Acrílico sobre tela - 40 x 50 cm - 2013
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Já faz algum tempo que eu vinha planejando fazer algo diferente, no que se trata de estilo de pintura, afinal, já era hora de dar um tempo dos trabalhos mais "fotográficos" e deixar a pincelada mais marcada e expressiva. A pintura de hoje é justamente sobre esta pequena nova aventura. Sempre achei que experiências assim são importantes de serem feitas uma vez ou outra para que possamos testar nosso repertório e, quem sabe, até encontrar um rumo mais viável para tomar, seguindo o exemplo que diversos grandes mestres da pintura deram durante a história.
Escolhi para esta pintura a imagem de um lugar importante em Macaúbas que é a lagoa do Açúde. A lagoa que já foi muito grande no passado, hoje não vive seus melhores dias e atualmente vem se recuperando de forma muito tímida (graças as chuvas que caíram há pouco mais de um mês atrás) da forte seca que assolou a região no ano passado, mas ainda não tem sido suficiente. O local, no seus períodos mais férteis, tinha a presença marcante de peixes e muitas garças e pássaros nativos, o que era um prato cheio para ver a fauna local de perto.
A barragem do Açúde de Macaúbas foi construída pelo Governo Federal em meados de 1932 depois de um grande período de secas que assolou a região, visando assim amenizar o problema. Resolveu parcialmente por algum tempo, mas de uns anos pra cá o local tem sofrido um forte declínio em suas águas, por conta de diversos fatores como a pouca mata ciliar nas suas margens, a questão climática, entre outras. No fim do ano passado chegou até mesmo a secar. A foto que serviu como referência foi tirada um pouco antes dessa fase, em junho, quando a sua vazão já estava bem baixa. A lagoa já passou por situações parecidas no passado, mas se recuperou mais tarde com as chuvas. Desta vez a situação não é muito animadora, já que os índices de chuva na região parecem ter diminuído.
Foto panorâmica da lagoa do Açúde, em junho passado, com a vazão bem abaixo do normal... |
... e como era antes, nos seus melhores tempos. |
A pintura ficou mais expressiva com a técnica, mas ainda não foi da maneira que eu tinha em mente. A mistura entre as tintas ficou muito boa (mais perceptível na parte das águas do Açúde), as aves e o seu reflexo na água também agradaram, mas acho que a escolha da imagem poderia ser melhor do que foi. Talvez até mesmo o tema escolhido não tenha ajudado para alcançar o que eu vinha procurando. Mas com certeza foi uma experiência muito válida e importante, portanto, que não me arrependo de ter feito.
Mudar o estilo de pintura se mostra necessário para o artista quando ele próprio percebe que precisa alcançar melhores resultados, maior expressão, maior alcance, maior produtividade, etc. Grandes mestres da pintura fizeram isto no decorrer da história. O exemplo mais clássico desta prática é o de Pablo Picasso, que em meio a sua fase rosa, em 1905, mudou drasticamente o estilo quando apresentou o quadro cubista "Les Demoiselles D'Avignon" em 1907, após se aventurar na escultura um ano antes.
"Garçon a la Pipe" de 1905 e "Les Demoiselles D'Avigno" de 1907 - mudança de ares de Picasso |
Lagoa do Açúde de Eduardo Cambuí Junior é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Muito bom o teu trabalho, Edu. Lembrei-me dos Lençóis maranhenses e da Lagoa do Portinho, lá no Piauí. São lugares paradisíacos que estão desaparecendo, infelizmente...!
ResponderExcluirbeijosss
muito bom trabalho, meu amigo...
ResponderExcluirestás de parabéns e vou coloca-lo na barra lateral de meu blog, substituindo o que lá está...
beijos em teu coração...
Que lindo!! Parabéns, viu?
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