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">Frans Post - Visão de Olinda</span></b></i></td></tr></tbody></table>
<span style="text-align: justify;"><br /></span><div><span style="text-align: justify;">Aproveitando este assunto para citar uma curiosidade que cabe bem aqui, de certa forma a arte barroca holandesa acabou sendo muito valiosa para o Brasil num determinado período, pois as cenas pintadas pelos artistas <b><span style="color: red;">Albert Eckhout</span></b> e <b><span style="color: red;">Frans Post</span></b>, que integraram a comitiva de <b><span style="color: red;">Maurício de Nassau</span></b> em Pernambuco no que pretendia ser a <b><span style="color: #cc0000;">“Nova Holanda”</span></b>, produziram artes que são verdadeiros registros históricos de como eram os costumes, as pessoas, as frutas e os lugares do Brasil através de sua arte e tinham como fim realmente retratar como era o Brasil daquela época e suas coisas para os europeus.</span><p style="text-align: justify;"> <span style="color: #f1c232;">A Obra</span></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh-LNTANVRdi06_rv4sn0puPl1cX_r51f85OwtGxvLmqAKSIwJllwF_9uIVKKDrBbQIjch3c7RoMZE8NC9DhLwJqx8TeOWhtAEx2AqbV7P6LHhHwg9mo1OVhjmfpTcCTDt6cz-tCcGqKtjUZcae8YnY_WSMaLca5JAXhy37_CtP8NXTpMUQHlTwdW1A=s900" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="900" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEh-LNTANVRdi06_rv4sn0puPl1cX_r51f85OwtGxvLmqAKSIwJllwF_9uIVKKDrBbQIjch3c7RoMZE8NC9DhLwJqx8TeOWhtAEx2AqbV7P6LHhHwg9mo1OVhjmfpTcCTDt6cz-tCcGqKtjUZcae8YnY_WSMaLca5JAXhy37_CtP8NXTpMUQHlTwdW1A=w200-h150" width="200" /></a></div><div style="text-align: justify;">Assim como aconteceu no momento da produção da tela <i><b>“Sem Rótulos”</b></i>, para esta obra eu também tive que montá-la antes de acordo com o que eu tinha imaginado e com elementos da minha própria casa, busquei uma melhor forma de dispor esteticamente os objetos e depois recorri ao uso da <b><span style="color: #cc0000;">fotografia</span></b>, para usá-la mais tarde como referência para a pintura quando chegasse o momento de fazê-la. </div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjl9Psw4GtLtAQvgmf5glqnrL9PNVm0sPr15c8NqllQnu7V-N1ui-yt0mkQqUZZWr06_tU_KFx5AVlaqJ64PC95ZK92PkuEpDR3hNrnidBhFvn4XfVvNWU8gwgGFXbPafutwwzN_IKLlvoRwlbJdHxgTBSm9qVTPDK-zrovBbQpTAQlR2hpB2NonESS=s1024" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="797" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjl9Psw4GtLtAQvgmf5glqnrL9PNVm0sPr15c8NqllQnu7V-N1ui-yt0mkQqUZZWr06_tU_KFx5AVlaqJ64PC95ZK92PkuEpDR3hNrnidBhFvn4XfVvNWU8gwgGFXbPafutwwzN_IKLlvoRwlbJdHxgTBSm9qVTPDK-zrovBbQpTAQlR2hpB2NonESS=s320" width="249" /></a></div><div style="text-align: justify;">Como já venho fazendo há algum tempo em algumas pinturas mais minuciosas, nesta eu já <b><span style="color: #cc0000;">trabalhei um pouco melhor no esboço</span></b>, fazendo o desenho numa folha de papel de mesmo tamanho da tela, para que desta forma, fosse minimizado o risco de cometer muitos erros diretamente na tela. Por maior que seja o cuidado, mesmo que seja utilizando o carvão, ao ter que corrigir os erros a tela acaba ficando marcada demais e isso afeta na pintura. Por muito tempo não tive muita preocupação com os esboços das pinturas e em muitas delas sequer fiz esboços mais elaborados (em algumas, eram ridiculamente simples), mas atualmente (dependendo da situação), em alguns trabalhos o <b>esboço passa a ser uma parte bem importante</b> do meu processo artístico.</div><p></p><p><span style="text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgH2zdazCqXZUZ1uoVwFTF8ryhDuu5XtF42idgJccZaIVcabUOLWyt5LIsgXC1iQfL8hQpN7bjth7Oai4E-s00mcC5Awkzgz2Dizu8sXAGAnLScNaGgHR_WLmaJ9QUe7Ij3r421-dvyh5Eg4M5FoLI89ONqO40yNmQymVu4sa34GzAEJ9sIFrcRg7QX=s1217" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1217" data-original-width="1217" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgH2zdazCqXZUZ1uoVwFTF8ryhDuu5XtF42idgJccZaIVcabUOLWyt5LIsgXC1iQfL8hQpN7bjth7Oai4E-s00mcC5Awkzgz2Dizu8sXAGAnLScNaGgHR_WLmaJ9QUe7Ij3r421-dvyh5Eg4M5FoLI89ONqO40yNmQymVu4sa34GzAEJ9sIFrcRg7QX=w200-h200" width="200" /></a></div><div style="text-align: justify;">Não sei se o resultado final deste trabalho consegue corresponder tão bem ao propósito audacioso de provocar uma reflexão no observador, também tenho minhas dúvidas se as pessoas de hoje têm paciência para refletir tanto sobre uma imagem, divagando sobre visão otimista ou pessimista, mas a proposta não deixa de ser lançada aos olhos de quem se dispõe a observar. E, no meu ponto de vista, o copo está simplesmente pela metade, como está na realidade… nem cheio, nem vazio!</div><p></p><p><b><span style="color: #f1c232;">Imagens:</span></b> <b><i><a href="http://images.google.com.br/" target="_blank">Google</a></i></b></p><p style="text-align: center;"><br /></p><p style="text-align: center;">------------------------------------------ / / ------------------------------------------</p><p><br /></p><p><b><span style="color: #f1c232;">Referências bibliográficas:</span></b></p><p>NOVA HOLANDA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2021. Disponível em: <<a href="https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Nova_Holanda&oldid=62571594">https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Nova_Holanda&oldid=62571594</a>>. Acesso em: 15 dez. 2021.</p><p><br /></p><p>PIETER CLAESZ. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2019. Disponível em: <<a href="https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pieter_Claesz&oldid=56147954">https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pieter_Claesz&oldid=56147954</a>>. Acesso em: 15 dez. 2021.</p><p><br /></p><p>PINTURA DO SÉCULO DE OURO DOS PAÍSES BAIXOS. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2018. Disponível em: <<a href="https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pintura_do_S%C3%A9culo_de_Ouro_dos_Pa%C3%ADses_Baixos&oldid=52405422">https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pintura_do_S%C3%A9culo_de_Ouro_dos_Pa%C3%ADses_Baixos&oldid=52405422</a>>. Acesso em: 15 dez. 2021.</p><div><br /></div>
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0px;" /></a><br /><span href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">"Ponto de Vista"</span> de <a href="https://www.arteporparte.com/2021/12/ponto-de-vista.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="https://www.arteporparte.com/p/contato.html" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">https://www.arteporparte.com/p/contato.html</a>.</div>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-11998307441748791592021-12-07T00:44:00.001-03:002021-12-23T21:30:37.397-03:00- Narciso Moderno -<p style="text-align: center;"><b><span style="color: #93c47d;">Acrílico sobre tela - 70 x 70 cm - 2021</span></b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-4yA-6Obycas/Ya7OS00wNrI/AAAAAAAAck8/p1m52PPpKBYRAn0S2BbAhPckGzMbPGJfgCNcBGAsYHQ/s1095/Narciso%2BModerno.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1095" data-original-width="1080" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-4yA-6Obycas/Ya7OS00wNrI/AAAAAAAAck8/p1m52PPpKBYRAn0S2BbAhPckGzMbPGJfgCNcBGAsYHQ/w632-h640/Narciso%2BModerno.jpg" width="632" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #ffd966;">Para ampliar, clique na imagem</span></b></i></td></tr></tbody></table><br /><p style="text-align: justify;">Como tinha comentado na <b><a href="http://www.arteporparte.com/2021/11/exposicao-2-simposio-internacional.html" target="_blank">publicação anterior</a></b>, participei do <i><span style="color: #f1c232;">2º Simpósio Internacional Virtual de Escultura e Pintura “LiberARTE”</span></i> de <b>Buenos Aires</b> e a participação no evento consistia em documentar em vídeo a produção de uma pintura ou escultura e mostrasse o resultado final até o fim do evento. E hoje, apresento o resultado que é a obra <b>“Narciso moderno”</b>, uma releitura da famosa obra <b><span style="color: #ffd966;">“Narciso”</span></b> de <i><b><span style="color: #cc0000;">Caravaggio</span></b></i>, que trata do mito de um rapaz muito belo que foi amaldiçoado pela deusa <i>Nêmesis</i> a se apaixonar por si próprio e, ao encontrar seu reflexo no lago, ficou tão fascinado que permaneceu admirando seu reflexo até definhar. Na minha versão, o personagem também se admira, fascinado por si próprio, mas a imagem atua como uma crítica a problemas modernos envolvendo a tecnologia, hiperexposição, vaidade e como os algoritmos das redes sociais usam isto para prenderem a atenção de tantos ‘Narcisos’ e assim, aumentar seu valor de mercado.</p><span><a name='more'></a></span><p><b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-nNMjzC_T5qU/Ya7QlbSO_fI/AAAAAAAAclE/jhyxxKvF3Kw1AfasUCUG-qx6KxIwckOnQCNcBGAsYHQ/s1000/Narciso%2BModerno%2B-%2Besbo%25C3%25A7o.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="983" data-original-width="1000" height="315" src="https://1.bp.blogspot.com/-nNMjzC_T5qU/Ya7QlbSO_fI/AAAAAAAAclE/jhyxxKvF3Kw1AfasUCUG-qx6KxIwckOnQCNcBGAsYHQ/s320/Narciso%2BModerno%2B-%2Besbo%25C3%25A7o.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">A ideia desta arte surgiu em <b><span style="color: red;">2015</span></b>, quando fiz um esboço em <b><span style="color: red;">lápis dermatográfico</span></b>. O resultado agradou bastante e me parecia óbvio que esta arte deveria ser produzida numa tela, onde há mais recursos para transmitir o que se buscava expressar. A mensagem aqui é, através da reinterpretação de uma obra famosa, refletir sobre o <b><span style="color: red;">fenômeno das selfies</span></b>, das motivações, do exibicionismo digital, da <b><span style="color: red;">utilização desmedida das redes sociais</span></b> e como estas mesmas redes utilizam isto para prender a atenção do usuário e lucrar em cima de suas atividades. No ano passado o documentário <b><i><a href="https://www.netflix.com/br/title/81254224" target="_blank">“O Dilema das Redes”</a></i></b> se tornou um assunto bastante recorrente… o filme abordou de forma bastante impactante o quanto as redes sociais influenciam o comportamento das pessoas, direcionam suas atitudes e até, elegem governantes, através de depoimentos de pessoas que foram peças chave na criação e funcionamento de diferentes mídias sociais. </div><p></p><p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dMVnm-EtkD0/Ya7Rh-E0tdI/AAAAAAAAclM/tfoCwCWMJus-HynRNjo8_qYKsNHxdfYugCNcBGAsYHQ/s2048/Facebook%2BPapers%2B%25282%2529.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1147" data-original-width="2048" height="179" src="https://1.bp.blogspot.com/-dMVnm-EtkD0/Ya7Rh-E0tdI/AAAAAAAAclM/tfoCwCWMJus-HynRNjo8_qYKsNHxdfYugCNcBGAsYHQ/s320/Facebook%2BPapers%2B%25282%2529.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Já fiz muitas artes tratando sobre este tema das selfies, das novas tecnologias e se em 2015 já fazia muito sentido, agora o assunto é mais atual do que nunca, principalmente depois dos escândalos da <b><i><span style="color: red;">Cambridge Analytica</span></i></b> e principalmente do <b><span style="color: red;"><i>“Facebook papers”</i></span></b>, no qual a ex funcionária da empresa <b><i><span style="color: #f1c232;">Frances Haugen</span></i></b>, ex-gerente de produtos da rede social, vazou documentos sigilosos para o jornal <i><a href="https://www.wsj.com/" target="_blank"><b>Wall Street Journal</b></a></i> onde detalhava que o Facebook tinha conhecimento que seus sites eram potencialmente prejudiciais para a saúde mental dos seus usuários. Foi descoberto por estes documentos que o Facebook (que em seguida mudou o nome da empresa para <b><i><span style="color: #f1c232;">Meta</span></i></b>) tinha conhecimento que seus algoritmos incitavam o ódio (que gera mais engajamento nas redes), era negligente diante de atos criminosos, era moderada com relação a atividades extremistas, o ambiente do <i><b>Instagram</b></i> era considerada tóxica para muitos jovens, entre tantas outras revelações em pesquisas apontadas pela equipe da própria empresa, mas que foi desconsiderada por sua direção para não afetar nos negócios, basicamente. No Brasil, conforme reportagem de <b><i><span style="color: #f1c232;">Tatiana Dias</span></i></b>, do <b><a href="https://theintercept.com/brasil/" target="_blank">Intercept Brasil</a></b>, há parlamentares que atuam alinhadas com os interesses das big techs, nome dado às gigantes empresas de tecnologia que dominam o mercado e que possuem as maiores redes sociais.</div><p></p><p><br /></p><p></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-vAOTSjp6p-4/Ya7Sh_Hp90I/AAAAAAAAclU/z2Iw_26fRhAsptt74Ri1-JU05v667E8wgCNcBGAsYHQ/s900/Narciso%2BModerno%2B-%2Bdetalhe%2B%25283%2529.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="841" data-original-width="900" height="187" src="https://1.bp.blogspot.com/-vAOTSjp6p-4/Ya7Sh_Hp90I/AAAAAAAAclU/z2Iw_26fRhAsptt74Ri1-JU05v667E8wgCNcBGAsYHQ/w200-h187/Narciso%2BModerno%2B-%2Bdetalhe%2B%25283%2529.jpg" width="200" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">Detalhe da obra <br />"Narciso moderno"</span></b></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">A princípio, como sugere o esboço, a ideia era deixar o ambiente de um quarto escuro mais definido, com a cama visível ao fundo. Mas analisando melhor a obra de Caravaggio, o fundo escuro dá destaque unicamente ao personagem e sua ação. Como eu tinha a limitação de 8 dias para a produção do trabalho, achei que seria arriscado inserir mais elementos que não eram essenciais para o entendimento da mensagem e o foco unicamente no personagem também reforça a mensagem de que, para o personagem, tudo o que importa é ele próprio. </div><p></p><p><br /></p><p><b><span style="color: #f1c232;">Referências</span></b></p><p></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-jcdgloP6vrE/Ya7TJyyIWdI/AAAAAAAAclc/kx7EAD5kmdUG7GhM5eA4iwuk1Ckxb7GagCNcBGAsYHQ/s1000/Caravaggio%2B-%2BNarcissus.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="825" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-jcdgloP6vrE/Ya7TJyyIWdI/AAAAAAAAclc/kx7EAD5kmdUG7GhM5eA4iwuk1Ckxb7GagCNcBGAsYHQ/w330-h400/Caravaggio%2B-%2BNarcissus.jpg" width="330" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">"Narciso" de Caravaggio</span></i></b></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Logicamente, a referência maior é a obra de Caravaggio, que através de suas pinturas e do contexto histórico da época (a <b><span style="color: #f1c232;">Contrarreforma</span></b> da igreja católica), produzia imagens impactantes que buscavam mobilizar visualmente uma população, em sua maioria iletrada, para os ensinamentos da igreja, atuando assim de forma didática. No barroco, período artístico ao qual se encontra Caravaggio, com certeza ele foi um dos maiores expoentes, mas nesta obra a ideia foi utilizar o ensinamento do próprio barroco, abusando do <b><span style="color: #cc0000;">contraste entre claro e escuro</span></b>, dar ênfase ao personagem central da trama em seu momento mais dramático e, de certa forma como o próprio Caravaggio fazia, usar contextos modernos para tratar de temas antigos. Em sua obra “Narciso”, ele utilizou como modelo um belo rapaz da Roma de sua época para fazer o papel do personagem da mitologia. Aqui, para enfatizar a mensagem tecnológica, utilizo o tablet para que o personagem se veja ao invés do lago. Sobre as vestimentas, tentei manter um padrão próximo ao personagem, sobretudo na camisa. Só busquei inserir uma calça tipo jeans para modernizar mais a figura central.</div><p></p><p><br /></p><p><b><span style="color: #f1c232;">A Obra</span></b></p><p></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-5Zc6eGe2bAk/Ya7T7twkPPI/AAAAAAAAclk/uBG9jXhpUw8mkzK6KDsk5WL2sCsV2syOACNcBGAsYHQ/s1000/Narciso%2BModerno%2B-%2Bdetalhe%2B%25282%2529.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="795" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-5Zc6eGe2bAk/Ya7T7twkPPI/AAAAAAAAclk/uBG9jXhpUw8mkzK6KDsk5WL2sCsV2syOACNcBGAsYHQ/w318-h400/Narciso%2BModerno%2B-%2Bdetalhe%2B%25282%2529.jpg" width="318" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><b><span style="color: #f1c232;">Detalhe do personagem Narciso</span></b></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">O processo de produzir uma obra de arte num prazo determinado como foi esta, em virtude do <i>2º Simpósio Internacional Virtual</i> na Argentina, foi desafiador, muito mais pela condição de ter que gravar em vídeo cada dia do processo, algo que não me agrada tanto. Foi, no entanto, uma boa oportunidade para pôr em prática a ideia de fazer esta obra em tela, que era algo que eu já vinha planejando há algum tempo. A pintura desta tela se tornou mais urgente ainda quando uma editora de livros didáticos entrou em contato comigo pedindo o licenciamento do desenho que tinha feito em 2015 para integrar o livro <i>“Educamos Pré-Vestibular: Linguagens e Ciências Humanas – Arte – Livro 1”</i>. O esboço estava bem feito, mas no meu entendimento, ainda não era o trabalho ideal para o que eu tinha em mente. </div><p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">A diferença na expressão do personagem em relação ao de Caravaggio foi para buscar transmitir a <b><span style="color: #cc0000;">satisfação do personagem em realizar a selfie</span></b> ou simplesmente se ver na tela do dispositivo. Na obra original, o personagem se mostra mais como seduzido por sua própria beleza. O processo de pintura em si foi bastante trabalhoso, porque em algumas partes, foram camadas sobre camadas de cores, mas o resultado final foi bem satisfatório e acredito que a mensagem da pintura ficou relativamente clara para quem observar com atenção.</p><p><br /></p><p><b><span style="color: #f1c232;">Imagens:</span></b> <i><a href="http://images.google.com.br/" target="_blank">Google</a></i></p><p><br /></p><p style="text-align: center;">------------------------------------------ / / ------------------------------------------</p><p><br /></p><p><b><span style="color: #f1c232;">Referências bibliográficas:</span></b></p><p>______. FACEBOOK PAPERS: QUAIS SÃO AS ACUSAÇÕES CONTRA A GIGANTE DA TECNOLOGIA. G1 Globo. Rio de Janeiro, 02 novembro 2021. Disponível em: <<a href="https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2021/11/02/facebook-papers-meta-nome-acusacoes-vazamento.ghtml">https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2021/11/02/facebook-papers-meta-nome-acusacoes-vazamento.ghtml</a>>. Acesso em: 6 dez. 2021.</p><p><br /></p><p>DIAS, Tatiana. “A BANCADA DO LIKE: GOOGLE E IFOOD SE INSPIRAM EM RURALISTAS E MONTAM TROPA DE CHOQUE NO CONGRESSO”. The Intercept Brasil. Rio de Janeiro, 25 novembro 2021. Disponível em: <<a href="https://theintercept.com/2021/11/25/google-e-ifood-montam-bancada-do-lie/">https://theintercept.com/2021/11/25/google-e-ifood-montam-bancada-do-lie/</a>>. Acesso em: 6 dez. 2021.</p><p><br /></p><p><br /></p>
