Óleo sobre tela – 15 x 27 cm - 2003
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A partir de então, intensificou o meu contato com o dono de uma grande papelaria da cidade (Julcélio Cruz), que havia colaborado conosco de forma tímida no primeiro evento. Ele se mostrou muito empolgado com o resultado e aí surgiu uma idéia... convenci ele a investir em material de pintura com o argumento de que, com as exposições, a procura seria maior e assim, todos os lados seriam beneficiados. Para a idéia funcionar de acordo, combinei que na edição seguinte do evento, realizado no Museu Regional de Macaúbas, ele colocaria um pequeno stand com os produtos de pintura e que em seguida, eu abriria um curso de iniciação à pintura em tela. A idéia que parecia muito simples e talvez até ingênua, mas acabou dando certo. A exposição foi um sucesso (ainda mais inesperado do que tinha sido no ano anterior, com uma visitação enorme, considerando a falta de tradição local em eventos do tipo), o curso teve grande adesão com gratas surpresas e o acordo acabou se solidificando em exposições posteriores.
Como ele decidiu investir, mas não sabia muito do assunto, ele me procurava para consultar sobre materiais, distribuidores, marcas e coisas do tipo. Numa dessas conversas, ele me presenteou com uma tela pequena, em branco. Como eu não tinha nenhum plano de desenho para aquela tela, resolvi então fazer uma pintura sobre um tema que eu sabia que ele gostava e então, presenteá-lo. Acho que foi a decisão certa!
Baseado numa foto de pássaros (o tema ideal para a ocasião), eu decidi reproduzi-la na tela e o resultado ficou realmente muito bom. O passarinho (não sei de qual espécie... sou analfabeto em termos de passarinho!) com cores bem vivas, chama a atenção num cenário de fundo dominado pelas folhas de uma árvore, supostamente. O resultado ficou tão bom que me deu planos para outras pinturas, como o Sofrê (um dos poucos que eu sei o nome), entre outros.
E para finalizar, sobre o sucesso até então improvável da exposição, me lembrei de uma conversa que tive com o famoso pianista Arthur Moreira Lima, quando ele veio para uma apresentação em Macaúbas e que explica muito bem este fenômeno. Quando perguntei se não era uma surpresa para ele das pessoas se interessarem pela sua música num momento em que os sucessos do momento vão totalmente contra o estilo de sua música, ele respondeu de pronto: "as pessoas só não comem caviar porque não é dado a elas!" Acho que isto resume tudo...
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Oi Edu, ficou muito bom esse teu trabalho!
ResponderExcluirComo sempre, aliás...
Bom feriado pra ti