Óleo sobre tela - 60 x 90 cm - 2005
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Geralmente as pinturas clássicas retratam Jesus como um rapaz de cabelos claros, olhos profundamente azuis, magro, o que podemos entender como um estereótipo adotado pelo artistas europeus para criar maior proximidade e identificação dos observadores da obra, mas também muito contestável por se tratar de um judeu que vivia na palestina. Ao meu ver, isso também não é motivo o suficiente para que Jesus fosse totalmente diferente dos retratados nas pinturas se considerarmos que Roma dominava uma região muito grande e, muito provavelmente, havia alguns romanos que tinham filhos com as mulheres desses povos dominados (a maioria, gerados a força). Portanto, não acho que seja tão absurdo um Jesus com traços europeus, que podem muito bem ter origem numa dessas misturas em alguma geração da família de Cristo. Quanto ao Jesus forte da tela, como ele era um carpinteiro, achei que é um motivo bem plausível para que seu tipo fosse assim.
Polêmicas a parte, o grande atrativo da tela mesmo (e aqui entra a "loucura" que falei no começo) foi a da própria ascensão. O choque de um Jesus tão ensagüentado (coisa totalmente fora dos padrões das pinturas do tipo) faz com que muitos não percebam a real mensagem da tela. Se bem observado, pode-se ver a alma de Jesus saindo do corpo e sendo esperado por uma legião de anjos que estão no canto claro do céu, à direita. A minha idéia com isso foi mostrar que muitas vezes as pessoas julgam as coisas superficialmente, como acontece com a própria morte, que é tida como algo terrível, doloroso. É claro que ninguém sabe o que há depois, e se há algo depois, mas muitos que acreditam em ressurreição acham que além da morte é que vem o melhor pra valer, coisa que obviamente nós nunca vamos saber e nem provar que existe.
Pra fazer esta pintura, tive que ver algumas vezes seguidas o filme "Paixão de Cristo" de Mel Gibson, ver muitas pinturas famosas da cena da crucificação, como por exemplo, Mantegna, Giotto, El Greco, entre outros. Serviu também como uma experiência com o público, que muitas vezes aparecia seguidamente nas exposições que este quadro participou só pra ver o tal "espírito" que tinha na tela, além de testar também o quanto a imagem conseguiria chocar as pessoas, mas nesse último, não percebi muita coisa (ou foi muito menos do que eu esperava). Mas o trabalho em si ficou muito bom e saiu de acordo com as minhas expectativas.
Ascensão de Cristo de Eduardo Cambuí Junior é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Vedada a criação de obras derivativas 3.0 Unported.
Simplesmente fabuloso, este e os outros trabalhos. Parabéns
ResponderExcluirBeijos e um ótimo fim des semana
Cris
Por motivos horríveis que não pude contornar, fui obrigada a fazer um post cala-boca. Pegue suas flores, não é preciso ler tudo.
ResponderExcluirUm abraço,
Renata
wwwrenatacordeiro.blogspot.com
Vc está representado
Que revelação, hein?
ResponderExcluirMas, com a sua dedicação e talento tudo isso e muito mais que virá já não será novidade. Lembrei-me da Pietá de Michelângelo também.
Parabéns mesmo!!!Bjs