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0px;" /></a><br /><span href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">"Narciso Moderno"</span> de <a href="https://www.arteporparte.com/2021/12/narciso-moderno.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="https://www.arteporparte.com/p/contato.html" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">https://www.arteporparte.com/p/contato.html</a>.Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-24181000826582656872021-11-24T12:03:00.007-03:002021-12-23T21:35:28.686-03:00- Exposição 2º Simpósio Internacional Virtual de Esculturas e Pinturas "Liber Arte" -<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-64DSYjJPt1k/YZ5TYEJUTnI/AAAAAAAAcTg/XCvfh1mGOZorBvXqe_h66ngeU9i4zeR8gCLcBGAsYHQ/s842/2%2BSimposio%2BInternacional%2BVirtual%2Bde%2BEscultura%2Be%2BPintura.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="842" data-original-width="595" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-64DSYjJPt1k/YZ5TYEJUTnI/AAAAAAAAcTg/XCvfh1mGOZorBvXqe_h66ngeU9i4zeR8gCLcBGAsYHQ/w452-h640/2%2BSimposio%2BInternacional%2BVirtual%2Bde%2BEscultura%2Be%2BPintura.jpg" width="452" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Teve início no último domingo (21 de novembro) o <b><span style="color: red;">2º Simpósio Internacional Virtual de Esculturas e Pinturas "Liber Arte"</span></b>, realizado a partir de <b><span style="color: #cc0000;">Buenos Aires, Argentina</span></b>, com organização do grupo <b><span style="color: #cc0000;">ART en VIVO Internacional</span></b>. A exposição conta com a participação de <b><span style="color: #cc0000;">68 artistas de 19 países</span></b>, que além dos argentinos, há representantes de <i><b><span style="color: #f1c232;">Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Peru, Uruguai, Chile, Bolívia, México, Venezuela, Honduras, Espanha, Itália, Alemanha, Áustria, Rússia, Sri Lanka</span></b></i> e eu pelo <b><span style="color: #f1c232;">Brasil</span></b>. O evento ocorrerá do dia <span style="color: #cc0000;"><b>21 à 28 de novembro</b></span>, onde através do <b><a href="https://www.facebook.com/groups/729680697549459" target="_blank">grupo de Facebook</a></b> dos organizadores, cada artista participante postará cada etapa do processo de produção de um trabalho inédito.</div><p></p><span><a name='more'></a></span><p style="text-align: justify;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-y7tFVVWyBcw/YZ51oosVQnI/AAAAAAAAcT4/6ACXCzghA2AsbgmKuP1XKYWUrz4MKm5DwCLcBGAsYHQ/s1091/Caravaggio%2B-%2BNarciso.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1091" data-original-width="900" height="310" src="https://1.bp.blogspot.com/-y7tFVVWyBcw/YZ51oosVQnI/AAAAAAAAcT4/6ACXCzghA2AsbgmKuP1XKYWUrz4MKm5DwCLcBGAsYHQ/w256-h310/Caravaggio%2B-%2BNarciso.jpg" width="256" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">"Narciso" por Caravaggio</span></i></b></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">A arte que escolhi produzir para este evento foi a de um esboço antigo que há muito tempo estava planejando passar para a tela e que considerei bastante adequada para este momento. É uma releitura da obra <b><span style="color: #f1c232;">"Narciso"</span></b> de <b><span style="color: #cc0000;">Caravaggio</span></b>, que por sua vez interpreta o mito de Narciso, que segundo Ovídio, era um jovem grego dotado de extrema beleza, filho do deus-rio <b><i>Cefiso</i></b> e da ninfa <i><b>Liríope</b></i>, e que menosprezava as mulheres e homens que se apaixonavam por ele, apenas por não sentir qualquer atração por ninguém. Uma delas, <b><i>Eco</i></b>, que o amava, ficou inconformada com a recusa do belo rapaz e clamou aos deuses por vingança. A deusa <b><i>Nêmesis</i></b> atendeu e amaldiçoou Narciso a se apaixonar por si próprio. Quando este encontrou o seu próprio rosto refletido num lago, ficou tão encantado com sua beleza que não conseguiu sair mais de lá, definhando até a morte enquanto contemplava sua beleza.</div><p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-tKX9GKblrcs/YZ5Tye4OKcI/AAAAAAAAcTo/YpFQG6E8nHw65nCePLSYRZz8Jz6ASlg7gCLcBGAsYHQ/s2000/Lista%2B-%2BSimp%25C3%25B3sio%2BInternacional%2BVirtual%2Bde%2BEscultura%2Be%2BPintura.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1579" data-original-width="2000" height="506" src="https://1.bp.blogspot.com/-tKX9GKblrcs/YZ5Tye4OKcI/AAAAAAAAcTo/YpFQG6E8nHw65nCePLSYRZz8Jz6ASlg7gCLcBGAsYHQ/w640-h506/Lista%2B-%2BSimp%25C3%25B3sio%2BInternacional%2BVirtual%2Bde%2BEscultura%2Be%2BPintura.jpg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Lista oficial dos artistas participantes do evento e seus respectivos países</span></i></b></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-N-wP15sG9ao/YZ55z14k9sI/AAAAAAAAcUA/kXHKCV1Q58IxSWC8OYdM2NBvrxQTmTVqACLcBGAsYHQ/s800/Narciso%2BModerno.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="787" data-original-width="800" height="374" src="https://1.bp.blogspot.com/-N-wP15sG9ao/YZ55z14k9sI/AAAAAAAAcUA/kXHKCV1Q58IxSWC8OYdM2NBvrxQTmTVqACLcBGAsYHQ/w380-h374/Narciso%2BModerno.jpg" width="380" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">"Narciso moderno" por Eduardo Cambuí Junior</span></i></b></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Na minha versão, utilizarei os elementos que remetem a obra de Caravaggio (pose, sombras, etc), mas que ao invés do personagem se admirar num lago, ele vê seu próprio rosto na tela de um tablet, sozinho na penumbra do seu quarto, fazendo assim uma clara analogia à hiperexposição e ao exibicionismo digital, tão facilmente observável nas redes sociais pelas selfies que povoam a internet, como se desta forma todos nos transformássemos numa espécie de <b><u><span style="color: #cc0000;">Narciso moderno</span></u></b>, que inclusive é o nome que planejei para esta obra. Este esboço, inclusive, já foi até solicitada a permissão para utilização em livros didáticos da editora <b><a href="https://www.smeducacao.com.br/" target="_blank">SM Educação</a></b>, na qual estabelecemos um acordo de utilização, o que é mais um motivo considerável para que esta tela fosse produzida logo.</div><p></p>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-36748292138129939182021-09-22T23:11:00.004-03:002021-09-22T23:11:58.029-03:00- Exposição Virtual - Fotolivro Antologia Mundial Microcuento y Arte por La Paz -<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-z_-FqMtP4ew/YUvXZzzkWvI/AAAAAAAAbW4/UmGlrugbO68tGiVDT42HTNm-707k4HW_wCLcBGAsYHQ/s1600/Antologia%2BMundial%2BMicrocuentos%2By%2BArte%2BPor%2BLa%2BPaz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1600" height="410" src="https://1.bp.blogspot.com/-z_-FqMtP4ew/YUvXZzzkWvI/AAAAAAAAbW4/UmGlrugbO68tGiVDT42HTNm-707k4HW_wCLcBGAsYHQ/w640-h410/Antologia%2BMundial%2BMicrocuentos%2By%2BArte%2BPor%2BLa%2BPaz.jpg" width="640" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">Ontem foi lançada a publicação do livro digital <b><span style="color: #cc0000;">"Antologia Mundial Microcuento y Arte por La Paz"</span></b>, promovido pela <i><b><span style="color: red;">"Red de Escritores y Escénicas Potosí" (Bolívia)</span></b></i>, da qual estou participando com a obra <b><a href="https://www.arteporparte.com/2020/02/sob-sombra-de-uma-arvore.html" target="_blank">"Sob a Sombra de uma Árvore"</a></b>. Apesar das dificuldades que a pandemia trouxe à todos, este ano tem sido bem movimentado pra mim em exposições, com a particularidade de serem na modalidade virtual, o que é um facilitador enorme e que acredito que será uma categoria de exposição que veio para ficar.</p><span><a name='more'></a></span><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-A3KMIzIcE3A/YUvhVyJBS1I/AAAAAAAAbXA/1fd4M1mz7zw734TljXNhXgrNWTFnuHengCLcBGAsYHQ/s1702/Sob%2Ba%2Bsombra%2Bde%2Buma%2B%25C3%25A1rvore.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1226" data-original-width="1702" height="462" src="https://1.bp.blogspot.com/-A3KMIzIcE3A/YUvhVyJBS1I/AAAAAAAAbXA/1fd4M1mz7zw734TljXNhXgrNWTFnuHengCLcBGAsYHQ/w640-h462/Sob%2Ba%2Bsombra%2Bde%2Buma%2B%25C3%25A1rvore.jpg" width="640" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;">O grupo que idealizou o livro trabalha em vários projetos e neste, integraram escritores e artistas que apresentaram obras que tem como temática <b><u><span style="color: #cc0000;">a paz</span></u></b> e cada um buscou expressar e chamar a atenção para este tema do seu modo, mesclando literatura e ilustrações. Este livro conta com <b><span style="color: red;">71 participantes</span></b> representando países como <i><b>Bolivia, Argentina, México, Colômbia, Chile, Cuba, El Salvador, Equador, Peru, Venezuela, Paraguai, Estados Unidos, Taiwan, Vietnam, Portugal, Índia, Emirados Árabes Unidos</b></i> e o <i><b>Brasil</b></i>, representado por mim nesta publicação. </p><p><br /></p><p style="text-align: justify;">Para quem tiver a curiosidade sobre o livro, ele está disponível no perfil do grupo no <b><a href="https://www.facebook.com/groups/637261633622377" target="_blank">Facebook</a></b>.</p>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0Potosí, Bolívia-19.5722805 -65.7550063-47.882514336178843 -100.9112563 8.737953336178844 -30.598756300000005tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-19662895876872226572021-06-21T11:12:00.001-03:002021-09-01T15:01:23.327-03:00- Exposições virtuais - Fotolivros "Usuári0" e "Metanoia" -<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-tHrJKYWeUHg/YS-_iHIJoFI/AAAAAAAAbAs/8PBH1atfm1QHHWwZjQ2lZjrKzJhOSNNzQCLcBGAsYHQ/s2048/Exposi%25C3%25A7%25C3%25B5es%2B-%2BFotolibro.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1143" data-original-width="2048" height="358" src="https://1.bp.blogspot.com/-tHrJKYWeUHg/YS-_iHIJoFI/AAAAAAAAbAs/8PBH1atfm1QHHWwZjQ2lZjrKzJhOSNNzQCLcBGAsYHQ/w640-h358/Exposi%25C3%25A7%25C3%25B5es%2B-%2BFotolibro.jpg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Neste mês de junho, tive o prazer de participar de duas exposições virtuais montadas com uma particularidade em comum: ambas tiveram como culminância a publicação de um <b>Fotolivro</b>. O primeiro a ser publicado virtualmente foi o <b><span style="color: #cc0000;">Fotolivro Usuári0</span></b> (no dia 1º de junho), uma iniciativa que reuniu <b><span style="color: red;">25 artistas</span></b> de diferentes nacionalidades. Publicado através da plataforma <b><span style="color: red;">Issuu</span></b> (e que pode ser visto por todos por este <b><a href="https://issuu.com/usuario.fotolibro/docs/usuario_fotolibro_oficial" target="_blank">link</a>)</b> também houve a divulgação das obras através do perfil dos organizadores no <b><a href="https://www.instagram.com/usuario.fotolibro " target="_blank">Instagram</a></b>. A outra participação foi no projeto do <b><span style="color: #cc0000;">Fotolivro Metanoia</span></b>, com participação de <b><span style="color: red;">10 artistas</span></b> com obras de literatura e artes visuais e que foi ao ar no dia 17 de junho. Assim como o anterior, também foi publicado pela plataforma <b>Issuu</b> (que pode ser visto neste <b><a href="https://issuu.com/metanoiaa/docs/metanoia_fotolibro" target="_blank">link</a></b>) e, assim como o primeiro, também houve a divulgação do trabalho dos participantes através do perfil dos organizadores no <b><a href="https://www.instagram.com/meta.no.i.a/" target="_blank">Instagram</a></b>. </div><p></p><span><a name='more'></a></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-44tDep0bJ-8/YL94urrwDYI/AAAAAAAAaL0/op59CrQCAQEHMFg4E7JbA0V9B9IKLeJFgCLcBGAsYHQ/s764/Usu%25C3%25A1rio%2B-%2BFotolibro%2B%25281%2529-side.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="764" data-original-width="762" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-44tDep0bJ-8/YL94urrwDYI/AAAAAAAAaL0/op59CrQCAQEHMFg4E7JbA0V9B9IKLeJFgCLcBGAsYHQ/w638-h640/Usu%25C3%25A1rio%2B-%2BFotolibro%2B%25281%2529-side.jpg" width="638" /></a></div><div style="text-align: justify;">A ideia da iniciativa do <b><span style="color: #cc0000;">Fotolivro Usuário</span></b>, além de um projeto editorial para a difusão de artistas, é focar através da experiência artística de cada participante na quarentena, uma análise do mundo exterior e interior, construindo suas próprias identidades. A iniciativa visa também, através das obras, uma análise introspectiva e uma perspectiva pelos olhos do outro.</div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-TZXGmItj92U/YL956GtovlI/AAAAAAAAaME/7xWaGWSnEuUixRP0R49TKxED5qVY0Yh4wCLcBGAsYHQ/s976/Usu%25C3%25A1rio%2B-%2BFotolibro%2B%25282%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="677" data-original-width="976" height="444" src="https://1.bp.blogspot.com/-TZXGmItj92U/YL956GtovlI/AAAAAAAAaME/7xWaGWSnEuUixRP0R49TKxED5qVY0Yh4wCLcBGAsYHQ/w640-h444/Usu%25C3%25A1rio%2B-%2BFotolibro%2B%25282%2529.jpg" width="640" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Já no <b><span style="color: #cc0000;">Fotolivro Metanoia</span></b>, a publicação explora, através de várias formas de expressão pela arte, como nós artistas analisamos, experimentamos e resignificamos o mundo a nossa volta, por um ponto de vista bem pessoal. </p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-AQ5Rrp3lmPQ/YS--4S-aLkI/AAAAAAAAbAk/TH_AcrmPGCQhL_Uxx-AZri-zpo82zud2wCLcBGAsYHQ/s1051/Fotolivro%2B-%2BMetanoia%2B-%2Bpost.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1051" data-original-width="1050" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-AQ5Rrp3lmPQ/YS--4S-aLkI/AAAAAAAAbAk/TH_AcrmPGCQhL_Uxx-AZri-zpo82zud2wCLcBGAsYHQ/w640-h640/Fotolivro%2B-%2BMetanoia%2B-%2Bpost.png" width="640" /></a></div><p></p>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0Cidade do México, Distrito Federal, México19.4326077 -99.133208-8.8776261361788471 -134.289458 47.742841536178844 -63.976957999999996tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-4414958562208408092021-05-15T11:52:00.002-03:002021-06-08T10:32:39.906-03:00- Exposição virtual coletiva "Sin Etiquetas" -<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-ifcHvxHwsNg/YJ_dn3-C0OI/AAAAAAAAZ70/Qj1nqSNyjuIzsvvTNhstezy01Xe0GvnJQCLcBGAsYHQ/s1600/WOAF%2B-%2BCartaz%2B-%2BExposi%25C3%25A7%25C3%25A3o%2BSin%2BEtiquetas.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1577" data-original-width="1600" height="630" src="https://1.bp.blogspot.com/-ifcHvxHwsNg/YJ_dn3-C0OI/AAAAAAAAZ70/Qj1nqSNyjuIzsvvTNhstezy01Xe0GvnJQCLcBGAsYHQ/w640-h630/WOAF%2B-%2BCartaz%2B-%2BExposi%25C3%25A7%25C3%25A3o%2BSin%2BEtiquetas.jpg" width="640" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">Teve início no dia 9 de maio a <b><i><span style="color: red;">exposição virtual coletiva "Sin Etiquetas"</span></i></b> organizada pelos mexicanos do <span style="color: #cc0000;">Projeto WOAF - Working On a Future</span>. A exposição conta com a participação de <b><span style="color: #cc0000;">55 artistas</span></b> diversos países como México, Argentina, Chile, Taiwan, Costa Rica, Colombia, entre outros. A inauguração aconteceu numa transmissão ao vivo via <b><a href="https://www.facebook.com/WorkingOnAFuture/about" target="_blank">Facebook do WOAF</a></b> onde os artistas falaram um pouco sobre o seu trabalho e a identificação com a proposta. A exposição acontecerá até o dia <b><span style="color: #cc0000;">29 de agosto</span></b>.</p><span><a name='more'></a></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-OtPzUUGVqlo/YJ_eryBA8_I/AAAAAAAAZ78/LiDU-zfZhtgjXIk_qV1bENcEjL8chi0VQCLcBGAsYHQ/s1600/WOAF%2B-%2BObra.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-OtPzUUGVqlo/YJ_eryBA8_I/AAAAAAAAZ78/LiDU-zfZhtgjXIk_qV1bENcEjL8chi0VQCLcBGAsYHQ/w400-h400/WOAF%2B-%2BObra.jpg" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;">No meu caso específico, estou participando com a obra <b><a href="https://www.arteporparte.com/2020/04/sem-rotulos.html" target="_blank">"Sem rótulos"</a></b> (do qual já falei por aqui há algum tempo atrás) que por uma grande coincidência é traduzida como <i><u>"sin etiquetas"</u></i> em espanhol, o que já criou um link imediato com a proposta da exposição e que naturalmente foi um fator importante para me motivar ainda mais a participar.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">A seguir, a publicação no perfil do WOAF - Working on a Future, com a exposição virtual <i><u>"Sin Etiquetas"</u></i>, exibindo todas as obras dos participantes. Mais abaixo, o vídeo da inauguração online do evento.</p><p style="text-align: center;"><iframe allow="autoplay; clipboard-write; encrypted-media; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="true" frameborder="0" height="862" scrolling="no" src="https://www.facebook.com/plugins/post.php?href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2FWorkingOnAFuture%2Fposts%2F10161046038379972&show_text=true&width=500" style="border: none; overflow: hidden;" width="500"></iframe></p><p style="text-align: justify;">Video da inauguração do evento:</p><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/hMPtzaUycgI" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div> <p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Além da exposição propriamente, durante este período de realização haverá a divulgação do trabalho dos participantes em diferentes plataformas, e as entrevistas com os artistas participantes no programa <b><span style="color: #cc0000;">"Locura Cultural"</span></b> onde cada um falará sobre seu trabalho, seu processo artístico e a troca de experiências entre os participantes via o <span style="color: #cc0000;">grupo do Facebook do WOAF</span> pensado para este propósito.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">Veja a seguir a entrevista dada para o programa mexicano <b><span style="color: #cc0000;">"Locura Cultural"</span></b>, realizado no dia <span style="color: red;">26 de maio</span>, em companhia com a artista argentina <i><span style="color: red;">Daniela Paola Zacur</span></i> e os artistas chilenos <i><span style="color: red;">Dina Rodriguez</span></i> e <i><span style="color: red;">Jorge Mella</span></i>.</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: center;"><iframe allow="autoplay; clipboard-write; encrypted-media; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="true" frameborder="0" height="314" scrolling="no" src="https://www.facebook.com/plugins/video.php?height=314&href=https%3A%2F%2Fwww.facebook.com%2FLocuraCultur%2Fvideos%2F2797256703871162%2F&show_text=false&width=560&t=0" style="border: none; overflow: hidden;" width="560"></iframe></div>
