Giz de cera - Tamanho A4 - 2006
Estava olhando no arquivo do blog, antes de colocar este desenho e achei incrível eu ainda não ter postado este, que é um dos meus preferidos! Portanto, vamos corrigir o lapso... Este é um trabalho bem intimista, que é na verdade, praticamente uma cópia de uma foto antiga de família, com algumas mínimas alterações. Retrata eu (de camisa amarela, olhando o carrinho), meu pai e meus primos nos nossos passeios de fim de semana da minha infância, que geralmente eram para o mesmo lugar: o Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Como era quase todo final de semana "batendo o ponto" por lá, o parque acabou se transformando pra mim numa espécie de quintal de casa... e pra uma criança é sempre um prato cheio. A ponte de ferro, os playgrounds, o planetário, os aeromodelistas colocando suas miniaturas para voar (e os modelistas navais também), brincar de bola nos gramados, e etc... bons tempos estes!
O desenho foi feito, além de bater aquela nostalgia da época misturada com a grande saudade que sinto do meu pai (que faleceu em 2004), tentando passar justamente esse lado pai e filho. Foi feito numa época em que eu estava experimentando muito trabalhar com giz de cera (desses comuns, escolar, da Faber Castell), o que foi ótimo porque eu acho que com isso facilitou demais pra mim na hora da composição de pinturas, na escolha de cores, etc.
É até engraçado o fato das pessoas de fora do meio sempre acharem que para se fazer um trabalho artístico é preciso um material especial e coisas do tipo, mas não existe isso, obrigatoriamente. É claro que este material especial ajuda muito mais, mas podemos fazer arte com tudo, até mesmo sem material nenhum... isso é muito mais observável hoje, com a arte contemporânea cheia de artistas que literalmente "viajam na maionese" com suas instalações e etc. Mas é normal que este pensamento ainda aconteça, já que alguns estereótipos são bem insistentes e até difíceis de escapar.
Ao meu ver, este desenho "retrato de família" atende bem a idéia principal do desenho e, quem sabe, não tenha sido este apenas o esboço para uma tela maior com o mesmo tema!? Aguardem cenas do próximo capítulo!
O desenho foi feito, além de bater aquela nostalgia da época misturada com a grande saudade que sinto do meu pai (que faleceu em 2004), tentando passar justamente esse lado pai e filho. Foi feito numa época em que eu estava experimentando muito trabalhar com giz de cera (desses comuns, escolar, da Faber Castell), o que foi ótimo porque eu acho que com isso facilitou demais pra mim na hora da composição de pinturas, na escolha de cores, etc.
É até engraçado o fato das pessoas de fora do meio sempre acharem que para se fazer um trabalho artístico é preciso um material especial e coisas do tipo, mas não existe isso, obrigatoriamente. É claro que este material especial ajuda muito mais, mas podemos fazer arte com tudo, até mesmo sem material nenhum... isso é muito mais observável hoje, com a arte contemporânea cheia de artistas que literalmente "viajam na maionese" com suas instalações e etc. Mas é normal que este pensamento ainda aconteça, já que alguns estereótipos são bem insistentes e até difíceis de escapar.
Ao meu ver, este desenho "retrato de família" atende bem a idéia principal do desenho e, quem sabe, não tenha sido este apenas o esboço para uma tela maior com o mesmo tema!? Aguardem cenas do próximo capítulo!
Memórias de Infância de Eduardo Cambuí Junior é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Vedada a criação de obras derivativas 3.0 Unported.
Edu:
ResponderExcluirA sua obra é linda. Fiquei emocionada ao ler o que você escreveu sobre a sua gênese, as suas memórias de infância. Fez muito bem em mostrá-la. Às vezes, temos um pouco de pudor em mostrar algo que nos é muito caro, mas, em se tratando da sua obra, é tão bela que não seria justo você guardar tanta beleza só para vc.
Não tenho coragem de pedi-la para publicá-la. É algo seu, um santuário.
Mudando de assunto, hj publiquei no Galeria e no Sessão da Tarde publico todos os dias. Quando der, apareça.
Um beijo,
Renata
Que perfeição obra e escrita.
ResponderExcluirGrande Abraço
CrisFonseca
Eduardo, desculpa só agora responder, mas sempre vem a tempo, já que o tempo é o que mais nos falta, e quando ele passa, ficam as recordações. Nos últimos tempos tenho tido a sorte de ter modelos que com o tempo fui conhecendo, apesar de tudo é sempre complicado arranjar um espaço na semana para me dedicar com constância à pintura. Veremos o que o futuro nos reserva. Espero poder vir a acabar a centena e pouca de quadros que comecei, esse é que é o problema, começo e depois tenho a tendência a guardar de lado… um abraço. E aprecio imenso o retrato. Excelente. Um abraço e até breve.
ResponderExcluirArte feita com o material mais Nobre: A EMOÇÃO. Também acho muita frescura (falo mesmo), certos "artistas" ficarem procurando materiais "tecnológicos" quando sabemos que um Picasso pintou Guernica no seu lençol de cama. Há tempos, uma pintora naif brasileira ficou famosa por usar até fios dos seus cabelos nos quadros, por aí...
ResponderExcluirMas você hoje está querendo me ver chorar...falar de Pai é algo ainda difícil pra mim.
Admiro sua Arte!!!Beijinhosss
Oi Edu, quer dizer que vc fica guardando as suas preciosidades? Além de sua sensibilidade para a pintura, você é também um poeta! Tão bonita a sua maneira de evocar a sua infãncia, falar sobre seu pai,sobre o Parque do Ibirapuera...
ResponderExcluirVamos ver o que vem por aí !? Cada postagem é uma surpresa...e das melhores! Abraços
Edu:
ResponderExcluirEsta obra sua é muito comovente, mas não vou falar disso.
Amigo, publiquei no Galeria sobre um filme recente e muito bom. Gostaria que o fosse apreciar e que deixasse a sua opinião.
Não deixe de dar uma passadiha no Feminina
Um abraço,
Renata
Edu! Você é demais.
ResponderExcluirPintura e poesia juntas, quanto talento.
Edu:
ResponderExcluirVá buscar sua rosa no Galeria, pois hoje faz 1 ano que abri meu primeiro Blog e já acumulei mais de 26.000 visitas.
Um beijo,
Renata