quarta-feira, 26 de novembro de 2008

- Rua Castro Alves, 1980 -

Óleo sobre tela - 50 x 70 cm - 2005
Para ampliar, clique na imagem
Este com certeza é um dos meus melhores trabalhos que já fiz até hoje. Primeiro porque o resultado ficou muito bom (modéstia a parte, naturalmente) e segundo porque é cheio de valores pessoais "escondidos" na imagem. A idéia era de começar, a partir desta pintura, uma série de trabalhos com teor mais regional, retratando a cidade de Macaúbas / BA, a partir de fotos antigas, seguindo o meu estilo.



A rua Castro Alves fica no centro de Macaúbas e a imagem foi pintada a partir de uma foto que meu pai tirou da mesma rua, em 1980, onde eu fiz algumas alterações, como de costume. Esta rua na verdade era a rua da casa dos meus avós paternos (a casa amarela que aparece cortada na imagem, em frente ao poste) e o fusca vermelho estacionado era do meu pai, quando fizemos uma visita de férias naquele ano. São muitos pequenos detalhes que fazem dessa pintura uma fonte de "simbologia familiar".

A pintura foi um grande desafio, principalmente por causa da sombra na rua, que dificultou bastante. Mas tudo deu certo e o resultado foi alcançado. O lado curioso desta pintura aconteceu justamente numa exposição coletiva que participei na cidade, onde esta tela foi exposta. Uma senhora, que não conhecia, foi visitar a exposição e quando se deparou com a tal tela, começou a chorar emocionada, o que foi motivo de preocupação das pessoas que lá estavam porque ninguém sabia o motivo... "de repente ela está passando mal", devem ter pensado. Depois de esclarecida a situação, que só depois fiquei sabendo, fui falar com ela, que me contou de boas lembranças que vieram à tona com a imagem. Foi um acontecimento que me fez pensar bastante sobre o impacto que alguns trabalhos tem em certas pessoas e na óbvia recompensa que nós, pobres artistas, têmos ao nos deparar com situações do tipo, que hoje não são muito comuns.

Depois de concluída a obra, decidi que o mais justo era doar a tela para o meu tio (que hoje mora na casa que era da minha avó), apesar de algumas boas ofertas que apareceram pela tela. Por causa de tudo que ela mostra e de toda simbologia já citada, acho que foi a decisão certa.

PS: Registro aqui o meu agradecimento a Renata Cordeiro, que gentilmente fez uma pequena homenagem muito legal no blog Poemas e Canções. Valeu, Rê!!!


Licença Creative Commons
Rua Castro Alves, 1980 de Eduardo Cambuí Junior é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Vedada a criação de obras derivativas 3.0 Unported.

10 comentários:

  1. Vá ao meu Blog Poemas e Canções e terá uma surpresa.
    http://poemasscancoes.blogspot.com
    Um beijo,
    Renata

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  2. Renata: Gostei muito da surpresa!! Fiz até uma menção honrosa de agradecimento no post.
    Bjão!

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  3. Bela obra.
    Também, trabalho com óleo, mas não como você. Adoro tuas cores.
    Abraços,
    Cris

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  4. Edu:
    Postei sobre o filme A Massai Branca no Galeria e publiquei várias coisas no Poemas e Canções. Dê um pulo lá.
    Um abraço,
    Renata

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  5. Malcriado, uma recompensa destas, a qual a senhora lhe retribuiu, pelo sua obra, não tem preço.

    abraços.

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  6. Amigo Malcriado, essa tela faz bem em figurar em seu top, realmente muito boa, melhor ainda depois da história que nos contou.
    Me lembrou uma rua onde se passa um filme espanhol chamado "Sexo Por Compaixão"; um filmaço, se tiver oportunidade, não deixe de assistir.
    Abração, meu amigo, e até!

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  7. Cris: Agora fiquei curioso!! Coloca lá no seu blog as pinturas tb!! Valeu!

    Sr do Vale: Pois é, Mister! No começo fiquei sem entender bulhufas do que estava acontecendo... hehehe. Mas foi bom, claro!

    Carmello: Agora que eu me toquei que eu deveria ter postado a foto da qual me baseei pra fazer a pintura... tirei algumas coisas, pra deixar mais o ar de cidade pacata. Vou procurar esse filme, sim!! ValeU!

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  8. Rapaz!
    Você quer me deixar como a velhinha da exposição? Meu pai, quando tinha dinheiro (pode não parecer, mas já vimos dinheiro na vida, rs), comprou um carrão conversível de um figurão que é nada mais, nada menos que Abílio Diniz, dono do Pão de Açúcar. Tenho duas fotos dele que ainda vou escanear e trazê-las aqui. E nossa cidade era assim, provinciana, gostosa, janelas e portas abertas para todos e como tínhamos amigos!Bons e desinteressados amigos.
    Um outro tempo!
    Me contive, não chorei...Obrigada, parabéns!

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  9. Vanuza: Que legal que a pintura ainda cause isso nas pessoas! Confesso que não sou do tipo de emoções a flor da pele, portanto, é sempre uma surpresa pra mim quando isso acontece.

    Mas sobre as fotos, mande mesmo que eu pinto qualquer hora... só não prometo que seja logo, porque não sou Da Vinci*, mas também tô meio enrolado com umas encomendas que apareceram.

    E sobre o ar provinciano da cidade, aqui em Macaúbas, apesar do progresso e da modernidade que chegaram, as coisas ainda permanecem um pouco desse jeito. Como eu costumo dizer pros meus amigos de infância, eu estou morando numa espécie de Shangri-lá. Ainda bem!!! Vou colocar um album de fotos da cidade nos widgets do blog e ai você vai poder conferir!

    Bjão!

    PS: * = Da Vinci, o pintor da mais famosa pintura da história (Mona Lisa), tinha fama de enrolado porque demorava um século pra entregar as encomendas que surgiam. Mas estou me esforçando pra não cair nesse costume!!! hehehhee

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  10. Tentei fazer um comentário na postagem anterior, mas não conseguí. Quer dizer que além de pintor, és também poeta!Um artista na acepção verdadeira da palavra! privilégio para poucos! Gostei muito dessa rua sossegada de Macaúbas, dá até vontade de morar nela. Parabéns!

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