<p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;">O WOAF - Working on a future é uma companhia de arte liderada por <span style="color: #cc0000;"><i>Rodrigo Verastegui</i></span> e que está em atividade há 11 anos, divulgando e promovendo arte em diferentes segmentos.</p>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0Cidade do México, Distrito Federal, México 19.4326077 -99.133208-8.8776261361788471 -134.289458 47.742841536178844 -63.976957999999996tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-89016587991113717752021-03-26T18:50:00.003-03:002021-09-19T21:20:22.221-03:00- Marcas da Pandemia -<p style="text-align: center;"><b><span style="color: #93c47d;">Acrílico sobre tela - 30 x 40 cm - 2020</span></b></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Ml515CcXtKI/YF5NFD_HPqI/AAAAAAAAY8g/9-Tic82SiWIoHtvc7TEq8dG4JwM1R2QdACLcBGAsYHQ/s1400/Marcas%2Bda%2BPandemia.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1400" data-original-width="1021" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-Ml515CcXtKI/YF5NFD_HPqI/AAAAAAAAY8g/9-Tic82SiWIoHtvc7TEq8dG4JwM1R2QdACLcBGAsYHQ/w466-h640/Marcas%2Bda%2BPandemia.jpg" width="466" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Para ampliar, clique na imagem</span></i></b></td></tr></tbody></table><p></p><div style="text-align: justify;">Restando pouco menos de uma semana para encerrar a exposição coletiva virtual <b><a href="https://www.arteporparte.com/2021/03/exposicao-virtual-coletiva-com-os-olhos.html" target="_blank">“Com os olhos de Ludmila”</a></b>, que ocorre no <i><b><a href="http://www.meridiancentre.ru/" target="_blank">Centro Cultural Meridian</a></b></i> em <b><span style="color: #cc0000;">Moscou (Rússia)</span></b>, percebi que ainda não havia publicado sobre a obra de arte que está fazendo parte desta exposição e, portanto, é um momento muito oportuno para tratar sobre ela aqui no <i><a href="https://www.arteporparte.com/" target="_blank">Arte por Parte</a></i>. É um trabalho que, ao mesmo tempo em que foca no que seria um costume ideal de prevenção (a máscara de proteção, se adotada da forma como deveria ser utilizada), é também uma crítica para a falta de utilização adequada por grande parte da população brasileira em meio às situações críticas de saúde pública. </div><span><a name='more'></a></span><p></p><p><b><span style="color: #ffd966;">O processo artístico</span></b></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-k2ll7Qux4zg/YF5OqvOTDWI/AAAAAAAAY8o/TbyTXW39v3U6AXlcVwR-oJa58kXHYBljQCLcBGAsYHQ/s1000/Centenas%2Bde%2Bbanhistas%2Bignoram%2Bobrigatoriedade%2Bde%2Bm%25C3%25A1scaras%2Bfaciais%2Be%2Baproveitam%2Bdia%2Bde%2Bsol%2Bem%2Bpraia%2Bde%2BSantos%252C%2BSP%2B%25E2%2580%2594%2BFoto%2BMatheus%2BTag%25C3%25A9Jornal%2BA%2BTribuna.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="666" data-original-width="1000" height="426" src="https://1.bp.blogspot.com/-k2ll7Qux4zg/YF5OqvOTDWI/AAAAAAAAY8o/TbyTXW39v3U6AXlcVwR-oJa58kXHYBljQCLcBGAsYHQ/w640-h426/Centenas%2Bde%2Bbanhistas%2Bignoram%2Bobrigatoriedade%2Bde%2Bm%25C3%25A1scaras%2Bfaciais%2Be%2Baproveitam%2Bdia%2Bde%2Bsol%2Bem%2Bpraia%2Bde%2BSantos%252C%2BSP%2B%25E2%2580%2594%2BFoto%2BMatheus%2BTag%25C3%25A9Jornal%2BA%2BTribuna.jpeg" width="640" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #ffd966;">Centenas de banhistas ignoram obrigatoriedade de máscaras faciais e aproveitam dia de sol em praia de Santos, SP — Foto: Matheus Tagé / Jornal A Tribuna</span></i></td></tr></tbody></table><br /><p></p><p style="text-align: justify;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-66M55ep9qho/YF5QHPffrOI/AAAAAAAAY8w/LUgWg2GdQVsgowPE-5pkWI3XnskyNE6ZQCLcBGAsYHQ/s1280/Marcas%2Bda%2BPandemia%2B-%2Bdetalhe%2B%25281%2529.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="826" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-66M55ep9qho/YF5QHPffrOI/AAAAAAAAY8w/LUgWg2GdQVsgowPE-5pkWI3XnskyNE6ZQCLcBGAsYHQ/w258-h400/Marcas%2Bda%2BPandemia%2B-%2Bdetalhe%2B%25281%2529.jpg" width="258" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #ffd966;">"Marcas da Pandemia" - detalhe</span></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Quando esta obra foi concluída, em novembro de 2020, foi amplamente veiculado pela mídia brasileira <b><span style="color: red;">cenas de praias lotadas de banhistas</span></b>, sendo que muitos sequer utilizavam as máscaras de proteção, como se o país já estivesse imune ao risco da pandemia. Tanto não era o caso, considerando que o governo brasileiro <b>nunca lidou minimamente para combater e conscientizar as pessoas sobre os riscos e cuidados</b>, como ainda estava alto o número de infectados por covid-19. O discurso negacionista do presidente infelizmente ainda influencia uma parcela da população, aliados à falta de um programa nacional de conscientização para os cuidados de saúde e a polarização política que divide o povo e estimula comportamentos, gerou novas variantes do vírus e agora, como consequência, o Brasil vive o seu pior momento na pandemia, colapsando o sistema de saúde, tanto público quanto privado.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Considerando todo este contexto denso da atualidade, decidi produzir uma pintura que mostrasse um busto de mulher que exibe em seu corpo as <span style="color: red;"><b>marcas de bronzeamento</b></span> tanto pelo uso do biquíni quanto pelo uso da máscara de proteção. Desta forma, a imagem engloba diversos aspectos como os novos costumes impostos pela pandemia (o uso da máscara), como pela vaidade estética buscada pelo bronzeamento e também serve como uma crítica às pessoas que mesmo diante de um cenário preocupante de saúde pública, ainda assim vão para as praias, se aglomerando e enfrentando um risco totalmente desnecessário, mesmo que a personagem esteja exibindo no rosto a marca pelo uso da máscara.</p><p style="text-align: justify;"><b><span style="color: #ffd966;">Inspirações</span></b></p><p style="text-align: justify;">Quando fiz a obra, não usei como referência nenhuma obra de arte de artistas do passado ou do presente, mas tomei como base a própria realidade que os noticiários mostravam, coisa que de um ano para cá, a propósito, tem se revelado para mim como um bom aliado para explorar temas. Um outro fator que já venho observando e que me serviu foram as próprias redes sociais. A <b><span style="color: #cc0000;">busca incansável pela perfeição estética</span></b> por muitos, que buscam corpos bem definidos e sensuais, não importa o quanto custe para alcançar este objetivo, é algo que vejo com certa incompreensão.</p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-_6ShT--Lb6I/YF5R2258K3I/AAAAAAAAY84/UHL5Du4CKGwhb8j8a-aLYRYJZ3XXPpnRwCLcBGAsYHQ/s1283/a-busca-pelo-corpo-perfeito-pode-se-tornar-uma-doenca-1594156560297_v2_1283x817.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="817" data-original-width="1283" height="255" src="https://1.bp.blogspot.com/-_6ShT--Lb6I/YF5R2258K3I/AAAAAAAAY84/UHL5Du4CKGwhb8j8a-aLYRYJZ3XXPpnRwCLcBGAsYHQ/w400-h255/a-busca-pelo-corpo-perfeito-pode-se-tornar-uma-doenca-1594156560297_v2_1283x817.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Principalmente neste período da pandemia, onde houve momentos em que foi preciso restringir o funcionamento de locais que ofereciam maior risco de contaminação, como é o caso das <b><span style="color: #cc0000;">academias de ginástica</span></b>, vi algumas reclamações bastante indignadas sobre estas restrições (quase todas feitas por usuários destas academias ou por quem tinha alguma ligação financeira com elas), se negando a aceitar o risco que estes locais oferecem, pensando exclusivamente na prática que estava sendo negada.</div><p></p><p style="text-align: justify;"><b><span style="color: #ffd966;">A Obra</span></b></p><p style="text-align: justify;">Quando fiz esta arte, num certo momento cheguei a pensar que ela ficaria datada muito rápido. Apesar de novembro não estar muito longe de agora (março), o comportamento negligente das pessoas ainda persiste (o que chega a ser incrível hoje), mesmo com os níveis absurdos de novos infectados, mortes e colapso do sistema de saúde em quase todo o país. A esta altura, tenho a impressão que o uso da máscara de proteção não vai simplesmente desaparecer por completo após esta pandemia passar, o que me faz concluir que talvez esta arte não fique desatualizada tão rapidamente assim. Só o tempo poderá confirmar isto.</p><p style="text-align: justify;"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-U9yYHp6s-Q0/YF5SDDi9xjI/AAAAAAAAY88/XxPngeTkvzgzBOa_6ILuAvHjNzkE_zuVgCLcBGAsYHQ/s1280/Marcas%2Bda%2BPandemia%2B-%2Bdetalhe%2B%25282%2529.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="1141" data-original-width="1280" height="356" src="https://1.bp.blogspot.com/-U9yYHp6s-Q0/YF5SDDi9xjI/AAAAAAAAY88/XxPngeTkvzgzBOa_6ILuAvHjNzkE_zuVgCLcBGAsYHQ/w400-h356/Marcas%2Bda%2BPandemia%2B-%2Bdetalhe%2B%25282%2529.jpg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #ffd966;">"Marcas da Pandemia" - detalhe</span></i></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">Acredito que a ideia de utilizar a figura da mulher, focando apenas nas suas marcas de bronzeamento, deu um ar tropical para a imagem. Quando tenho alguma ideia para artes, geralmente tenho uma imagem mental que tento seguir e nem sempre o resultado final fica de acordo com o que minha imaginação me apresenta, mas nesta obra o resultado foi exatamente o mesmo que eu tinha em mente. Acredito que a mensagem também esteja bastante clara para quem vê, ainda que sempre haja a possibilidade de uma interpretação totalmente diferente do que eu tinha planejado inicialmente, o que logicamente também é válido.</div><p></p><p style="text-align: justify;"><b><span style="color: #ffd966;">Imagens:</span></b> <i><a href="http://images.google.com.br/" target="_blank">Google</a></i></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><div style="text-align: center;"><b><br /></b></div><div style="text-align: center;"><b>--------------------------------------------------------------------------</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;">
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0px;" /></a><br /><span href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">"Marcas da Pandemia"</span> de <a href="https://www.arteporparte.com/2021/03/marcas-da-pandemia.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="https://www.arteporparte.com/p/contato.html" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">https://www.arteporparte.com/p/contato.html</a>.
</div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.colab55.com/@ecambuijr/posters/marcas-da-pandemia" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="713" data-original-width="2350" height="194" src="https://1.bp.blogspot.com/-4Hee1kibc-Q/YUfTMN91zUI/AAAAAAAAbRg/aZEdd-Xj0_g-oIGwoXvHk9kbTaPeK7rcwCLcBGAsYHQ/w640-h194/Colab%2B55%2B-%2BMarcas%2Bda%2BPandemia.jpg" width="640" /></a></div><br /><b><br /></b></div>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-87505500563039026932021-03-02T12:26:00.003-03:002021-03-02T12:29:58.627-03:00- Exposição virtual coletiva "Com os olhos de Ludmila" -<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-oOKiFAIe-RY/YD5UjXy8wNI/AAAAAAAAYfE/SLoI7Ygj0rwY3qB1f_JTCh6vPbrrd2gbQCLcBGAsYHQ/s1024/Mindness%2Bart%2Bevent%2B-%2BMoscou%2B%2528portugu%25C3%25AAs%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="1024" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-oOKiFAIe-RY/YD5UjXy8wNI/AAAAAAAAYfE/SLoI7Ygj0rwY3qB1f_JTCh6vPbrrd2gbQCLcBGAsYHQ/w400-h400/Mindness%2Bart%2Bevent%2B-%2BMoscou%2B%2528portugu%25C3%25AAs%2529.jpg" width="400" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Começou ontem a <span style="color: red;"><b>exposição coletiva virtual</b> <b><i>"Com os olhos de Ludmila"</i></b></span>, sob curadoria e organização do evento pelo <i><span style="color: #cc0000;">Art Studio Loreta Larkina</span></i> e <i><span style="color: #cc0000;">Penicillo Unicum Association of Moscow</span></i>, e a participação da crítica de arte dra. <i><span style="color: #cc0000;">Giulia Capecchi</span></i>. A exposição contará com a participação de <b><span style="color: red;">44 artistas</span></b>, a maior parte composta por <u>artistas italianos</u> (apenas 8 artistas destes são de outras nacionalidades, do qual me incluo) e que ficará em exposição virtual durante todo o mês de março. No dia 6 de março (sábado), acontece o evento de inauguração no espaço de exposições do <span style="color: red;"><b>Meridian Art Center, em Moscou</b>.</span></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-uPN62zJtnOY/YD5Vy1rVIdI/AAAAAAAAYfM/dbhut0kwHDoVJpi4BhytW97sL7ZzPN08gCLcBGAsYHQ/s1038/Mindness%2Bart%2Bevent%2B-%2BMoscou1.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1038" data-original-width="1038" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-uPN62zJtnOY/YD5Vy1rVIdI/AAAAAAAAYfM/dbhut0kwHDoVJpi4BhytW97sL7ZzPN08gCLcBGAsYHQ/w400-h400/Mindness%2Bart%2Bevent%2B-%2BMoscou1.jpg" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"></p><span><a name='more'></a></span><div><br /></div><br /><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dtag8GNYzbU/YD5WG7NRu-I/AAAAAAAAYfU/bUzuNbef8DgnK-A-PHAyPXTWGIWQgiaJQCLcBGAsYHQ/s499/Ludmila%2BUlitskaja%2B-%2BUma%2BHist%25C3%25B3ria%2BRussa.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt=""Uma história russa" de Ludmila Ulitskaja" border="0" data-original-height="499" data-original-width="352" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-dtag8GNYzbU/YD5WG7NRu-I/AAAAAAAAYfU/bUzuNbef8DgnK-A-PHAyPXTWGIWQgiaJQCLcBGAsYHQ/w141-h200/Ludmila%2BUlitskaja%2B-%2BUma%2BHist%25C3%25B3ria%2BRussa.jpg" width="141" /></a></div>Alguns de vocês podem estar se perguntando agora <span style="color: #cc0000;"><i>"E quem é Ludmila?"</i>.</span>.. É a escritora russa <b><span style="color: red;">Ludmila Ulitskaja</span></b>, referenciada aqui pela sua obra <i><b><span style="color: red;">"Uma história russa"</span></b></i>, em que a autora conta a história de três colegas de escola que se conheceram em Moscou na década de 1950 e que chegam à idade adulta numa sociedade onde seus heróis foram censurados, quando não foram exilados. O romance é um retrato da vida russa pós Stalin, sob o governo da KGB e que tentam transcender a opressão do regime através da arte, o amor pela literatura russa e o ativismo.</div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-OfTYF5UscWI/YD5WvNaTJ4I/AAAAAAAAYfc/UDUIJj3ggwAkTTw0lwAyxgz9wYCRIL4_gCLcBGAsYHQ/s1080/Mindness%2Bart%2Bevent%2B-%2BMoscou%2B%2528pessoal%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://1.bp.blogspot.com/-OfTYF5UscWI/YD5WvNaTJ4I/AAAAAAAAYfc/UDUIJj3ggwAkTTw0lwAyxgz9wYCRIL4_gCLcBGAsYHQ/w400-h400/Mindness%2Bart%2Bevent%2B-%2BMoscou%2B%2528pessoal%2529.jpg" width="400" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><span style="text-align: left;">A exposição acontecerá localmente no <b><a href="http://www.meridiancentre.ru" target="_blank">Centro Cultural Meridian</a></b>, em <b><span style="color: #cc0000;">Moscou (Russia)</span></b>, onde os trabalhos serão mostrados em vídeo no telão do espaço durante todo o dia, assim como também via canal de <b><span style="color: #cc0000;">Youtube</span></b>, além de impressos. </span></p><p style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/RhhTsEYM3io" width="560"></iframe><br /></p><p style="text-align: justify;">O Centro Cultural Meridian é um espaço que oferece um rico programa cultural com exposições, palestras, concertos, festivais, entre tantos outros tipos de eventos.</p><span><!--more--></span><span><!--more--></span><span><!--more--></span>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-51106863388888073122020-06-10T15:39:00.000-03:002020-06-10T15:39:55.057-03:00- O Encontro de Dois Mundos -<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #6aa84f;">Acrílico sobre tela - 50 x 70 cm - 2020</span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-5HNVsLVffRs/XuEXtcf_nHI/AAAAAAAATzw/dIqtgiXMgKQZA6JuXdWtSF9ectzDas67ACLcBGAsYHQ/s1600/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" data-original-height="902" data-original-width="1280" height="450" src="https://1.bp.blogspot.com/-5HNVsLVffRs/XuEXtcf_nHI/AAAAAAAATzw/dIqtgiXMgKQZA6JuXdWtSF9ectzDas67ACLcBGAsYHQ/s640/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos.jpg" title=""O Encontro de Dois Mundos" de Eduardo Cambuí Junior" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Para ampliar, clique na imagem</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
É muito complicado explicar o cenário político-social no Brasil hoje e como chegamos neste ponto. O país, antes de qualquer coisa, é vítima de um vírus que causa muitas baixas na população, muito mais do que os números oficiais dizem (como já é conhecido) e, como agravante, temos uma crise política absurda, um país dividido, um governo inoperante imerso numa guerra de discursos ideológicos onde até a ciência (ou a sua negação) é usada como identificação de uma vertente política. A arte de hoje fala, de uma forma indireta, sobre essa divisão que neste momento de pandemia, deixa ainda mais exposta a <b><span style="color: red;">desigualdade social e racial</span></b> no país.</div>
<a name='more'></a><br />
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-h7bSsFtzB4I/XuEjSLTA2_I/AAAAAAAAT1I/sPJWEGn1LogXlB9drmY_qn-fDcbBLnMQwCLcBGAsYHQ/s1600/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos%2B-%2BDetalhe%2B03.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" data-original-height="950" data-original-width="934" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-h7bSsFtzB4I/XuEjSLTA2_I/AAAAAAAAT1I/sPJWEGn1LogXlB9drmY_qn-fDcbBLnMQwCLcBGAsYHQ/s320/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos%2B-%2BDetalhe%2B03.jpg" title="Detalhe de "O Encontro de Dois Mundos"" width="314" /></a>Já comentei inúmeras vezes neste espaço que a produção de uma obra de arte precisa expressar algo, <b><span style="color: red;">ter uma mensagem</span></b> (seja ela difusa, explícita, simbólica, etc.), falar das coisas que cercam o artista, do que se passa com ele internamente, das pessoas em volta dele e (ou) do que está ocorrendo no seu tempo. Logicamente que não precisa ter todos estes elementos ao mesmo tempo, mas que tenha pelo menos um destes elementos (se é que me lembrei de todos). A arte não precisa necessariamente fazer sentido, dependendo de cada artista, mas acho que a arte precisa provocar algo nas pessoas. E cada artista explora a linha conceitual que mais se sente confortável em trabalhar. </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-G1_tzyoODtk/XuEhQaKwu-I/AAAAAAAAT0A/tFYGmgjtY0cX1aU0mAJyjcD342-ESQ80ACLcBGAsYHQ/s1600/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos%2B-%2BDetalhe%2B08.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img alt="" border="0" data-original-height="900" data-original-width="402" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-G1_tzyoODtk/XuEhQaKwu-I/AAAAAAAAT0A/tFYGmgjtY0cX1aU0mAJyjcD342-ESQ80ACLcBGAsYHQ/s640/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos%2B-%2BDetalhe%2B08.jpg" title="Detalhe de "O Encontro de Dois Mundos"" width="283" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O grande motivador para a produção desta arte foi o fruto de um processo de percepção do crescimento de uma linha de discurso adotada pela elite brasileira (parte dela) no período da produção desta pintura, que foi há um pouco mais de 15 dias (e que ilusoriamente parece ser mais distante). Começou a ficar mais comum ver pessoas deste círculo comentando que o pior da pandemia já tinha passado, que o vírus já tinha ultrapassado seu pico e começava o período de declínio e coisas do tipo, justificando que já era o momento de voltar à normalidade, mesmo com dados frequentes mostrando que o país está navegando numa direção oposta, com crescimento do número de mortos e infectados. O que explica um discurso tão absurdo? No começo eu fiquei sem entender claramente o que estava motivando esta distorção tão gritante na percepção da realidade até ver a fala de uma pessoa envolvida no mercado de ações, numa transmissão ao vivo de redes sociais, dizendo que o vírus já não afetava tanto as classes A e B e que estava mais presente nas classes mais pobres, no momento, o que na cabeça dele justificava a retomada da normalidade. É um comentário extremamente terrível e que mostra o tamanho da desigualdade social que impera no país, que está impregnada na forma tortuosa de pensar (e que diz muito sobre quem fala) e nos faz refletir qual é o peso que uma vida tem, dependendo de qual classe social o indivíduo que nos referimos faça parte, de acordo com essa “opinião pública” tradicional.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-BLlkCf7ZfGY/XuEheGk5BrI/AAAAAAAAT0I/HzMPx3KQpMAdKGGtjzCV75q1i_LLYya2gCLcBGAsYHQ/s1600/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos%2B-%2BDetalhe%2B07.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" data-original-height="900" data-original-width="457" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-BLlkCf7ZfGY/XuEheGk5BrI/AAAAAAAAT0I/HzMPx3KQpMAdKGGtjzCV75q1i_LLYya2gCLcBGAsYHQ/s640/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos%2B-%2BDetalhe%2B07.jpg" title="Detalhe de "O Encontro de Dois Mundos"" width="323" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
São <b><span style="color: red;">planetas distintos</span></b> se compararmos, dentro de uma mesma cidade, um bairro de classe alta com um de classe baixa. E quanto maior é a cidade, maior parece ser este abismo entre eles. Logicamente há maior dificuldade destas pessoas mais simples em se cuidar adequadamente, a assistência é escassa, nem sempre é possível tomar medidas de prevenção recomendadas, muitos dos quais nem tem condições de se manter em quarentena, pois grande parte vive num ambiente super povoado em pouquíssimos cômodos (quando há mais de um), vive do trabalho informal e dependem do que ganham diariamente. Somado a isto, o auxílio que o governo federal disponibilizou para as pessoas que se enquadram no perfil é muito abaixo do que é preciso para se manter dignamente. Imagine então a situação: Se para comprar o essencial já não é o bastante, será que vai ter como comprar equipamentos de proteção, como uma mera máscara? A saída normalmente é improvisar com o que está ao alcance. Todo este relato que conto aqui é o <b><span style="color: red;">contexto</span></b> que me conduziu até chegar nesta cena específica, que numa única imagem, estática, conta uma história complexa de desigualdade social, de enfrentamento de uma pandemia, de dificuldade / facilidade de acesso a materiais, de uma estrutura de amparo / desamparo domiciliar, dependendo para qual lado se olhe. É o encontro inesperado de dois indivíduos de realidades opostas que se entreolham, com ar de curiosidade e desconfiança mútua.</div>
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">Referências</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-kZbUvnO9uy0/XuEhp5Lz8kI/AAAAAAAAT0Q/--SDnYcizf80njrZsoKC4Hmcs6hcAksWACLcBGAsYHQ/s1600/Norman%2BRockwell%2B-%2BTriple%2BSelf%2BPortrait.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="613" data-original-width="483" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-kZbUvnO9uy0/XuEhp5Lz8kI/AAAAAAAAT0Q/--SDnYcizf80njrZsoKC4Hmcs6hcAksWACLcBGAsYHQ/s320/Norman%2BRockwell%2B-%2BTriple%2BSelf%2BPortrait.jpg" width="252" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">"Triplo Auto Retrato" <br />de Norman Rockwell</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
O cenário contemporâneo obviamente é a maior referência para este trabalho, mas inevitavelmente a gente sempre traz um pouco conosco dos artistas que nos inspiraram em alguma medida em nosso percurso, de certa forma ajudando a moldar a forma como produzimos a nossa própria arte. Tem momentos em que percebo que alguns trabalhos meus acabam dando um aspecto de crônica, de charge (o que me causa um breve desconforto), e isto provavelmente tem um pouco da influência de um artista que há muito tempo admiro bastante, que é o norte-americano <b><span style="color: red;">Norman Rockwell</span></b>, figura super querida nos Estados Unidos. Na verdade, ele foi o caso raríssimo de um ilustrador que se tornou famoso, que fez a maioria do seu trabalho como um produto comercial sob encomenda de revistas e agências publicitárias e que mais tarde ganhou o status de grande nome da arte, principalmente após sua morte.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-5T11xYs7vNk/XuEh0210dgI/AAAAAAAAT0c/RFJGi0WzsD8lqMpGl3rRqaasZzUG-sRYgCLcBGAsYHQ/s1600/Norman%2BRockwell%2B-%2BThe%2Bproblem%2Bwe%2Ball%2Blive%2Bwith.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="783" data-original-width="1218" height="410" src="https://1.bp.blogspot.com/-5T11xYs7vNk/XuEh0210dgI/AAAAAAAAT0c/RFJGi0WzsD8lqMpGl3rRqaasZzUG-sRYgCLcBGAsYHQ/s640/Norman%2BRockwell%2B-%2BThe%2Bproblem%2Bwe%2Ball%2Blive%2Bwith.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">"O Problema que Nós Todos Convivemos" de Norman Rockwell</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-bSAr0N23yvg/XuEiRsAN_HI/AAAAAAAAT0o/jPlWoyIoed4iCLRFtytUGlo8Ufx-Shz-ACLcBGAsYHQ/s1600/Normal%2BRockwell%2B-%2BArt%2BCritic.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1444" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-bSAr0N23yvg/XuEiRsAN_HI/AAAAAAAAT0o/jPlWoyIoed4iCLRFtytUGlo8Ufx-Shz-ACLcBGAsYHQ/s320/Normal%2BRockwell%2B-%2BArt%2BCritic.jpg" width="288" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">"Arte Crítica" <br />de Norman Rockwell</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Suas ilustrações fizeram sucesso entre o público estampando revistas como o <i><b><a href="https://www.saturdayeveningpost.com/" target="_blank">Saturday Evening Post</a></b></i> e a revista <b><i>Look</i></b>, mas foi muito criticado também, sobretudo por aqueles do meio artístico tradicional, quando nos seus últimos dez anos de vida fez algumas exposições, ainda que fosse admirado e até mesmo condecorado com a <b><span style="color: #e06666;">Medalha Presidencial da Liberdade</span></b> pelo presidente americano <i>Gerald R. Ford</i>. Foi amado e denegrido. Havia um forte preconceito das pessoas do mundo institucional da arte que consideravam que a ilustração era um ramo menor da produção de imagens e, portanto, ele não poderia ser considerado um artista de fato. Sua arte, que muitas vezes foi rotulada como uma “arte pública”, “arte simplista” ou como “o retrato mais literal da América”, era predominantemente uma reflexão sobre diversas questões sociais, comportamentais, culturais e sobre assuntos políticos. </div>
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">A Obra</span></b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-WHRNkwCaWsY/XuEik_7Z1-I/AAAAAAAAT0s/lpBgjwD_Hl4cQv_WpRJy0PgczgEx1wiVgCLcBGAsYHQ/s1600/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos%2B-%2BDetalhe%2B04.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img alt="" border="0" data-original-height="944" data-original-width="991" height="304" src="https://1.bp.blogspot.com/-WHRNkwCaWsY/XuEik_7Z1-I/AAAAAAAAT0s/lpBgjwD_Hl4cQv_WpRJy0PgczgEx1wiVgCLcBGAsYHQ/s320/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos%2B-%2BDetalhe%2B04.jpg" title="Detalhe de "O Encontro de Dois Mundos"" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Os dois personagens da obra são retratos de <b><span style="color: red;">duas realidades sociais bem distintas</span></b>. De um lado, um homem branco, de olhos e cabelos claros, bem vestido, supostamente de uma condição financeira melhor e utilizando máscara e o protetor facial como prevenção, ao lado de um muro alto com uma calçada larga, superprotegido por uma cerca elétrica e arame farpado. De outro lado um homem negro, vestido com roupas simples (camiseta, bermuda e chinelos), improvisando uma proteção com um galão de água adaptado para ser um protetor facial, próximo de uma calçada estreita, ao lado de uma área isolada por vegetação que encobre diversas construções inacabadas, supostamente como um conjunto habitacional irregular.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-hB60Kuymxek/XuEiwkU1tfI/AAAAAAAAT00/sgnUowYepVQ76f0D6jDEPXisBkQ6q2lJQCLcBGAsYHQ/s1600/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos%2B-%2BDetalhe%2B02.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" data-original-height="929" data-original-width="880" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-hB60Kuymxek/XuEiwkU1tfI/AAAAAAAAT00/sgnUowYepVQ76f0D6jDEPXisBkQ6q2lJQCLcBGAsYHQ/s320/O%2BEncontro%2Bde%2BDois%2BMundos%2B-%2BDetalhe%2B02.jpg" title="Detalhe de "O Encontro de Dois Mundos"" width="303" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
A ineficácia do combate ao <i>covid19</i> pelo governo, principalmente agora que aflige com mais força as classes mais pobres do país, mostra o descaso que há para a massa da população pelos governantes. Atinge com força os mais pobres, atinge os negros (que são em maior número entre os pobres) e com todo esse discurso de reabertura da economia exatamente agora, no pior momento, fica a mensagem que não há a menor preocupação com isso. Agora que explode no mundo as manifestações contra o racismo motivadas pelo infame caso de <b><span style="color: red;">George Floyd</span></b> nos Estados Unidos, morto asfixiado em <i>Minneapollis</i> por um policial branco que o conteve ficando ajoelhado em seu pescoço por 7 minutos. No Brasil há inúmeros casos da mesma categoria, como o recente caso do garoto <b><span style="color: red;">João Pedro</span></b>, de 14 anos, que foi morto dentro de sua própria casa em São Gonçalo (RJ) pela polícia do Rio de Janeiro durante uma operação desastrada, onde houve mais de 70 disparos... ainda houve o agravante de levarem o garoto para prestar socorro (sem deixar nenhum parente acompanhar) e ao chegar morto na base aérea, não forneceram nenhuma informação aos pais, que tiveram que sair em busca de informações do paradeiro do garoto pela região. Por mais que haja algum teor muito superficial de humor nesta pintura, há também um cenário macabro, intrínseco, de um <b><span style="color: red;">racismo estrutural</span></b> que é bem mais cruel porque vive disfarçado.</div>
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">Imagens:</span></b> <i><a href="http://images.google.com.br/" target="_blank">Google</a></i><br />
<div>
<br /></div>
<div>
<div style="text-align: center;">
<b>--------------------------------------------------------------------------</b></div>
</div>
<div>
<br /></div>
<b><span style="color: #f1c232;">Referências: </span></b><br />
<br />
MARLING, Karal Ann. <b>“Norman Rockwell”</b>. Tradução de António Mendes. Lisboa: Taschen GmbH, 2005.<br />
<br />
<b>CASO JOÃO PEDRO</b>. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2020. Disponível em: <<a href="https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Caso_Jo%C3%A3o_Pedro&oldid=58473693">https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Caso_Jo%C3%A3o_Pedro&oldid=58473693</a>>. Acesso em: 10 jun. 2020.<br /><br /><b>GEORGE FLOYD.</b> In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2020. Disponível em: <<a href="https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=George_Floyd&oldid=58472289">https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=George_Floyd&oldid=58472289</a>>. Acesso em: 9 jun. 2020.<br />
<div>
<br /></div>
<div>
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</div>
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<br /></div>
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0;" /></a><br />
<span href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">"O Encontro de Dois Mundos"</span> de <a href="https://www.arteporparte.com/2020/06/o-encontro-de-dois-mundos.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="https://www.arteporparte.com/p/contato.html" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">https://www.arteporparte.com/p/contato.html</a>.Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-19737510813954567902020-05-07T16:41:00.006-03:002023-02-20T19:26:15.168-03:00- Abaporu em tempos de pandemia -<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #6aa84f;">Acrílico sobre tela - 30 x 40 cm - 2020</span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-rIDHA2856No/XrRXrNqtsNI/AAAAAAAATaQ/W-SE_-378GE04SWfXzc3NSe6pfNybyTCwCLcBGAsYHQ/s1600/Abaporu%2Bem%2Btempos%2Bde%2Bepidemia.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="774" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-rIDHA2856No/XrRXrNqtsNI/AAAAAAAATaQ/W-SE_-378GE04SWfXzc3NSe6pfNybyTCwCLcBGAsYHQ/s640/Abaporu%2Bem%2Btempos%2Bde%2Bepidemia.jpg" width="482" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">Para ampliar, clique na imagem</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Diante das circunstâncias na qual vivemos atualmente, é praticamente impossível manter uma produção artística regular sem ter como pano de fundo alguma relação com a <b><span style="color: red;">pandemia do covid-19</span></b>, pessoalmente falando, logicamente. No Brasil, além de toda a tensão e incômodo que a presença deste vírus na sociedade vem causando nas pessoas, ainda temos como agravante uma situação política caótica, em que é praticamente impossível ter uma única semana sem uma nova polêmica… tédio nos noticiários não é algo que os brasileiros possam reclamar hoje.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Voltando ao foco, a pintura deste post é novamente uma <b><span style="color: red;">releitura</span></b>, desta vez focando na obra que talvez seja a mais famosa da arte brasileira: <b><i><span style="color: #e06666;">“Abaporu”</span></i></b> de <b><span style="color: red;">Tarsila do Amaral</span></b>. Esta pintura tem um simbolismo enorme, tanto no contexto da época em que foi produzida, sendo o marco do movimento antropofágico do modernismo brasileiro, como também com as riquíssimas correlações históricas que esta pintura nos remete.</div>
<a name='more'></a><br />
<b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-ITgMenAG49o/XrRchbnNVdI/AAAAAAAATac/AsmepZTbmwMO-w3TTA-oODwZbZkwcN75ACLcBGAsYHQ/s1600/Tarsila%2Bdo%2BAmaral.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="442" data-original-width="325" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-ITgMenAG49o/XrRchbnNVdI/AAAAAAAATac/AsmepZTbmwMO-w3TTA-oODwZbZkwcN75ACLcBGAsYHQ/s320/Tarsila%2Bdo%2BAmaral.jpg" width="235" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">A artista Tarsila do Amaral</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Entre os grandes artistas visuais brasileiros, <b><span style="color: red;">Tarsila do Amaral</span></b> nunca figurou entre as minhas favoritas. Entre os modernistas, o trabalho de <b><span style="color: #e06666;">Anita Malfatti</span></b> sempre falou muito mais comigo do que o de Tarsila. Falando especificamente de arte brasileira, só o fato de conseguir informação relevante já é um drama à parte, ainda que hoje o cenário tenha sido consideravelmente amenizado quanto a isto (se comparado a 10, 15 anos atrás), o que também não quer dizer que hoje o acesso a esta temática seja tão farta assim e disponível. Conseguir material de história da arte brasileira antigamente era uma saga e por isto, sempre foi o caminho natural ter mais conhecimento sobre os mestres clássicos da pintura, como <span style="color: #e06666;"><b>Leonardo Da Vinci</b>, <b>Rembrandt</b>, <b>Monet</b>, <b>Van Gogh</b>, <b>Picasso</b></span>, entre outros tantos, do que conhecer sobre os grandes artistas brasileiros, algo que demorei um pouco para remediar. A oferta de livros de arte no Brasil tendo como tema os artistas brasileiros e movimentos artísticos sempre foi muito difícil e, quando conseguíamos encontrar, o preço costumava ser bem caro.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-KL6_DogKhM0/XrRiWkG7PqI/AAAAAAAATbw/RNDbyG6UZ5kYD-CI-PElvrK7n3kZHz70QCLcBGAsYHQ/s1600/Oswald%2Bde%2BAndrade%2Be%2BTarsila%2Bdo%2BAmaral.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="330" data-original-width="220" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-KL6_DogKhM0/XrRiWkG7PqI/AAAAAAAATbw/RNDbyG6UZ5kYD-CI-PElvrK7n3kZHz70QCLcBGAsYHQ/w133-h200/Oswald%2Bde%2BAndrade%2Be%2BTarsila%2Bdo%2BAmaral.jpg" width="133" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">Oswald de Andrade e <br />Tarsila do Amaral</span></i></td></tr>
</tbody></table>
A ideia principal desta produção era utilizar uma obra de <b><span style="color: red;">apelo popular</span></b> e com algumas mínimas alterações, enfatizar o cenário que nos encontramos hoje. A obra mais popular da arte brasileira, reproduzida em diversos livros didáticos, presente na cultura pop e reconhecida pela população que minimamente conhece algo de arte (e que ironicamente tem como lar a <i><b><span style="color: #e06666;">Fundación Constantini – Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires</span></b></i>, na Argentina) me pareceu a escolha perfeita para ser utilizada, principalmente quando levamos em conta a riquíssima história por trás de sua simbologia, dos seus bastidores e que vamos tratar mais abaixo.</div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-lpvKkIUPHJk/XrRc-TiX_gI/AAAAAAAATak/n1blDBfAXyU0rp64qqn2tK3A4kiH0GYDgCLcBGAsYHQ/s1600/Abaporu%2Bem%2Btempos%2Bde%2Bepidemia%2B%2528detalhe%2B1%2529.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="851" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-lpvKkIUPHJk/XrRc-TiX_gI/AAAAAAAATak/n1blDBfAXyU0rp64qqn2tK3A4kiH0GYDgCLcBGAsYHQ/s320/Abaporu%2Bem%2Btempos%2Bde%2Bepidemia%2B%2528detalhe%2B1%2529.jpg" width="302" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #f1c232;">Detalhe de "Abaporu em tempos <br />de pandemia"</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">Segui o traço de Tarsila, fiz a adequação necessária ao tipo de tinta (a minha foi em tinta acrílica e o original foi pintado a óleo), ao tamanho que me propus pintar (o original tem 85 x 73 cm), busquei seguir a mesma gama de cores (o que é um desafio à parte, uma vez que fui obrigado a me basear em reproduções que nem sempre são fiéis ao original) e apenas acrescentei dois itens que imediatamente nos remetem ao cenário endêmico atual que é a <b><span style="color: red;">máscara de proteção</span></b> e um <b><span style="color: red;">tubo de álcool em gel</span></b>. Apenas com estas duas inserções, julguei que já era mais do que suficiente para criar um leque de interpretações.</div>
<br />
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">Referências</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-NdFzp1-qHlI/XrRd9BQI70I/AAAAAAAATaw/6SlEYhRST5AjnbS-5S1zGjNqQs8nmBDhACLcBGAsYHQ/s1600/Tarsila%2Bdo%2BAmaral%2B-%2Babaporu.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1260" data-original-width="1077" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-NdFzp1-qHlI/XrRd9BQI70I/AAAAAAAATaw/6SlEYhRST5AjnbS-5S1zGjNqQs8nmBDhACLcBGAsYHQ/s320/Tarsila%2Bdo%2BAmaral%2B-%2Babaporu.jpg" width="273" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #f1c232;"><i>"Abaporu" de Tarsila do Amaral</i></span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Obviamente, a referência máxima desta produção é a obra <i><b><span style="color: red;">“Abaporu”</span></b></i>, mas tão importante quanto isto, há também o caráter da simbologia do trabalho, que fala tanto da autora como da fabulosa história por trás do título que foi escolhido. Como já é bem conhecido, abaporu significa <i><b><span style="color: #e06666;">“homem que come carne humana”</span></b></i> em tupi-guarani, língua dos indígenas brasileiros. Esta tela foi feita em 1928 como um presente de aniversário ao seu marido, o poeta <b><span style="color: red;">Oswald de Andrade</span></b>, que ficou particularmente impressionado e que viu na expressão do personagem um homem plantado na terra, um antropófago. Pouco tempo depois, Oswald de Andrade escreveu o <b><span style="color: red;">Manifesto Antropofágico</span></b> que fazia uma analogia ao processo de canibalização da cultura europeia pelo homem americano para a formação de sua própria cultura, após digeri-la e moldá-la aos seus próprios costumes.</div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-326r5i3epi8/XrRer3YgdmI/AAAAAAAATa4/Sh-aEAuVyyMKRdvK79FPpxdjJrP0ESM1ACLcBGAsYHQ/s1600/O%2BHomem%2BQue%2BDesafiou%2Bo%2BDiabo.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="300" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-326r5i3epi8/XrRer3YgdmI/AAAAAAAATa4/Sh-aEAuVyyMKRdvK79FPpxdjJrP0ESM1ACLcBGAsYHQ/s320/O%2BHomem%2BQue%2BDesafiou%2Bo%2BDiabo.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">Filme "O Homem Que <br />Desafiou o Diabo" (2007)</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">Esta obra acaba falando, um tanto inconscientemente pela própria autora, sobre si mesma e sobre seus medos de infância. Ao ouvir o relato de uma amiga que disse que a pintura a fazia lembrar de seus <b><span style="color: red;">pesadelos</span></b>, a pintora acabou se lembrando das histórias que a impressionavam quando criança contada pelas pretas velhas da fazenda, geralmente à noite, na qual numa sala fechada se ouvia uma voz vinda do teto, por uma abertura no forro, dizer: <b><span style="color: #e06666; font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">“eu caio!”</span></b>. E caía um pé, depois novamente vinha a frase e caía mais um pedaço do corpo, até cair o corpo inteiro, repetindo este processo. Esta é uma antiga estória tradicional popular que se espalhou através das narrativas orais, principalmente do nordeste brasileiro, e tem diversas variações, mas basicamente a estrutura é a mesma: alguém passa uma noite num lugar abandonado e surge uma voz pedindo pra cair, mas caindo aos poucos, aos pedaços, até formar um ser. Esta mesma passagem pode ser vista em uma cena do filme brasileiro <b><span style="color: red;">“O Homem Que Desafiou o Diabo”</span></b> (2007), adaptado do livro de <b><span style="color: #e06666;">Nei Leandro de Castro</span></b> <b><span style="color: red;">“As Pelejas de Ojuara: O Homem Que Desafiou o Diabo”</span></b>. Voltando para a obra Abaporu, de uma certa forma pode até ser interpretada como um retrato do país na época: um gigante acanhado e desequilibrado.</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div>
<div style="text-align: center;">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/NZZ2M5Bq3jM" width="560"></iframe>
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-_LwVHG_cDMA/XrRfrIdpc_I/AAAAAAAATbE/ThkQlziHLWIaCJG8UQ8aVAzQ9C4vsuE6gCLcBGAsYHQ/s1600/Patr%25C3%25ADcia%2BGalv%25C3%25A3o%252C%2BAnita%2BMalfati%252C%2BBenjamin%2BPeret%252C%2BTarsila%2Bdo%2BAmaral%252C%2BOswald%2Bde%2BAndrade%252C%2BElsie%2BHouston%252C%2BAlvaro%2BMoreyra%252C%2BEug%25C3%25AAnia%2B%25C3%2581lvaro%2BMoreyra%2Be%2Bpersonagem%2Bn%25C3%25A3o%2Bidentificada.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="456" data-original-width="668" height="217" src="https://1.bp.blogspot.com/-_LwVHG_cDMA/XrRfrIdpc_I/AAAAAAAATbE/ThkQlziHLWIaCJG8UQ8aVAzQ9C4vsuE6gCLcBGAsYHQ/s320/Patr%25C3%25ADcia%2BGalv%25C3%25A3o%252C%2BAnita%2BMalfati%252C%2BBenjamin%2BPeret%252C%2BTarsila%2Bdo%2BAmaral%252C%2BOswald%2Bde%2BAndrade%252C%2BElsie%2BHouston%252C%2BAlvaro%2BMoreyra%252C%2BEug%25C3%25AAnia%2B%25C3%2581lvaro%2BMoreyra%2Be%2Bpersonagem%2Bn%25C3%25A3o%2Bidentificada.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">Patrícia Galvão (Pagu), Anita Malfati, Benjamin <br />Peret, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, <br />Elsie Houston, Alvaro Moreyra, Eugênia Álvaro <br />Moreyra e pessoa não identificada</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">Mas é agora que as referências ficam realmente interessantes! E por que Oswald de Andrade viu no personagem da obra um antropófago dentre tantas outras coisas possíveis? Muito provavelmente isto aconteceu por influência de um livro antigo que impressionou muito os modernistas nos anos 20, e que tiveram acesso através de <b><span style="color: red;">Paulo Prado</span></b>, cafeicultor paulista que financiou a <i><b><span style="color: #e06666;">Semana de Artes de 1922</span></b></i>. Paulo Prado era filho de Eduardo Prado, um ricaço que tinha adquirido anos antes a versão original do livro <b><span style="color: #e06666;">“Duas Viagens ao Brasil”</span></b> do alemão <b><span style="color: red;">Hans Staden</span></b>, que acabou sendo traduzido para o português. Este livro, que foi publicado pela primeira vez em 1557, foi um best-seller em sua época e contava a fantástica (e verídica) história vivida por seu autor no período em que esteve no Brasil.</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-doV4_BhYe-A/XrRl-XagkBI/AAAAAAAATcM/Xp3dJJT_leMHIhXZ-AmRC7cTQzA6DGsAACLcBGAsYHQ/s1600/Duas%2BViagens%2Bao%2BBrasil.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="475" data-original-width="288" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-doV4_BhYe-A/XrRl-XagkBI/AAAAAAAATcM/Xp3dJJT_leMHIhXZ-AmRC7cTQzA6DGsAACLcBGAsYHQ/s320/Duas%2BViagens%2Bao%2BBrasil.jpg" width="194" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">Livro "Duas Viagens ao Brasil" <br />de Hans Staden</span></i></td></tr>
</tbody></table>
Hans Staden era um mercenário e soldado alemão (tendo experiência como artilheiro, arcabuzeiro e bombardeiro) que saiu de casa aos 20 anos em busca de aventuras e veio parar no Brasil. Em sua primeira viagem, bem mais curta, chegou no <b><span style="color: #e06666;">Cabo de Santo Agostinho (PE)</span></b> e viu o cerco que os <b><span style="color: #e06666;">índios Caetés</span></b> fizeram ao vilarejo de <b><span style="color: #e06666;">Igarassu</span></b> em revolta aos maus tratos dos portugueses. Eles ajudaram a salvar a cidade daquele ataque indígena, que já sitiava a cidade por 90 dias, e volta para a Europa em 1549. No ano seguinte volta ao Brasil e numa série de contratempos, foi capturado em 1554 em <b><span style="color: #e06666;">Bertioga</span></b> junto com dois portugueses (os irmãos Braga) pelos <b><span style="color: red;">índios Tamoios</span></b> e levados para a aldeia deles que ficava em <b><span style="color: #e06666;">Ubatuba</span></b>. A partir do momento em que se tornou prisioneiro dos tamoios, ele se tornou também testemunha ocular de um <b><span style="color: red;">banquete antropofágico</span></b> praticado como um tradicional ritual canibal por aqueles índios.</div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-ln9yakNi5E4/XrRhCimaMoI/AAAAAAAATbY/zw8j3DzdTNEUg8lU8gT4nZfcw6SdH5rFACLcBGAsYHQ/s1600/Hans%2BStaden%2B%25282%2529.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="1200" height="180" src="https://1.bp.blogspot.com/-ln9yakNi5E4/XrRhCimaMoI/AAAAAAAATbY/zw8j3DzdTNEUg8lU8gT4nZfcw6SdH5rFACLcBGAsYHQ/s320/Hans%2BStaden%2B%25282%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">Ilustração representado uma passagem do ritual<br />antropofágico descrito por Hans Staden</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">Desde o momento de sua captura, uma série de costumes ritualísticos até o momento do banquete foram tomados e que foram descritos detalhadamente por Hans Staden em seu livro. O primeiro guerreiro índio que tocasse o prisioneiro no momento de sua captura era seu dono por direito e, após ser capturado e levado amarrado para a aldeia, era obrigado a entrar pulando e dizendo: <b><span style="color: #e06666; font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">“chegou a vossa comida”</span></b>, recebido com festa, mas de forma hostil pelos demais índios que gritavam, ofendiam e atiravam coisas nele (frutas, pedras, etc). Mas no dia seguinte, o prisioneiro era bem tratado, alimentado e com direito a regalias. Ficava com uma corda com diversos pontos de nós amarrada em seu pescoço (chamada <b><span style="color: #e06666;">"muçurana"</span></b>), onde cada nó representava um dia até a sua execução. No dia anterior ao banquete, era promovida uma noite de bebedeira regada a um fermentado produzido à base de mandioca (chamada <span style="color: #e06666;"><b>“cauim”</b></span>) e no dia da execução, o prisioneiro era lavado, depilado e besuntado, para depois ser coberto com casca de ovos moídos e penas.</div>
<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-aSbCko_ArJQ/XrRhxGWlt4I/AAAAAAAATbk/9P7SfREmcnkP-GKHrXFOFIrhtAmhMbeKQCLcBGAsYHQ/s1600/Hans%2BStaden%2B%25281%2529.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="330" data-original-width="400" height="264" src="https://1.bp.blogspot.com/-aSbCko_ArJQ/XrRhxGWlt4I/AAAAAAAATbk/9P7SfREmcnkP-GKHrXFOFIrhtAmhMbeKQCLcBGAsYHQ/s320/Hans%2BStaden%2B%25281%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">Cena do banquete presenciado por <br />Hans Staden</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Como parte do ritual, era deixado então que o prisioneiro escapasse para que pudesse ser caçado em seguida e ao ser trazido novamente para a aldeia era levado para o meio da taba e o carrasco o recebia, vestido com um manto feitos de <b><span style="color: #e06666;">penas de guará</span></b> e era iniciado um processo de debate com o capturado, onde era afirmado que ali se tratava de um inimigo que já havia feito diversas maldades contra o seu povo, até ser executado por um golpe mortal de clava na nuca, no auge das acusações. A partir de então, o corpo é imediatamente cercado pelas mulheres mais velhas da aldeia que recolhem em tigelas o sangue (e os miolos) para beber ainda quente. Em seguida o corpo era escaldado para tirar a pele e depois ser assado, onde cada parte era destinada para um determinado grupo da tribo (crianças, mulheres, adultos, jovens guerreiros, etc). O banquete, que durava cerca de <b><span style="color: #e06666;">4 horas</span></b>, era acompanhado por música tocada por tambores e flautas feitas a partir dos ossos de antigos capturados.</div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-IFCYLwt-LVs/XrRgkoJWsiI/AAAAAAAATbQ/1vGpoZvTevU53KpV-YjIySZyGA9fUjSnQCLcBGAsYHQ/s1600/Hans%2BStaden%2B%25284%2529.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="193" data-original-width="273" src="https://1.bp.blogspot.com/-IFCYLwt-LVs/XrRgkoJWsiI/AAAAAAAATbQ/1vGpoZvTevU53KpV-YjIySZyGA9fUjSnQCLcBGAsYHQ/s1600/Hans%2BStaden%2B%25284%2529.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #f1c232;"><i>O alemão Hans Staden</i></span></td></tr>
</tbody></table>
Hans Staden, que viu acontecer todo o ritual com outro prisioneiro, acabou se livrando de virar o prato principal do próximo banquete através de um enorme golpe de sorte, que ele atribuiu aos índios como um reflexo da fúria do seu deus por vê-lo em perigo de morte. Antecedendo a sua vez, começou um período de vários dias de chuva intermitente, que o alemão afirmava aos índios ser por conta da tristeza do seu deus. Quando os índios, que eram muito supersticiosos, pediram para ele falar com o seu deus para parar a chuva, veio a sorte maior: a chuva parou e o sol abriu. Ele se livrou de ser comido e ao voltar para a Europa, escreveu o livro com esta aventura fantástica e tornou conhecida esta curiosa tradição, o <b><span style="color: red;">ritual antropofágico</span></b>, que nestes moldes era uma exclusividade brasileira e que, séculos depois, impressiona Oswald de Andrade que faz uma relação daquela história como uma metáfora para criar o <b><span style="color: #e06666;">Movimento Antropofágico</span></b>, que anos mais tarde serviu como grande influência para o surgimento dos <b><span style="color: #e06666;">Movimento Tropicalista</span></b> no Brasil, como um desdobramento cultural.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<b><span style="color: #f1c232;">A Obra</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-cJPEyXFUQHk/XrRjMqVYfuI/AAAAAAAATcA/NfVKqZjdtR801iFk7RXQ1nEZoc7FI6dagCLcBGAsYHQ/s1600/Abaporu%2Bem%2Btempos%2Bde%2Bepidemia%2B%2528detalhe%2B2%2529.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="849" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-cJPEyXFUQHk/XrRjMqVYfuI/AAAAAAAATcA/NfVKqZjdtR801iFk7RXQ1nEZoc7FI6dagCLcBGAsYHQ/s320/Abaporu%2Bem%2Btempos%2Bde%2Bepidemia%2B%2528detalhe%2B2%2529.jpg" width="301" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><span style="color: #f1c232;">Detalhe de "Abaporu em tempos <br />de pandemia"</span></i></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A pintura saiu exatamente como eu havia planejado e observando com um pouco de atenção o resultado, transportando o contexto da imagem para os tempos atuais e considerando a inserção destes dois elementos que estão tão presentes na nossa rotina de quarentena, traz uma mensagem bem direta e ampla. Além da necessidade do <b><span style="color: red;">isolamento social</span></b>, que não deixa de ser um ato de esforço, o personagem com máscara de proteção, sentado apoiando sua cabeça por um braço e segurando um recipiente de álcool em gel na outra, transmite também um <b><span style="color: red;">ar de tédio</span></b> (bem típico em muitas pessoas por conta destes tempos de enclausuramento). Como havia dito no começo, encontrar o tom equivalente ao utilizado na pintura original foi um pequeno desafio, pois é bem difícil a fotografia corresponder ao que é na realidade… na gravura do livro que eu tenho sobre a autora o tom do céu é menos vibrante, a pele do personagem é mais opaca. Em imagens que encontrei na internet, já há uma variação significativa. Como o propósito de uma releitura é sempre dar a sua própria versão da mesma história, achei que estas possíveis variações no tom não eram tão importantes assim. No final, o que importa de fato é a expressão, a mensagem.</div>
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">Imagens:</span></b> <i><a href="http://images.google.com.br/">Google</a></i></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div>
<b><span style="color: #f1c232;">Referências:</span></b></div>
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<br /></div>
<div>
José VICTOR NETO, Prof. Ms. - Faculdade da Amazônia (FAAM). Disponível em: <a href="https://www.editorarealize.com.br/revistas/abralicinternacional/trabalhos/Completo_Comunicacao_oral_idinscrito_1248_49b6be8bed7742ad7bb393e31d95728a.pdf">https://www.editorarealize.com.br/revistas/abralicinternacional/trabalhos/Completo_Comunicacao_oral_idinscrito_1248_49b6be8bed7742ad7bb393e31d95728a.pdf</a></div>
<div>
<br /></div>
<div>
RIBEIRO, Maria Izabel. <b>“Tarsila do Amaral”</b>. 1. Ed. – São Paulo: Folha de S. Paulo: Instituto Itaú Cultural, 2013. Coleção Folha Grandes Pintores Brasileiros; v. 3)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
STADEN, Hans. <b>“Duas Viagens ao Brasil”</b>. Tradução de Angel Bojadsen. L&PM Editores, 2007. Disponível em: <a href="https://www.amazon.com.br/">https://www.amazon.com.br</a> </div>
</div>
<div>
<br />
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0px;" /></a><br />
<span href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">"Abaporu em tempos de pandemia"</span> de <a href="https://www.arteporparte.com/2020/05/abaporu-em-tempos-de-pandemia.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="https://www.arteporparte.com/p/contato.html" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">https://www.arteporparte.com/p/contato.html</a>.
<div><br /></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.colab55.com/@ecambuijr/tees/abaporu-em-tempos-de-pandemia" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="722" data-original-width="2350" height="196" src="https://1.bp.blogspot.com/--ofmiBjD2lk/YUfUKpA1MII/AAAAAAAAbRo/lLNDaCu6gFIJnNXz66asN66c1rLZi0E6ACLcBGAsYHQ/w640-h196/Colab%2B55%2B-%2BAbaporu%2Bem%2BTempos%2Bde%2BPandemia.jpg" width="640" /></a></div><br /><div><br /></div>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-62185475105795362262020-04-13T16:13:00.000-03:002020-04-13T16:13:41.832-03:00- Sem Rótulos -<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #6aa84f;">Acrílico sobre tela - 40 x 50 cm - 2020</span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-phFeEqqQm3M/XpSqCNqykLI/AAAAAAAATEc/h73tQXr2aUA8KbHNgYa0D1Zba2rnf-zjQCLcBGAsYHQ/s1600/Sem%2BR%25C3%25B3tulo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="1026" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-phFeEqqQm3M/XpSqCNqykLI/AAAAAAAATEc/h73tQXr2aUA8KbHNgYa0D1Zba2rnf-zjQCLcBGAsYHQ/s640/Sem%2BR%25C3%25B3tulo.jpg" width="512" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Para ampliar, clique na imagem</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Neste ano a humanidade teve (e está tendo) uma lição muito importante, em diferentes aspectos. A realidade amarga de uma <b><span style="color: red;">pandemia do covid-19</span></b> que já matou milhares de pessoas pelo mundo (e coloca outros bilhões em sistema de quarentena) nos mostra que algumas particularidades do nosso modo de vida contemporâneo são, no mínimo, questionáveis. E é interessante perceber que muitas opiniões polêmicas que vinham ganhando adesões em diversas regiões foram rapidamente questionadas em sua essência neste momento, como os movimentos anti-vacina, por exemplo. Questões absurdamente óbvias, como esta do exemplo, assim como as questões mais complexas também pedem revisão neste momento único da história… e é bem curioso perceber o quanto é essencial defender o que é óbvio, pois nestes tempos obscuros atuais, nem com ele podemos contar. A arte de hoje trata de uma reflexão que neste momento parece bem oportuna, que é uma espécie de analogia (meio simbólica) <b><span style="color: red;">sobre a necessidade que temos de rotular tudo</span></b>, especialmente os comportamentos e as pessoas.</div>
<a name='more'></a><br />
<b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-yJvaOHANNno/XpS2ulU91HI/AAAAAAAATFs/h99Fp3GK9SsKZ2NYst-v61L9jsS3B_3igCLcBGAsYHQ/s1600/Garrafa%2Bde%2BVinho.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="567" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-yJvaOHANNno/XpS2ulU91HI/AAAAAAAATFs/h99Fp3GK9SsKZ2NYst-v61L9jsS3B_3igCLcBGAsYHQ/s320/Garrafa%2Bde%2BVinho.jpg" width="226" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">"Garrafa de vinho", desenho <br />em giz pastel</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Na verdade, esta ideia já tem alguns anos... começou em 2015 quando eu tinha feito um pequeno esboço com o lápis dermatográfico e que eu planejava há algum tempo passar para uma tela, melhor trabalhado. Já tinha feito <b><span style="color: red;">outros estudos similares</span></b> também (utilizando a garrafa, mas com simbologias diferentes) e que me ajudaram a compor esta. A ideia fala do costume que as pessoas têm de rotular tudo e o quanto isto é uma atitude superficial, afinal nem tudo é tão simples assim para uma mera palavra conseguir definir um universo de concepções diferentes, especialmente quando nos referimos às pessoas e seus comportamentos. </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-3bRTXgY8Wsk/XpS0zroyHiI/AAAAAAAATFg/cVUt1or3z3oNbJGE6ua1r76tNwSf3mI-ACLcBGAsYHQ/s1600/FOTOS-SITE-11-660x372.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="372" data-original-width="466" height="255" src="https://1.bp.blogspot.com/-3bRTXgY8Wsk/XpS0zroyHiI/AAAAAAAATFg/cVUt1or3z3oNbJGE6ua1r76tNwSf3mI-ACLcBGAsYHQ/s320/FOTOS-SITE-11-660x372.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Neste momento especial, a ideia me parece bem oportuna porque fomos colocados em nossa unidade (humanos) no mesmo risco de contrair uma doença que parece se comportar de forma muito instável de pessoa para pessoa, independente de nacionalidade, nível cultural, social ou qualquer outro rótulo que nos divida em grupos menores. Num tempo em que nosso modo de vida nos transforma em indivíduos extremamente voltados para as nossas próprias necessidades, esta situação nos obriga a pensar e olhar para o outro. É claro que também temos que ver através da lente da realidade que existem as diferenças sociais que fazem um grupo ser mais ou menos exposto aos riscos, o que gera um desconforto grande quando observamos isto, ainda mais quando temos consciência que há uma boa parcela desta “casta” que parece descolada da realidade, vivendo numa bolha. Se aplicarmos este ponto de vista para a <b><span style="color: red;">simbologia desta arte</span></b>, seria algo como se não importasse de qual vinho estamos nos referindo, se é um <b><i>malbec</i></b>, <b><i>merlot</i></b> ou <b><i>carménère</i></b>, se é seco ou suave, se custa uma fortuna ou se é barato, ou ainda, se por acaso estamos tratando mesmo de um vinho… no final, <u><b>todos não passam de meras garrafas</b></u>. </div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-KajYBQn11lE/XpSw18sqOyI/AAAAAAAATEw/PhW09yTqwTEOnc8sy8vwgfbapFc9kYTTACLcBGAsYHQ/s1600/Sem%2BR%25C3%25B3tulo%2B%2528detalhe%2B1%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="760" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-KajYBQn11lE/XpSw18sqOyI/AAAAAAAATEw/PhW09yTqwTEOnc8sy8vwgfbapFc9kYTTACLcBGAsYHQ/s320/Sem%2BR%25C3%25B3tulo%2B%2528detalhe%2B1%2529.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">Detalhe</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Os rótulos que eu trato nesta arte funcionam mais ou menos como <b><span style="color: red;">chamar atenção também aos estereótipos</span></b> (talvez seja um primo mais caricato), logicamente aplicados apenas às questões relativas a comportamentos e condições das pessoas. Eles existem na sociedade porque resumem num “diagnóstico rápido” um tipo comportamental e, assim, eles se multiplicam e se tornam mais excludentes. Como seres sociáveis que somos, acredito que isto surgiu como um mecanismo de defesa e que ao longo do tempo, fomos adaptando para nos aproximarmos dos nossos similares. Mas esta simplificação gera distorções, como era de se esperar. Se tomarmos, como exemplo, analisar um estilo musical específico, como o <i>rock</i>, é possível ver uma diversificação de ramos (ou rótulos) que surgem como o <i>heavy metal, punk, grunge, britpop</i> e cada vez são criados nichos mais específicos e estreitos… mas será que num disco de uma banda não é possível identificar uma variedade maior de estilos? Será que todas as músicas daquele álbum correspondem exclusivamente à um único rótulo?</div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-YKypoykT0YQ/XpSyuAvVKoI/AAAAAAAATFU/8ayQJhJh07Yje8QMCG-4-ofuxhNXc9jjQCLcBGAsYHQ/s1600/Sem%2BR%25C3%25B3tulo%2B%2528detalhe%2B3%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="949" data-original-width="949" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-YKypoykT0YQ/XpSyuAvVKoI/AAAAAAAATFU/8ayQJhJh07Yje8QMCG-4-ofuxhNXc9jjQCLcBGAsYHQ/s320/Sem%2BR%25C3%25B3tulo%2B%2528detalhe%2B3%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">Detalhe</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Acho que ninguém neste momento tem condições de falar com segurança em como será o nosso futuro pós pandemia, mas acredito que muita coisa mudará no nosso meio de vida, que cultivaremos melhor a empatia, o cuidado com a vida e que estes rótulos que se multiplicam, tendem a não serem mais tantos e tão excludentes, ainda que haja uma dose grande de otimismo na minha fala. É interessante pensar também, tomando como referência a situação atual (tanto no Brasil como mundialmente), que questões mais complexas como as de cunho social e econômico também precisam ser revistas, ser mais inclusivas, até pensando que pode muito bem haver novas pandemias no futuro, além de nos antever aos impactos que uma nova revolução tecnológica pode causar com a chegada cada vez mais iminente da inteligência artificial no meio profissional, gerando multidões de desempregados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<b><span style="color: #f1c232;">Referências</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-cmO9MGatG3g/XpSw-54HVjI/AAAAAAAATE0/l0uyS_IT7JMuH6RyMHYwQAwEBW9RbU3wQCLcBGAsYHQ/s1600/Charles%2BBell%2B-%2BGumball%2BXV%2B%25281983%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="327" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-cmO9MGatG3g/XpSw-54HVjI/AAAAAAAATE0/l0uyS_IT7JMuH6RyMHYwQAwEBW9RbU3wQCLcBGAsYHQ/s320/Charles%2BBell%2B-%2BGumball%2BXV%2B%25281983%2529.jpg" width="218" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">"Gumball XV", de Charles Bell</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Neste trabalho específico, é difícil falar de uma única referência. A referência maior é a ideia aqui aplicada (que é a linha condutora), assim como falar também da minha contemporaneidade usando o meio que me cerca e a realidade (e as críticas que tenho por ela) que meus olhos conseguem alcançar, que é também uma valiosa lição que diversos grandes mestres da arte sempre pregaram na história. Em termos de técnica, acredito que é muito oportuno falar do <b><span style="color: red;">realismo</span></b> que tem um método de processo que talvez o meu trabalho se encaixe, não me refiro aqui ao realismo clássico do século XIX, de Coubert, Corot, Millet e Daumier, mas do neorrealismo que vem desde o início do século XX até os dias atuais e possui diversos representantes e vertentes (hiper-realismo, fotorrealismo, entre outros que, resumindo, não passam de apenas mais rótulos).</div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-w1WQPF45dwM/XpSxPNzbWLI/AAAAAAAATFA/gQIpxsNdTB8IZ8o5x19OqGQ9iR7ErRlZwCLcBGAsYHQ/s1600/Francis%2BPicabia%2B-%2BFemmes%2Bau%2Bbull-dog.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1306" data-original-width="950" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-w1WQPF45dwM/XpSxPNzbWLI/AAAAAAAATFA/gQIpxsNdTB8IZ8o5x19OqGQ9iR7ErRlZwCLcBGAsYHQ/s320/Francis%2BPicabia%2B-%2BFemmes%2Bau%2Bbull-dog.jpg" width="232" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">"Femmes au Bulldog" </span></i></b><br />
<b><i><span style="color: #f1c232;">de Francis Picabia</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
No neorrealismo (que vou nomear assim tentando resumir num único nome – rótulo – as suas vertentes), a fotografia é uma etapa ou elemento do processo, algumas vezes servindo de base para que a pintura a reproduza minuciosamente ou servindo de referência para a produção de um ou mais elementos que vão sendo “montados” de acordo com a ideia do projeto. Talvez a melhor definição para esta prática seja do artista <b><span style="color: red;">Francis Picabia</span></b>, que disse: <i><span style="color: #e06666; font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">“O pintor escolhe um motivo, depois imita o que escolheu, e por fim, deforma-o. É aqui que o artista se encontra”</span></i>. A arte ao lado é o exemplo na prática do que descreveu acima o artista: ele escolheu uma modelo em uma revista erótica dos anos 1930 e a partir da foto, transformou toda a imagem, mudando elementos decorativos do quarto, do que a modelo tinha em mãos e adicionou uma segunda pessoa ao fundo.</div>
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">A Obra</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-HbFDfCDi1q0/XpSxwmKuUQI/AAAAAAAATFI/hXySzzYfuw4MjvC8BL9braStpUdLfnVWACLcBGAsYHQ/s1600/Sem%2BR%25C3%25B3tulo%2B%2528detalhe%2B2%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="761" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-HbFDfCDi1q0/XpSxwmKuUQI/AAAAAAAATFI/hXySzzYfuw4MjvC8BL9braStpUdLfnVWACLcBGAsYHQ/s320/Sem%2BR%25C3%25B3tulo%2B%2528detalhe%2B2%2529.jpg" width="270" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">Detalhe</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Como eu adiantei um pouco mais acima, o processo de pintura desta tela teve início com uma foto, que montei de acordo com o que eu tinha idealizado antes. Fazer a partir de uma foto é sempre mais cômodo, porque você registra e pode utilizar depois para pintar quando for mais conveniente sem precisar se preocupar com a mudança dos elementos (luz, disposição dos objetos ou pessoas no ambiente, ângulos, etc.). Neste caso, o trabalho inicial foi <b><span style="color: red;">ajeitar a disposição e composição dos objetos</span></b> que eu tinha ao meu alcance. Para isto, utilizei uma garrafa de um vinho que eu tinha tomado um tempo antes e que, após me vir a ideia, retirei seu rótulo de uma forma que deixasse o rastro de sua existência e montei a composição na foma como me veio na imaginação, a colocando numa parte do armário da cozinha de casa, para depois fotografá-la e pintá-la mais tarde. Foi como montar a pintura (que só existia na minha mente, naquele momento) para a vida real, para mais tarde colocá-la na tela.</div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-GpEmLf0E0Aw/XpSwfv9Le5I/AAAAAAAATEo/AhRwnLJvhgIC8vBknPayGdZRl8jX0RHQQCLcBGAsYHQ/s1600/Sem%2BR%25C3%25B3tulos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="891" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-GpEmLf0E0Aw/XpSwfv9Le5I/AAAAAAAATEo/AhRwnLJvhgIC8vBknPayGdZRl8jX0RHQQCLcBGAsYHQ/s320/Sem%2BR%25C3%25B3tulos.jpg" width="315" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">Esboço feito em 2015 com <br />lápis dermatográfico</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
O processo de pintura acabou sendo um tanto de sobreposição de cores, inserindo várias camadas até chegar ao ponto correto do tom de cor, da reprodução do reflexo espelhado, do sombreamento e da incidência de luz. O fato de ter produzido um esboço antes feito com uma <b><span style="color: red;">paleta reduzida de cores</span></b> (com o lápis dermatográfico), ajudou bastante a encontrar um atalho para o resultado desta pintura, que me agradou bastante e que acredito que cheguei no que eu tinha em mente, ainda que eu não tenha certeza hoje se a mensagem que eu tento passar com esta arte ficou tão clara para as pessoas, se elas conseguem fazer uma leitura mais ou menos próxima do que eu pretendia passar apenas vendo o título.</div>
<br />
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">Imagens:</span></b> <i><a href="http://images.google.com.br/">Google</a></i><br />
<br />
<br />
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0;" /></a><br />
<span href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">"Sem Rótulo"</span> de <a href="https://www.arteporparte.com/2020/04/sem-rotulos.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="https://www.arteporparte.com/p/contato.html" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">https://www.arteporparte.com/p/contato.html</a>.Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-19457636655853880992020-03-20T16:46:00.002-03:002021-09-19T21:27:32.465-03:00- O Grito em Quarentena -<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #6aa84f; font-size: large;">Acrílico sobre tela - 40 x 50 cm - 2020</span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-nOL6RYbO4L0/XnUUh3h70xI/AAAAAAAASkk/kVO7idfsLN8PsVDk5MkNa-46UkzcqdChgCLcBGAsYHQ/s1600/O%2BGrito%2Bem%2BQuarentena.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1400" data-original-width="1146" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-nOL6RYbO4L0/XnUUh3h70xI/AAAAAAAASkk/kVO7idfsLN8PsVDk5MkNa-46UkzcqdChgCLcBGAsYHQ/s640/O%2BGrito%2Bem%2BQuarentena.jpg" width="522" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Para ampliar, clique na imagem</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Ainda estamos no início de 2020 e parece que já se passou muito mais do que apenas 3 meses do ano, principalmente no Brasil, dado ao volume de acontecimentos que vem ocorrendo. Naturalmente, um fato que não tem como desprezar é a <b><span style="color: #e06666;">pandemia de corona vírus</span></b> (o <span style="color: #f1c232;">covid-19</span>) que vem causando muitos estragos mundo afora e que até este momento, timidamente no cenário brasileiro, vem mostrando sua cara e assustando as pessoas, que estão sendo obrigadas a se isolar em casa para evitar que o contágio se alastre. Como eu já disse diversas vezes por aqui, a arte tem que falar do seu tempo, dar o seu testemunho e naturalmente o assunto é este, mas como tratar de forma eficiente sobre algo que vem causando tanta angústia nas pessoas? A saída foi recorrer para a história da arte e fazer uma <b><span style="color: #f1c232;">releitura</span></b> de uma obra que é talvez o símbolo maior da angústia na arte: <b><span style="color: #f1c232;"><i>"O Grito"</i></span></b>, de <b><span style="color: #e06666;">Edvard Munch</span></b>.</div>
<br />
<a name='more'></a><br />
<b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-RRXMPmK0ixU/XnUafFXf-4I/AAAAAAAASlM/gGQfW_Z_Mz89lCL7M9KK_4hIJ9tb-ZzEQCLcBGAsYHQ/s1600/O%2BGrito%2Bem%2BQuarentena%2B%25283%2529.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1527" data-original-width="1527" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-RRXMPmK0ixU/XnUafFXf-4I/AAAAAAAASlM/gGQfW_Z_Mz89lCL7M9KK_4hIJ9tb-ZzEQCLcBGAsYHQ/s320/O%2BGrito%2Bem%2BQuarentena%2B%25283%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="font-size: 12.8px;"><i><span style="color: #f1c232;">"O Grito em Quarentena" (detalhe)</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Já há algum tempo venho projetando uma série artística sobre releituras de obras famosas e estou ensaiando começar esta produção há uns meses. É um exercício interessante porque, além de ser um bom estímulo para a criatividade, testa nosso senso de observação e nos leva a buscar mais informações sobre as obras, os períodos e os artistas que são objeto da releitura… naturalmente, é sempre importante lembrar que “releitura” não significa “cópia”, uma confusão bastante cometida pelas pessoas. A releitura é utilizar a linha de pensamento principal de uma coisa pré-existente e resignificá-la, deixando claro alguns elementos que identifiquem a obra referenciada.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Cepm1UFlrU4/XnUYWAZwtII/AAAAAAAASkw/V0-Z-jxVfGgeBZ6CMYCSukZUeTKkv4T0gCLcBGAsYHQ/s1600/As%2BOlympias%2Bde%2BManet%2Be%2BCezanne.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="491" data-original-width="1280" height="243" src="https://1.bp.blogspot.com/-Cepm1UFlrU4/XnUYWAZwtII/AAAAAAAASkw/V0-Z-jxVfGgeBZ6CMYCSukZUeTKkv4T0gCLcBGAsYHQ/s640/As%2BOlympias%2Bde%2BManet%2Be%2BCezanne.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">As telas "Olympia" de Manet e "Olympia Moderna" de Cézanne.</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A releitura é e foi um artifício bastante utilizado por diversos artistas mundo afora. Obras famosas também foram releituras de outras obras famosas como é o caso de <i><b><span style="color: #f1c232;">“Olympia moderna”</span></b></i> de <b><span style="color: #e06666;">Cèzanne</span></b>, que foi uma releitura de <b><i><span style="color: #f1c232;">“Opympia”</span></i></b> de <b><span style="color: #e06666;">Manet</span></b>, ambas motivo de muita repercussão. <b><span style="color: #e06666;">Picasso</span></b> já fez algumas releituras como das obras de <b><span style="color: #e06666;">Delacroix</span></b> (<i><b><span style="color: #f1c232;">“As mulheres argelinas em seus apartamentos”</span></b></i>) e <b><span style="color: #e06666;">Velásquez</span></b> (<i><b><span style="color: #f1c232;">“As meninas”</span></b></i>). Eu poderia citar também trabalhos de releituras feitos por outros artistas como <b><span style="color: #e06666;">Lichtenstein</span></b>, <b><span style="color: #e06666;">Vik Muniz</span></b>, entre outros tantos. </div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-dacogZaHtHw/XnUbTZ-8oEI/AAAAAAAASlU/shgRlwptJ0kRD0Kj_3UNh7wWUHaDyfG7QCLcBGAsYHQ/s1600/O%2BGrito%2Bem%2BQuarentena%2B%25284%2529.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1224" data-original-width="1224" height="200" src="https://1.bp.blogspot.com/-dacogZaHtHw/XnUbTZ-8oEI/AAAAAAAASlU/shgRlwptJ0kRD0Kj_3UNh7wWUHaDyfG7QCLcBGAsYHQ/s200/O%2BGrito%2Bem%2BQuarentena%2B%25284%2529.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">"O Grito em Quarentena" <br />(detalhe)</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
No meu ponto de vista, obviamente, o que faz uma releitura ganhar maior relevância é quando ela, tomando como referência outra obra, consegue transmitir uma mensagem própria, abordando temas atuais, refletindo sobre assuntos comuns a todos. Num período altamente imagético como o nosso, as imagens precisam também focar em assuntos densos, estimular a reflexão ainda que não seja uma tarefa das mais simples.</div>
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">Referências</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-mwBsAvObEPE/XnUY2zEIlZI/AAAAAAAASk4/uohu5MpHBV8iqDHwrgVsKCiQON3TOmU3ACLcBGAsYHQ/s1600/Edvard%2BMunch%2B%25E2%2580%2593%2BO%2BGrito%2B%25281893%2529.png" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="484" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-mwBsAvObEPE/XnUY2zEIlZI/AAAAAAAASk4/uohu5MpHBV8iqDHwrgVsKCiQON3TOmU3ACLcBGAsYHQ/s320/Edvard%2BMunch%2B%25E2%2580%2593%2BO%2BGrito%2B%25281893%2529.png" width="257" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">"O Grito" (1893) de Edvard Munch</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A referência óbvia é a obra <b><i>“O Grito”</i></b> do norueguês <b>Edvard Munch</b>. Naturalmente a escolha por “O Grito” se deu muito mais pelo reconhecimento fácil da obra, mas admiro muito o trabalho de Munch no geral, apesar de perceber muito poucas semelhanças do estilo dele com o meu. Munch teve uma vida marcada desde cedo pelo drama da morte com sua mãe e irmã falecendo ainda em sua infância (talvez a única breve semelhança entre a história de vida dele com a minha) e sempre sentiu essa presença incômoda rondar sua porta, por conta de sua <b><span style="color: #e06666;">saúde frágil</span></b> (era asmático, perdeu um dedo da mão num acidente com um revólver, sofria de transtorno mental e mais tarde, em 1930, sofreu de uma doença ocular). Em seu trabalho é muito fácil perceber o quanto o artista aborda os sentimentos (como em <i><b><span style="color: #f1c232;">“Mulher-vampiro”</span></b></i>, <i><b><span style="color: #f1c232;">“Angústia”</span></b></i>, <b><i><span style="color: #f1c232;">“Ciúme”</span></i></b>, o medo e a sexualidade aliados em <b><i><span style="color: #f1c232;">“Puberdade”</span></i></b>, por exemplo), ainda mais levando em conta a forte carga de <b><span style="color: #e06666;">expressividade</span></b> que seu estilo contém.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-nbLMV3y_SoI/XnUZJuvxA8I/AAAAAAAASk8/qAdYuhPbBA8wvecKJVuiWiuigBxoDVBwACLcBGAsYHQ/s1600/Munch%2B-%2BDead%2BMother.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="766" data-original-width="645" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-nbLMV3y_SoI/XnUZJuvxA8I/AAAAAAAASk8/qAdYuhPbBA8wvecKJVuiWiuigBxoDVBwACLcBGAsYHQ/s320/Munch%2B-%2BDead%2BMother.jpg" width="269" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">"Mãe Morta" de Edvard Munch</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Munch gozou do prestígio pelo reconhecimento de sua obra em vida e mesmo tendo seu trabalho incluído na lista da <b><i><span style="color: #e06666;">“arte degenerada”</span></i></b> pelo regime nazista, sua boa reputação na Noruega nunca foi abalada. A tela “O Grito” faz parte de uma série que é composta pelas obras <span style="color: #f1c232;"><i><b>“A Ansiedade”</b></i> </span>e <b><i><span style="color: #f1c232;">“O Desespero”</span></i></b>. Feita em óleo, têmpera e pastel sobre cartão, Munch chegou a realizar até <b><i><span style="color: #f1c232;">50 cópias</span></i></b> e variações desta arte. Talvez, ao lado de <b><i><span style="color: #f1c232;">"Mona Lisa"</span></i></b> de <b><span style="color: #e06666;">Leonardo Da Vinci</span></b>, esta seja uma das obras mais conhecidas em pintura, se tornando parte da cultura pop de tanto que é reproduzida, inspirando personagens como o da figura central do filme <i><b><span style="color: #f1c232;">“Pânico”</span></b></i>, sucesso mundial. Em 2012 se tornou a pintura mais cara da história ao ser leiloada pela Sotheby’s por <b><u>119,9 milhões</u></b> de dólares.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-_9KbUcGqInw/XnUZowqmR0I/AAAAAAAASlE/Dn9KnnS0AQcexMbeDA7WwLkGWY4iVIOJgCLcBGAsYHQ/s1600/Nuvens%2Bestratosf%25C3%25A9ricas%2Bpolares%2Bdo%2Btipo%2B2A%2Bgeram%2Bcores%2B%25C3%25BAnicas%2Bno%2Bc%25C3%25A9u.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="349" data-original-width="620" height="360" src="https://1.bp.blogspot.com/-_9KbUcGqInw/XnUZowqmR0I/AAAAAAAASlE/Dn9KnnS0AQcexMbeDA7WwLkGWY4iVIOJgCLcBGAsYHQ/s640/Nuvens%2Bestratosf%25C3%25A9ricas%2Bpolares%2Bdo%2Btipo%2B2A%2Bgeram%2Bcores%2B%25C3%25BAnicas%2Bno%2Bc%25C3%25A9u.jpeg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Nuvens estratosféricas polares, efeito atmosférico raro que geram cores únicas no céu.</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Quando esteve na França, registrou em seu diário uma possível pista sobre a origem do quadro: <i><span style="color: #f1c232; font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">“Caminhava com dois amigos pelo passeio, o Sol se punha, o céu se tornou repentinamente vermelho, eu me detive; cansado, apoiei-me na grade – sobre a cidade e o braço de mar azul-escuro via apenas sangue e línguas de fogo -, meus amigos continuaram a andar e eu permanecia preso no mesmo lugar, tremendo de medo – e sentia que uma gritaria infinita penetrava toda a natureza”</span></i>. Em 2017, pesquisadores noruegueses sugeriram que a paisagem feita por Munch na verdade fosse a reprodução de um <b><span style="color: #e06666;">raro fenômeno atmosférico</span></b> causadas por um tipo específico de nuvens (<b>nuvens estratosféricas polares</b> do tipo 2A) que geram cores únicas no céu e que provavelmente tenham surgido naquele tempo e impressionado Munch, como sugere o seu texto mais acima.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<b><span style="color: #f1c232;">A Obra</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-leu67HWjj0M/XnUa7NxbEiI/AAAAAAAASlQ/-Fp0EwRoPfINpGP1Be7J1Us55YD7Jh0NwCLcBGAsYHQ/s1600/O%2BGrito%2Bem%2BQuarentena%2B%25282%2529.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1435" data-original-width="1435" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-leu67HWjj0M/XnUa7NxbEiI/AAAAAAAASlQ/-Fp0EwRoPfINpGP1Be7J1Us55YD7Jh0NwCLcBGAsYHQ/s320/O%2BGrito%2Bem%2BQuarentena%2B%25282%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b style="font-size: 12.8px;"><i><span style="color: #f1c232;">"O Grito em Quarentena" (detalhe)</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A produção deste trabalho foi relativamente rápida e bastante agradável de ser feita. Como eu pintei em tela, tive que partir para a técnica da <b><span style="color: #e06666;">pintura em base tingida</span></b>, buscando aproximar o tom do suporte que eu estava utilizando (uma tela branca, que eu pintei antes de “terra de siena”) do suporte em que Munch trabalhou (cartão, que provavelmente era pardo). O contexto atual ao meu ver torna a mensagem bastante relevante, com as pessoas se isolando por conta da pandemia de coronavírus (covid-19), muitos locais em todo o mundo em quarentena para evitar o contágio e uma grande dose de medo espalhado pelo ar desse inimigo invisível que está mexendo com o comportamento de muita gente neste ano.</div>
<br />
<br />
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">Imagens:</span></b> <i><a href="http://images.google.com.br/">Google</a></i><br />
<br />
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0px;" /></a><br />
<span href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">"O Grito em Quarentena"</span> de <a href="https://www.arteporparte.com/2020/03/o-grito-em-quarentena.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="https://www.arteporparte.com/p/contato.html" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">https://www.arteporparte.com/p/contato.html</a>.<div><br /></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.colab55.com/@ecambuijr/tees/o-grito-em-quarentena" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="713" data-original-width="2350" height="194" src="https://1.bp.blogspot.com/-W60esyKqwXA/YUfUrTU9Z4I/AAAAAAAAbRw/1AqWhCDUYOAdFHCSBTpAr0IXFBywxyUCACLcBGAsYHQ/w640-h194/Colab%2B55%2B-%2BO%2BGrito%2Bem%2BQuarentena.jpg" width="640" /></a></div><br /><div><br /></div>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-67792752529133411082020-02-19T20:38:00.002-03:002021-09-19T21:31:32.347-03:00- Consumido -<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #6aa84f;">Acrílico sobre papel - 29 x 42 cm - 2019</span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-aqL7hA_FAYI/Xk26ApKRS1I/AAAAAAAASOM/6y6pDB-vjQoAMAiezVtRRyahjY7UeLUewCLcBGAsYHQ/s1600/Consumido.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="918" height="640" src="https://1.bp.blogspot.com/-aqL7hA_FAYI/Xk26ApKRS1I/AAAAAAAASOM/6y6pDB-vjQoAMAiezVtRRyahjY7UeLUewCLcBGAsYHQ/s640/Consumido.jpg" width="458" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Para ampliar, clique na imagem</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Eu costumo dizer que as artes visuais têm a ingrata missão de contar uma história, passar uma mensagem, com apenas uma única imagem estática, pensando nas artes visuais no hemisfério de pintura, desenho, escultura e fotografia. Muitas vezes essa mensagem é complexa e subjetiva, o que dá margem para diferentes interpretações.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem pensa exclusivamente no caráter decorativo de uma obra de arte está completamente enganado! Logicamente que há obras muito belas e há algumas delas que se valem apenas do caráter estético, mas acredito que pouquíssimas (principalmente aquelas que buscam o seu lugar no meio artístico) se enquadrem nisto. A arte também fala do mundo, da atualidade, faz críticas e tem algo a dizer… não é apenas um design bem feito. A arte de hoje fala sobre algo que inunda os nossos tempos e que não está restrito por fronteiras, que é o <b><span style="color: #e06666;">consumismo</span></b>.<br />
<a name='more'></a></div>
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-5rJIwV9bNc4/Xk288HH1WII/AAAAAAAASOk/25GSRq1DN44pbrsQEcZgqCuigkdYtk5VwCLcBGAsYHQ/s1600/Consumido%2B%2528detalhe%2B3%2529.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1269" data-original-width="1077" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-5rJIwV9bNc4/Xk288HH1WII/AAAAAAAASOk/25GSRq1DN44pbrsQEcZgqCuigkdYtk5VwCLcBGAsYHQ/s320/Consumido%2B%2528detalhe%2B3%2529.jpg" width="271" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Vocês já se deram conta do quanto as grandes empresas investem em pesquisas sobre hábitos de consumo, estudos comportamentais, design de produtos, entre outras tantas, só para aumentar o potencial de venda de uma marca ou de um produto? E o quanto nós, os consumidores em potencial, somos direcionados a comprar coisas que muitas vezes nem precisamos de fato? E eis que temos mais um presente do capitalismo: o <b><span style="color: #e06666;">consumismo desenfreado</span></b>. Como tudo nesta vida, direta ou indiretamente, está interligado numa rede que se desenvolve, este hábito contemporâneo gera diversas situações que impactam nossa vida, em nossa saúde mental e, por que não, na vida no planeta como um todo. Todo esse papo muito provavelmente vocês já conhecem.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-EmG5jl3YCDk/Xk29KEq0WfI/AAAAAAAASOo/7U7EsPOtpyg2JcmUBGFw2WXs6uSjzG5LwCLcBGAsYHQ/s1600/Consumido%2B%2528detalhe%2B1%2529.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1220" data-original-width="878" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-EmG5jl3YCDk/Xk29KEq0WfI/AAAAAAAASOo/7U7EsPOtpyg2JcmUBGFw2WXs6uSjzG5LwCLcBGAsYHQ/s320/Consumido%2B%2528detalhe%2B1%2529.jpg" width="230" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Portanto, considerei que era importante fazer uma arte que trata do quanto somos, diariamente, invadidos e bombardeados por propagandas, sempre oferecendo a ilusão de bem-estar através do consumo de um produto. Para isto, tentei passar uma sensação de vertigem utilizando uma <b><span style="color: #e06666;">perspectiva um pouco esférica</span></b> (no estilo do efeito <b><i>“olho de peixe”</i></b> das câmeras fotográficas) de alguém que é quase engolido por um mar de propagandas, com diversas frases no imperativo, quase como ordens, oferecendo vantagens, melhor aparência, etc. Também utilizei várias marcas conhecidas no mercado brasileiro e internacional para deixar ainda mais clara a mensagem, independente da língua de quem estiver vendo, que é algo que eu sempre busco nos meus trabalhos.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-oiHCK6lMftg/Xk29kkS1JOI/AAAAAAAASOw/o6tXDkaqlMkASV93yx4NsBIWh3vtPA43wCLcBGAsYHQ/s1600/Consumido%2B%2528detalhe%2B2%2529.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1561" data-original-width="1423" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-oiHCK6lMftg/Xk29kkS1JOI/AAAAAAAASOw/o6tXDkaqlMkASV93yx4NsBIWh3vtPA43wCLcBGAsYHQ/s320/Consumido%2B%2528detalhe%2B2%2529.jpg" width="291" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Naturalmente, para fazer esta tela fui obrigado a mergulhar no universo das propagandas, pesquisar diversas marcas famosas e os slogans que geralmente são utilizados, as táticas de mercado e por aí vai. Esta nem foi a parte difícil, na verdade… fazer os diversos detalhes pequenos das marcas, dos objetos, fontes e ainda equilibrar com harmonia as cores no todo acabou consumindo muito mais tempo do que eu estava esperando. Pessoalmente, o ato da pintura é um momento de entrar numa brecha do tempo e, apesar de estar concentrado no que faço, também é um período de mergulhar nos pensamentos. Contraditoriamente, apesar de ser um exercício de paciência, acaba gerando também alguma ansiedade (controlada, obviamente) de acabar logo e ver o resultado final e quando este processo demora mais do que era previsto, vai gerando uma sensação um tanto chata.</div>
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">Referências</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-UWqTNCaE5A8/Xk2-GFc_siI/AAAAAAAASO4/HxeYCVTNrQQBEZnjz8hlYujrVRghGAIggCLcBGAsYHQ/s1600/Andy%2BWarhol%2B-%2BGreen%2BBottles.jpeg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1133" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-UWqTNCaE5A8/Xk2-GFc_siI/AAAAAAAASO4/HxeYCVTNrQQBEZnjz8hlYujrVRghGAIggCLcBGAsYHQ/s320/Andy%2BWarhol%2B-%2BGreen%2BBottles.jpeg" width="226" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">"Garrafas verdes" <br />de Andy Warhol</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Pelo contexto desta arte e da mensagem que eu pretendia passar com ela, a referência imediata foi mesmo a <b><span style="color: #e06666;">Pop Art</span></b>, que sempre fez críticas utilizando a reprodução em massa de produtos e ícones da cultura pop (e naturalmente, dentro da Pop Art, quase impossível não nos lembrarmos de <b><span style="color: #e06666;">Andy Warhol</span></b>). Sempre gostei da Pop Art, como já disse diversas vezes neste site, apesar de não concordar com a forma como o processo da arte acontece com alguns artistas, como o próprio Warhol. Neste movimento, a obra de <b><span style="color: #e06666;">Roy Lichtenstein</span></b> fala mais intimamente comigo. Mas enquanto fazia este trabalho, acabei me lembrando (por uma vaga semelhança no aspecto pictórico) de um artista mais contemporâneo e provavelmente mais excêntrico: o austríaco <b><span style="color: #e06666;">Friedensreich Hundertwasser</span></b>… e que vale muito a pena falar dele aqui.</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-zaEJUpmEBpQ/Xk2-pXWAw9I/AAAAAAAASPE/v-YfeVGMJWoSWWV6RL0ZoOeR9o-ilaR5wCLcBGAsYHQ/s1600/Hundertwasser%2B-%2BHotel%2BVillage%2BBlumau%2Bna%2BItalia.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="536" data-original-width="800" height="427" src="https://1.bp.blogspot.com/-zaEJUpmEBpQ/Xk2-pXWAw9I/AAAAAAAASPE/v-YfeVGMJWoSWWV6RL0ZoOeR9o-ilaR5wCLcBGAsYHQ/s640/Hundertwasser%2B-%2BHotel%2BVillage%2BBlumau%2Bna%2BItalia.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">Hotel Village Blumau na Italia, projeto de Hundertwasser</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-IE42Pjou0P4/Xk3BNxg8nPI/AAAAAAAASP4/ZdomEoT9iDIlXDoMjuU3EY-BWJCMwgdzwCLcBGAsYHQ/s1600/Hundertwasser%2B-%2BTropical%2BGarden.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="809" data-original-width="750" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-IE42Pjou0P4/Xk3BNxg8nPI/AAAAAAAASP4/ZdomEoT9iDIlXDoMjuU3EY-BWJCMwgdzwCLcBGAsYHQ/s320/Hundertwasser%2B-%2BTropical%2BGarden.jpg" width="296" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">"Jardim Tropical" de Hundertwasser</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Hundertwasser foi um artista multimídia que atuava como pintor, ilustrador, ativista, ambientalista e arquiteto, com todas estas atividades interligadas em seu trabalho, repleto de significados. Na arquitetura, os elementos da sua pintura são visíveis (dão a impressão de serem quase como ilustrações físicas), ao mesmo tempo em que buscava integrar em suas construções a natureza e urbanização harmonicamente, numa atitude consciente de que este deve ser o caminho a ser seguido para uma vida saudável, sem brigar contra o meio ambiente.</div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-U-ecgB0hqSo/Xk2_o81Mw7I/AAAAAAAASPc/xRZhmv3c45ELfmYwiPDiwx42J2qTRwNQgCLcBGAsYHQ/s1600/Hundertwasser%2B-%2BConjunto%2BHabitacional%2Bem%2BVienna.jpg" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="533" data-original-width="800" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-U-ecgB0hqSo/Xk2_o81Mw7I/AAAAAAAASPc/xRZhmv3c45ELfmYwiPDiwx42J2qTRwNQgCLcBGAsYHQ/s320/Hundertwasser%2B-%2BConjunto%2BHabitacional%2Bem%2BVienna.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;">Conjunto Habitacional em Viena</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Uma característica interessante da sua obra, além de super coloridos, é perceber o quanto ele utilizava as linhas curvas e a assimetria, mesmo na arquitetura. Com seus edifícios e casas cobertos de árvores e vegetação acompanhando a topografia, a ideia dele era de que o homem fosse incorporado à natureza (e não o contrário). Falecido em 19 de fevereiro de 2000 (há exatos <b>20 anos</b> – uma feliz coincidência com esta publicação), seu legado é mais atual do que nunca… em tempos em que vemos as consequências do aquecimento global cada vez mais clara, precisaríamos de muitos Hundertwasser atuantes em nosso meio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<b><span style="color: #f1c232;">A Obra</span></b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-CJHzMQETllA/Xk3AQYVyonI/AAAAAAAASPk/_JX7BvQb4nkQic_A2av8e2JYeyzNDvBpgCLcBGAsYHQ/s1600/Consumido%2B%2528detalhe%2B4%2529.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="893" data-original-width="888" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-CJHzMQETllA/Xk3AQYVyonI/AAAAAAAASPk/_JX7BvQb4nkQic_A2av8e2JYeyzNDvBpgCLcBGAsYHQ/s320/Consumido%2B%2528detalhe%2B4%2529.jpg" width="318" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Depois do parto que foi terminar este trabalho, o resultado me agradou bastante e foi realmente o que eu esperava que fosse. A ideia, que já estava nos meus planos há um bom tempo, tinha como princípio básico uma pessoa diante de um mar de outdoors, mas ainda me faltava uma linha guia para que isto fosse concretizado. O trabalho não trata apenas da crítica sobre o consumismo desenfreado, mas também dos efeitos que ele causa no nosso ambiente, seja pela degradação do meio ambiente causado pelo aumento do lixo produzido pelo consumo, como também pelos efeitos que essa poluição visual causa nas cidades (sobretudo nas maiores), por essa competição acirrada das propagandas pelo espaço de maior visibilidade.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-sg9EmQ_Y96I/Xk3AjJUt26I/AAAAAAAASPo/qAtwvkcGETwtFw9BDVu7Ek4CADdmGYJ5QCLcBGAsYHQ/s1600/Consumido%2B%2528detalhe%2B5%2529.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1002" data-original-width="1212" height="264" src="https://1.bp.blogspot.com/-sg9EmQ_Y96I/Xk3AjJUt26I/AAAAAAAASPo/qAtwvkcGETwtFw9BDVu7Ek4CADdmGYJ5QCLcBGAsYHQ/s320/Consumido%2B%2528detalhe%2B5%2529.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Porém, em trabalhos em que há uma mensagem mais crítica, fica por vezes a dúvida se as pessoas estão compreendendo a mensagem da obra e tudo o que está intrínseco nela, mesmo que esta mensagem esteja cristalina para nós. Não sei se com esta obra isto acontece, mas a reação das pessoas diante de uma obra de arte é sempre um mistério, tanto quanto gera uma polêmica quando gera uma reação indiferente (quando era esperado alguma polêmica). E talvez seja justamente isso uma das coisas que faz a arte ser fascinante!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">Imagens:</span></b> <i><a href="http://images.google.com.br/">Google</a></i><br />
<br />
<br />
<br />
<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0px;" /></a><br />
<span href="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" property="dct:title" rel="dct:type" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">"Consumido"</span> de <a href="https://www.arteporparte.com/2020/02/consumido.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />
Podem estar disponíveis autorizações adicionais às concedidas no âmbito desta licença em <a href="https://www.arteporparte.com/p/contato.html" rel="cc:morePermissions" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">https://www.arteporparte.com/p/contato.html</a>.<div><br /></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.colab55.com/@ecambuijr/tees/consumido" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="713" data-original-width="2350" height="194" src="https://1.bp.blogspot.com/-MTknqW1aSl8/YUfV8IXsCWI/AAAAAAAAbR4/Oqq6DwTsLIUUX4cBghoMvav7fY-OcAAgQCLcBGAsYHQ/w640-h194/Colab%2B55%2B-%2BConsumido.jpg" width="640" /></a></div><br /><div><br /></div>Eduardo Cambuí Jrhttp://www.blogger.com/profile/07319631017438283123noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8184460054980464595.post-85069155722384173622020-02-12T22:48:00.000-03:002020-02-19T13:51:33.084-03:00- Paz de Espírito -<div style="text-align: center;">
<b><span style="color: #6aa84f;">Acrílico sobre tela - 30 x 40 cm - 2019 </span></b></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-KHMC0fzRXXY/XkSZKnzR80I/AAAAAAAASKQ/rjxbpoF6tIMZaPqEMRsADpMdVvvbzFEMACLcBGAsYHQ/s1600/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="952" data-original-width="1280" height="476" src="https://1.bp.blogspot.com/-KHMC0fzRXXY/XkSZKnzR80I/AAAAAAAASKQ/rjxbpoF6tIMZaPqEMRsADpMdVvvbzFEMACLcBGAsYHQ/s640/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Para ampliar, clique na imagem</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div style="text-align: justify;">
De tempos em tempos, aparece alguém me procurando, me perguntando se eu aceito pegar <b><span style="color: #f1c232;">encomendas</span></b> de pinturas sobre um determinado tema ou uma cena específica. É algo que depende muito da situação, mas não é algo que eu costumo pegar com frequência por uma série de razões que vou detalhar melhor mais adiante, mas às vezes eu pego, dependendo muito do que se trata a pintura, do potencial de expressividade que ela possui, se tem como deixar a minha "marca", entre outros detalhes. A pintura de hoje (também já publicada no <b><a href="https://www.instagram.com/p/B0oAoeAlSPj/" target="_blank">Instagram</a></b>) é um destes poucos casos de pintura sob encomenda que aceitei e que acabou se tornando um desafio bem interessante de se explorar… e acabou culminando num resultado muito agradável!</div>
<a name='more'></a><br />
<b><span style="color: #f1c232;">O processo artístico</span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-yTCmi4HG9z4/XkSmYGzCeGI/AAAAAAAASLM/UuRA2s0NySY3399OpZka92GULDXIIh8bwCLcBGAsYHQ/s1600/Produ%25C3%25A7%25C3%25A3o%2B-%2BPinturas%2Bem%2BVinil%2B%25283%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="552" data-original-width="764" height="231" src="https://1.bp.blogspot.com/-yTCmi4HG9z4/XkSmYGzCeGI/AAAAAAAASLM/UuRA2s0NySY3399OpZka92GULDXIIh8bwCLcBGAsYHQ/s320/Produ%25C3%25A7%25C3%25A3o%2B-%2BPinturas%2Bem%2BVinil%2B%25283%2529.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Durante a produção de <a href="https://www.arteporparte.com/2011/10/elis-regina.html" target="_blank">"Elis Regina"</a>, peça <br />que compôs o projeto "Ícones da Música"</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
A minha relação com a venda e a encomenda de arte é um tanto conflituosa. É claro que na realidade capitalista em que vivemos, ter e gerar dinheiro faz muita diferença para uma melhor qualidade de vida e que, infelizmente, por consequência também gera muitas situações que são, no mínimo, injustas e desiguais… mas tratar disto aqui tomaria muito tempo e também não é o ponto central do nosso assunto neste momento. Voltando ao tema, a minha resistência em aceitar encomendas vem da experiência de saber que a maior parte das vezes, o tipo de encomenda que aparece é quase sempre para <b><span style="color: #e06666;">reproduzir coisas</span></b> (fotos, pinturas antigas, pinturas de outros artistas, etc) e não há muita motivação nisso… eu não sou uma máquina copiadora viva. Fora que, a partir do momento que você se propõe a fazer e passa a ser conhecido por isso, não sobra mais tempo para fazer nada além disso, mesmo que haja o dinheiro que paga pelo trabalho. O dinheiro não é (e nem deve ser) um fim único para fazer qualquer coisa.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-IUjq6GOevJw/XkSd3IPddeI/AAAAAAAASKc/jbdgic3BmmMbJRyhkCx6CLLjqzAZaKOKgCLcBGAsYHQ/s1600/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito%2B%2528detalhe%2B1%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="531" data-original-width="1000" height="338" src="https://1.bp.blogspot.com/-IUjq6GOevJw/XkSd3IPddeI/AAAAAAAASKc/jbdgic3BmmMbJRyhkCx6CLLjqzAZaKOKgCLcBGAsYHQ/s640/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito%2B%2528detalhe%2B1%2529.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas enfim, a ideia da encomenda chegou para mim praticamente de dentro de casa e difícil de recusar. Surgiu como um pedido da minha namorada como um presente para o irmão dela e da cunhada que mora em Vancouver, no <b><span style="color: #e06666;">Canadá</span></b>. No começo, na hora de ver como seria, ela me mostrou algumas fotos deles em locais de apelo turístico… naturalmente não é algo que faz o meu estilo, mas uma foto em especial chamou a minha atenção, talvez porque tinha alguma relação com o meu estilo de pintura e mesmo que eu tivesse que seguir uma foto, considerei que ainda assim era possível acrescentar mais expressividade do que meramente fazer uma reprodução de imagem. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-N3HhL8mtptE/XkSgAxmbh9I/AAAAAAAASKw/LiatgmQVRJY6uGnn4oB1CKXPY7a_FgZJgCLcBGAsYHQ/s1600/Rainbow%2BPark.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="234" data-original-width="350" height="213" src="https://1.bp.blogspot.com/-N3HhL8mtptE/XkSgAxmbh9I/AAAAAAAASKw/LiatgmQVRJY6uGnn4oB1CKXPY7a_FgZJgCLcBGAsYHQ/s320/Rainbow%2BPark.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Vista do Rainbow Park em Whistler, Canadá</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
O local é o <b><a href="https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-g154948-d6707256-Reviews-Rainbow_Park-Whistler_British_Columbia.html" target="_blank">Rainbow Park</a></b>, que fica em <b><span style="color: #e06666;">Whistler</span></b>, cidade ao norte de <b>Vancouver</b>, na Columbia Britânica, e tem uma natureza exuberante pelo que pude ver pelas fotos (infelizmente não conheço pessoalmente), ainda mais se for levado em conta que tem uma das maiores estações de esqui da América do Norte. A sensação que pude perceber do clima da foto, do ambiente, me transmitiu muita tranquilidade e daí veio a linha guia para o que eu deveria explorar no trabalho (ou tentar). Passar essa paz de espírito, tanto dos personagens quanto do ambiente. </div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-4g_9La7KYho/XkSeld64otI/AAAAAAAASKk/7S1PMaB-s6oUZxEyszQ-IFL0HEota7olQCLcBGAsYHQ/s1600/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito%2B%2528detalhe%2B2%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1110" data-original-width="890" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-4g_9La7KYho/XkSeld64otI/AAAAAAAASKk/7S1PMaB-s6oUZxEyszQ-IFL0HEota7olQCLcBGAsYHQ/s320/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito%2B%2528detalhe%2B2%2529.jpg" width="256" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Alguns detalhes da imagem também deixaram bem claro que este trabalho iria exigir muita paciência, principalmente na hora de fazer o gramado coberto com as folhas caídas das árvores, as próprias árvores com os galhos secos pelo efeito do outono, das montanhas geladas no horizonte, do lago com suas construções na margem oposta, enfim, muitos detalhes exigindo atenção. Tinha também o fator das cores que era preciso dar bastante atenção… era preciso dar cores, mas ao mesmo tempo, ter cuidado para não contaminar a sensação de frio do ambiente. Se eu me empolgasse em determinadas cores, eu poderia acabar deixando o ambiente com uma sensação de ser quente. </div>
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">Referências </span></b><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-Nobeo7plg8M/XkSg16DzdUI/AAAAAAAASK4/3OGRizUWYSUS4eluyLdVb3gU2zjodcfbwCLcBGAsYHQ/s1600/Caspar%2BDavid%2BFriedrich%2B-%2BOs%2Bpenhascos%2Bde%2BR%25C3%25BCgen.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1272" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-Nobeo7plg8M/XkSg16DzdUI/AAAAAAAASK4/3OGRizUWYSUS4eluyLdVb3gU2zjodcfbwCLcBGAsYHQ/s320/Caspar%2BDavid%2BFriedrich%2B-%2BOs%2Bpenhascos%2Bde%2BR%25C3%25BCgen.jpg" width="254" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><i><span style="color: #f1c232;">Caspar David Friedrich - "Os <br />Penhascos de Rügen"</span></i></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Nesta tela, até por eu estar seguindo uma foto, não teve uma referência específica que influenciou a seguir um determinado estilo. Mas não deixei de me lembrar de alguns artistas durante o processo, como <b><span style="color: #e06666;">Seurat</span></b> no momento em que eu estava fazendo as folhas caídas no gramado, mas principalmente, lembrar de <b><span style="color: #e06666;">Caspar David Friedrich</span></b>, pintor alemão do período do romantismo que tem em sua obra a marca de ter belíssimas paisagens, muitas vezes com os personagens contemplando ou envoltos pela grandeza da natureza. É quase como se fossem figurantes numa cena em que a paisagem é quem realmente protagoniza. Seu nome está entre os maiores pintores de paisagem do período. </div>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/--ZXN22UF8K0/XkShP4UfbAI/AAAAAAAASLA/cewbealfP3opzIusVw57aMW5H0ujyzMlgCLcBGAsYHQ/s1600/Caspar%2BDavid%2BFriedrich%2B-%2BWanderer%2Babove%2Bthe%2Bsea%2Bof%2Bfog.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1250" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/--ZXN22UF8K0/XkShP4UfbAI/AAAAAAAASLA/cewbealfP3opzIusVw57aMW5H0ujyzMlgCLcBGAsYHQ/s320/Caspar%2BDavid%2BFriedrich%2B-%2BWanderer%2Babove%2Bthe%2Bsea%2Bof%2Bfog.jpg" width="249" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="color: #f1c232;"><i>Caspar David Friedrich - "Andarilho <br />sobre o mar de nevoeiro"</i></span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Mas suas paisagens não eram apenas o que parecia ser. Tinha um caráter meio espiritual nelas e o ar contemplativo dos personagens dizem muito sobre o próprio artista, que passou por diversas tragédias, com a perda da mãe e irmã em sua infância e com a morte traumática de seu irmão quando ele tinha apenas 13 anos. Friedrich caiu num buraco no gelo e seu irmão, tentando salvá-lo, acabou morrendo afogado no resgate. Nas pinturas de Friedrich, a natureza atua como um clímax dramático. Mas logicamente, é apenas uma referência da história da arte que tem uma leve semelhança com a cena, mas o sentido da arte deste post é completamente diferente, ainda que eu sempre busque expressar além da reprodução de um local, também quando utilizo paisagens. </div>
<br />
<b><span style="color: #f1c232;">A Obra </span></b><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-FR0L8HH752o/XkSm7ZSxLxI/AAAAAAAASLU/H1n9QtH0BTY3bgculNiYSiQwInM9YrbrQCLcBGAsYHQ/s1600/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito%2B%2528detalhe%2B3%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1199" data-original-width="963" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-FR0L8HH752o/XkSm7ZSxLxI/AAAAAAAASLU/H1n9QtH0BTY3bgculNiYSiQwInM9YrbrQCLcBGAsYHQ/s320/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito%2B%2528detalhe%2B3%2529.jpg" width="257" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo com tantos detalhes, várias camadas de cores sobrepostas, muitos detalhes e efeitos pequenos em todo canto da tela, a pintura foi produzida relativamente rápido. Não me lembro ao certo quanto tempo levou para ser concluída, mas foi algo em torno de 10 dias de produção, com muitos intervalos. Nestas cenas em que há muita paisagem, eu costumo pintar o cenário como se eu estivesse montando o ambiente. Pintei o céu inteiro, as montanhas, o lago, os detalhes nos elementos na margem do lago, para só depois pintar as árvores e seus galhos. </div>
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-dKmsFBrekkg/XkSnL8apwYI/AAAAAAAASLc/TRlSrjoEvKoHvr_svyECO8FJ8wh4-AfkQCLcBGAsYHQ/s1600/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito%2B%2528detalhe%2B4%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="659" data-original-width="985" height="214" src="https://1.bp.blogspot.com/-dKmsFBrekkg/XkSnL8apwYI/AAAAAAAASLc/TRlSrjoEvKoHvr_svyECO8FJ8wh4-AfkQCLcBGAsYHQ/s320/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito%2B%2528detalhe%2B4%2529.jpg" width="320" /></a></div>
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No gramado foi mais ou menos da mesma forma. Pintei primeiro a terra num tom bem aguado (para não contaminar na cor da grama), carregando mais na base das árvores, para depois fazer a vegetação e no final, fazer as folhas caídas, com o cuidado de ir reduzindo o tamanho das folhas conforme ficam mais longe para criar um bom efeito de profundidade. Eu tinha comentado sobre Caspar David Friedrich acima e que a referência acabou sendo mais pela leve semelhança da cena, mas o processo acabou lembrando ainda mais, já que os personagens foram os que menos deram trabalho de compor na pintura. A paisagem tomou muito mais tempo, sem dúvida. </div>
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<a href="https://1.bp.blogspot.com/-GfBf6_0QKIA/XkSnXTPFVLI/AAAAAAAASLg/4zszMqwc4xIfv9BLwUzBm7lTcbxjRxb1wCLcBGAsYHQ/s1600/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito%2B%2528detalhe%2B5%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1166" data-original-width="1052" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-GfBf6_0QKIA/XkSnXTPFVLI/AAAAAAAASLg/4zszMqwc4xIfv9BLwUzBm7lTcbxjRxb1wCLcBGAsYHQ/s320/Paz%2Bde%2Besp%25C3%25ADrito%2B%2528detalhe%2B5%2529.jpg" width="288" /></a></div>
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Apesar do tamanho da tela não ser muito grande, foi o mais adequado para o momento, afinal, a tela seria entregue em mãos por um portador e se fosse muito grande, causaria alguns transtornos no embarque. Em muitas pinturas que faço de paisagens, tento passar mensagens não muito óbvias através delas, mas nesta, até por ser uma cena encomendada, não daria muito para enveredar por essa linha. O resultado final da pintura foi muito bom e, pela reação animada dos retratados, acho que foi aprovado e me serviu como uma experiência válida sobre o que focar num trabalho do tipo, caso surja outra encomenda que eu aceite fazer. </div>
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<b><span style="color: #f1c232;">Imagens:</span></b> <i><a href="http://images.google.com.br/" target="_blank">Google</a></i><br />
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<a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license"><img alt="Licença Creative Commons" src="https://i.creativecommons.org/l/by-nd/4.0/88x31.png" style="border-width: 0;" /></a><br />
<span property="dct:title" xmlns:dct="http://purl.org/dc/terms/">"Paz de Espírito"</span> de <a href="https://www.arteporparte.com/2020/02/paz-de-espirito.html" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL" xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#">Eduardo Cambuí Junior</a> está licenciado com uma Licença <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nd/4.0/" rel="license">Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional</a>.<br />
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